Possível volta de Trump deixa a Europa em alerta
Não são só os democratas que temem a volta de Donald Trump à Casa Branca. A perspectiva de um segundo mandato tem alarmado autoridades europeias, que temem o impacto sobre o comércio internacional e a retirada do apoio dos Estados Unidos aos esforços de segurança do Velho Continente. O premiê belga, Alexander De Croo, alertou que a Europa deve estar preparada para permanecer sozinha. “Se 2024 nos trouxer novamente a ‘América em primeiro lugar’, será mais do que nunca a Europa por si só”, afirmou no Parlamento Europeu. Ele ecoou um discurso de 2017 da então chanceler alemã, Angela Merkel, de que a Europa não podia confiar apenas em seus aliados. Thierry Breton, comissário europeu da França, disse recentemente que, em 2020, Trump afirmou que os EUA “nunca” ajudariam se houvesse um ataque. De Croo é uma figura-chave, pois seu país ocupa a presidência rotativa do Conselho da União Europeia pelos próximos seis meses. (Politico)
O resultado da controle de Trump sobre os republicanos e como suas falsas alegações de que a eleição de 2020 foi fraudada dominaram o eleitorado. Quase dois terços dos participantes do caucus no estado disseram que Joe Biden não ganhou legitimamente as eleições passadas, segundo pesquisa da Edison Research. Dos que não acreditavam na vitória legítima de Biden, 7 em cada 10 apoiaram Trump. (Washington Post)
O presidente Biden comentou no X a vitória de Trump. “Ele é claramente o favorito do outro lado”, escreveu. Biden usou a ampla vantagem de Trump sobre os adversários republicanos para enfatizar sua oposição ao radicalismo de direita do movimento MAGA (Make America Great Again, Faça a América Grande de Novo, slogan do trumpismo). “Essa eleição é desde o início sobre mim e você contra os republicanos extremistas MAGA. Isso era verdade ontem e vai ser verdade amanhã.” (Guardian)
Michael C. Bender e Katie Glueck: “Durante oito anos, Trump cultivou um relacionamento com seus apoiadores com poucos precedentes na política. Esta ligação — um vínculo arduamente conquistado para alguns, um culto à personalidade para outros – desencadeou uma das forças mais duradouras na política americana”. (New York Times)
É à imagem de um vulcão em erupção que o cientista político Marco Aurélio Nogueira recorre para descrever as múltiplas frentes de ameaça que a democracia enfrenta no Brasil, nos EUA e no mundo em seu novo livro, A Democracia Desafiada. No Meio Político de hoje, o professor aposentado da Unesp e colunista do Estadão explica como a hipermodernidade foi fragmentando as sociedades e minando a vida cívica — e, por consequência, a própria democracia. A entrevista completa é exclusiva para assinantes premium e chega a partir das 11h. Assine!
O ‘estágio intenso’ da invasão israelense à Faixa de Gaza deve terminar brevemente, anunciou ontem o ministro da Defesa, Yoav Gallant, mas sem dar prazo. No mais importante sinal de mudança na estratégia, as Forças Armadas anunciaram a retirada, na noite de segunda-feira, da 36ª Divisão do Exército, que estava no território palestino havia 80 dias. Israel iniciou bombardeios a Gaza, seguidos de invasão por terra, após os ataques do Hamas em 7 de outubro, que mataram 1.200 pessoas e fizeram 240 reféns. Estima-se que 130 deles ainda estejam em cativeiro. Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, 24 mil pessoas morreram. A ONU classifica a situação em Gaza como tragédia humanitária. (CNN)
Enquanto isso... os Estados Unidos lançaram um novo ataque militar contra os Hutis no Iêmen. Essa foi a terceira ofensiva desde sexta-feira contra o grupo rebelde apoiado pelo Irã e que defende o Hamas. Ontem, os Hutis dispararam um míssil no Mar Vermelho, atingindo um graneleiro de bandeira maltesa e propriedade grega, sem deixar feridos. (New York Times)
Renúncias fiscais não previstas na peça orçamentária de 2024, aprovada em dezembro, podem custar R$ 32 bilhões às contas públicas. A afirmação é do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), que se reuniu ontem com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE). “Sempre procuro esclarecer os valores que estão envolvidos. A PEC de R$ 16 bilhões (do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos), a renúncia da folha que é mais R$ 12 (bilhões), o benefício aos municípios, que são R$ 4 bilhões. Então, tudo somado, estamos falando de R$ 32 bilhões que não estão previstos no orçamento”, calculou. Haddad vai se reunir hoje com o presidente Lula para discutir a pauta econômica. “Eu não posso prejudicar toda a sociedade brasileira para favorecer um setor. Tenho de encontrar um equilíbrio”, destacou, negando haver tensão com o Congresso. (Metrópoles)
Alçado ao comando do Ministério do Esporte em setembro passado, André Fufuca vem irrigando com verbas os redutos eleitorais de seu partido, o PP, em particular do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), fiador de sua entrada no governo. Com apenas 8 mil habitantes, o município de Barra de São Miguel, no litoral alagoano, foi o oitavo em volume de recursos liberados pela pasta, com repasses antes mesmo de Fufuca tomar posse do cargo. Coincidência ou não, o prefeito é Benedito de Lira, pai de Arthur. O ministério nega viés político e afirma que os repasses seguem critérios técnicos. (Globo)
O jurista e professor Manoel Carlos de Almeida Neto deve assumir o posto de secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, substituindo Ricardo Cappelli. Gerson Camarotti conta que o futuro titular da Justiça, o ministro aposentado do STF Ricardo Lewandowski, já comunicou o presidente Lula. Manoel Carlos, que chegou a ser cotado para a vaga do próprio Lewandowski na Corte, está há oito anos na iniciativa privada. Antes, foi secretário-geral da Presidência do STF e do TSE durante a gestão de Lewandowski no comando das duas cortes. (g1)
Marta Suplicy (sem partido) foi aceita ontem pelo diretório municipal do PT como candidata a vice na chapa de Guilherme Boulos (PSOL) para concorrer à Prefeitura de São Paulo. Ela recebeu 12 de 14 votos. A mesma votação aprovou a decisão de não submeter o nome dela a prévias no PT. A filiação dela ao partido deve ocorrer no início de fevereiro. (UOL)
Viver
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Ao anunciar os resultados do Enem 2023, o ministro da Educação, Camilo Santana, disse que o governo federal vai oferecer um valor em dinheiro para que alunos de baixa renda que chegam ao fim do Ensino Médio façam a prova. Apenas 46,7% dos 1.792.396 concluintes do ano passado fizeram o exame. A quantia será adicionada à bolsa estudantil, que será paga a esse grupo socioeconômico do primeiro ao terceiro ano, conforme anunciado em novembro. O programa Pé-de-meia terá orçamento de R$ 6,1 bilhões, com regras e valores divulgados em breve. (Folha)
Aliás, 60 estudantes, sendo quatro da rede pública, tiraram nota mil na redação – mais que o triplo das 18 notas máximas da edição de 2022. (UOL)
As notas do Enem 2023 podem ser consultadas na Página do Participante do Inep.
O consumo de tabaco recuou em 150 países desde 2010, e o Brasil está entre os destaques, com queda de 35%, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Hoje há cerca de 1,25 bilhão de fumantes, praticamente um em cada cinco adultos no planeta, e o tabagismo é responsável por 8 milhões de mortes por ano. Sudeste Asiático e Europa são as regiões onde mais se fuma, com o vício atingindo 26,5% e 25,3% da população, respectivamente. (g1)
Para ler com calma. Uma colônia de japoneses se instalou em Tomé-Açu, no interior do Pará, a partir de 1952. Mesclando técnicas agrícolas brasileiras e outras ancestrais nipônicas, o grupo se tornou um exemplo de como gerar renda sem destruir a Amazônia. (BBC Brasil)
Cultura
O cantor e compositor britânico Elton John (Spotify), que já era sir, tornou-se um raro EGOT na noite de segunda-feira. O termo se refere ao seleto grupo de artistas a conquistar um Emmy, um Grammy, um Oscar e um Tony. Elton fechou o pacote com o Emmy de melhor especial ao vivo de variedade com o documentário Elton John Live: O Show da Despedida, exibido pela Disney+. O artista de 76 anos tem cinco Grammys, dois Oscars de melhor canção original e o Tony, principal premiação do teatro nos EUA, pela trilha sonora de sua versão de Aída, composta com Tim Rice. Até hoje, apenas 19 artistas – incluindo Viola Davis, Rita Moreno e o próprio Tim Rice – conseguiram o EGOT, excluindo premiações honorárias. (AP)
O Grammy Awards já tem três apresentações confirmadas para a cerimônia de 4 de fevereiro. Vencedora do Globo de Ouro deste ano e concorrendo em seis categorias, Billie Eilish será uma das atrações. Dona de três estatuetas, Dua Lipa também subirá ao palco, além de concorrer à Canção do Ano e Melhor Canção Escrita com Dance The Night, trilha sonora de Barbie. Já Olivia Rodrigo chega para cantar com seis indicações pelo álbum GUTS. Trevor Noah segue como apresentador pelo quarto ano seguido. Mais atrações devem ser anunciadas em breve. (CNN Brasil)
Keanu Reeves publicará em julho seu primeiro romance, The Book of Elsewhere (O Livro de Outro Lugar, em tradução livre), em parceria com o autor britânico de ficção científica China Miéville. A obra narra a trajetória milenar de um guerreiro às turras com sua imortalidade e é uma adaptação da série de quadrinhos BRZRKR, criada pelo ator e lançada em 2021 com a colaboração do escritor Matt Kindt e do artista Ron Garney. O sucesso dos desenhos fez com que a Netflix criasse uma animação estrelada pelo próprio Reeves, ainda inédita. (Globo)
Cotidiano Digital
A Suprema Corte americana se recusou a ouvir um recurso da Apple em um processo antitruste movido pela Epic Games. A fabricante do Fortnite acusou a dona do iPhone de ações anticompetitivas na App Store. Apesar de a decisão validar o entendimento da instância inferior, de que não houve violações de leis antitruste, a big tech pode perder bilhões de dólares ao permitir que desenvolvedores comuniquem os usuários sobre alternativas de pagamento mais baratas fora de sua loja, que cobra até 30% de comissão. (Globo)
Pela primeira vez, a Apple superou a Samsung como a maior vendedora de smartphones no ano, segundo relatório do International Data Corporation (IDC). Em 2023, foram vendidos 234,6 milhões de dispositivos móveis da Apple, contra 226,6 milhões da Samsung. A última vez em que a sul-coreana não esteve no topo das vendas foi em 2010, quando a Nokia ocupou o primeiro lugar e a Apple ficou entre as cinco maiores. (The Verge)
Já os óculos de realidade mista o Apple Vision Pro chegarão às lojas em 2 de fevereiro com 150 filmes 3D, além de outros longas e séries disponíveis. Será possível baixar e assistir a conteúdos das principais plataformas de streaming. Com telas micro-OLED com 23 milhões de pixels, o headset terá “modo viagem”, para uso em avião, e “usuário convidado”, para compartilhamento com outras pessoas. (TechCrunch)
A Vodafone, operadora móvel multinacional inglesa, anunciou uma parceria de dez anos com a Microsoft para levar a inteligência artificial generativa, serviços digitais e empresariais e em nuvem para mais de 300 milhões de empresas e consumidores em toda a Europa. O investimento será de US$ 1,5 bilhão no projeto, que deve usar a tecnologia do Copilot e Azure. (Yahoo)
Meio em vídeo. CRISPR? Chiplets? Bombas de calor? Pedro Doria e Cora Rónai falam sobre algumas das tecnologias que, segundo o Massachusetts Institute of Technology (MIT), serão destaque em 2024. (YouTube)
De cada cem brasileiros, 41 não querem nem saber o que está acontecendo, diz um relatório do Reuters Institute. A fadiga de notícias é um mal dos nossos tempos. As redes sociais, com seu fluxo ininterrupto de informações e algoritmos que embalam a realidade em um recorte de acordo com o gosto do freguês, só pioram esse estado. Criamos este Meio para tentar solucionar esse problema. Oito minutos de notícias escolhidas e redigidas sem contato com mãos artificiais. Leia, compartilhe e relaxe o resto do seu dia.
