Mendonça libera renegociação geral de acordos da Lava Jato

A renegociação de acordos de leniência firmados por empresas no âmbito da Lava Jato foi autorizada ontem pelo ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal. As companhias, a Advocacia-Geral da União (AGU) e a Controladoria-Geral da União (CGU), acompanhadas da Procuradoria-Geral da República (PGR), terão 60 dias para renegociação. Nesse período, as multas ficarão suspensas. Mendonça é relator de uma ação que discute os parâmetros adotados. PSOL, PCdoB e Solidariedade pedem a suspensão de indenizações e multas firmadas antes do Acordo de Cooperação Técnica, de 6 de agosto de 2020, que estabeleceu que a AGU e a CGU são os responsáveis pelos acordos de leniência. Antes disso, o Ministério Público era o principal responsável. (g1)

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Ao discursar para milhares de apoiadores na Avenida Paulista, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou ter planejado um golpe de Estado, argumentando que a minuta encontrada pela Polícia Federal citava decretação de estado de defesa, previsto na Constituição. Para a PF, porém, a fala reforça as investigações, indicando que Bolsonaro tinha conhecimento do documento, que previa atos ilegais como a anulação das eleições e a prisão de Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral e ministro do Supremo Tribunal Federal. Segundo delações, o ex-presidente chegou a pedir mudanças em uma minuta, reduzindo a lista de autoridades a serem presas. Antes do ato do fim de semana, a estratégia da defesa era negar que Bolsonaro soubesse da minuta. Mas ontem, após a repercussão da fala do ex-presidente, seu advogado Paulo Cunha Bueno afirmou que a referência foi a um texto recebido em 2023. Especialistas em direito afirmam que as declarações feitas na manifestação podem levar a uma nova convocação de Bolsonaro para explicar o que quis dizer, já que se calou na PF na quinta-feira. Outra possibilidade seria juntar a declaração pública como prova. (Folha)

Sem menção direta a Bolsonaro, em evento na USP, Moraes afirmou que o Brasil conseguiu resistir às investidas extremistas e fortaleceu sua democracia. Mas destacou que o país “não pode baixar a guarda”. (Poder360)

Já militantes que acompanhavam um evento no Palácio do Planalto vaiaram uma jornalista que questionou Lula sobre o ato de domingo. O presidente ficou em silêncio, ignorando a pergunta. E as vaias só pararam quando a equipe presidencial pediu silêncio. (UOL)

Eliane Cantanhêde: “Não foi por falta de tempo, mas talvez por excesso de empáfia, o fato é que Bolsonaro não se preparou devidamente para discursar. Como estaria entre seus seguidores, enrolados em verde e amarelo, esqueceu-se de que tudo o que dissesse seria usado contra ele. Os seguidores ouvem o que querem, concluem o que querem e sempre dão razão ao mito, mas eles não são o Brasil inteiro”. (Estadão)

Vera Magalhães: “Que Bolsonaro pretendia dar uma demonstração de apoio popular e político que, de alguma forma, intimidasse a PF e o Judiciário a prosseguirem com as investigações era óbvio. Mas foi só no próprio ato deste domingo que ele explicitou o segundo e mais concreto objetivo: articular um ou mais projetos de lei propondo anistia. Mas qual a chance de qualquer iniciativa nesse sentido prosperar? Por ora, praticamente nenhuma. Nem Arthur Lira nem Rodrigo Pacheco nutrem simpatia pela ideia. Ademais, a cúpula de outros partidos, que não o PL, que foram do governo Bolsonaro, como PP e Republicanos, hoje está dividida entre o governo e a oposição”. (Globo)

Meio em vídeo. Muita gente nas redes de esquerda está fazendo pouco da grande manifestação que o bolsonarismo promoveu no domingo. Isso é um erro de avaliação que pode ser muito grave. Confira o que pensa Pedro Doria no Ponto de Partida. (YouTube)

Uma das principais lideranças do PSDB, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, é contra o apoio do partido à reeleição do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB). Para ele, a associação a Jair Bolsonaro (PL) não está alinhada com o projeto que a legenda quer construir nacionalmente, de alternativa à polarização. Leite considera que a eleição municipal na capital paulista tem de “observar questões nacionais” e o mais adequado seria uma candidatura própria. O governador se reuniu nesta segunda-feira com o ex-ministro Andrea Matarazzo, cujo retorno ao PSDB para concorrer à eleição é alvo de especulação. (Globo)

Além de Nunes, o caminhão de som que tinha o ex-presidente como protagonista foi ocupado por vários pré-candidatos bolsonaristas a prefeituras de capitais. Entre eles, estão os ex-ministros da Cidadania João Roma (PL), que deve entrar na disputa por Salvador; da Saúde Marcelo Queiroga (PL), que mira João Pessoa; e do Turismo Gilson Machado (PL), que deve concorrer no Recife. “Essa multidão aqui é prova de que o bolsonarismo está mais vivo do que nunca e isso, com certeza, vai nos ajudar nas eleições deste ano”, disse um aliado de Bolsonaro. (Veja)

O Parlamento da Hungria aprovou ontem a entrada da Suécia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), superando o último obstáculo para que o país nórdico se unisse à aliança militar ocidental para isolar a Rússia. A medida foi aprovada por 188 votos a seis em um Parlamento de 199 membros e dominado pelo partido governista Fidesz, do premiê Viktor Orban. A Hungria demorou 19 meses para ratificar o ingresso da Suécia, um atraso que incomodou os EUA e outros membros da aliança, levantando questões sobre a fidelidade do país como membro da aliança. (New York Times)

Um militar da Força Aérea dos EUA morreu ontem após atear fogo ao próprio corpo em frente à embaixada israelense em Washington. Aaron Bushnell, de 25 anos, transmitiu ao vivo o protesto, cobrindo-se de líquido inflamável enquanto dizia que “não seria mais cúmplice de um genocídio”. Ele ainda gritou “Palestina livre” com o corpo em chamas. O vídeo foi removido das plataformas de streaming. Bushnell foi socorrido após cerca de um minuto, mas não resistiu. É a segunda vez, desde a invasão da Faixa de Gaza, em outubro, que manifestantes se imolam nos EUA diante de representações diplomáticas israelenses. (Guardian)

O primeiro-ministro da Autoridade Palestina, Mohammed Shtayyeh, e seu gabinete renunciaram ontem, formalizando uma decisão comunicada na semana passada ao presidente Mahmoud Abbas. A renúncia segue pressões dos EUA para que a Autoridade Palestina, que administra parcialmente a Cisjordânia, passe por uma reforma para combater a corrupção e a ineficiência. (CNN)

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Viver

A cidade de São Paulo registrou mais casos de dengue nos primeiros 54 dias de 2024 do que todo o ano de 2023, segundo a Secretaria Municipal da Saúde. Até 21 de fevereiro, na oitava semana epidemiológica, a capital paulista registrou 16.001 casos. No ano passado inteiro, a cidade teve 14.398 pessoas infectadas. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, o número de afetados pela doença até ontem já chegava a 22.746. Vale ressaltar que a secretaria estadual atualiza os dados diariamente, enquanto o município utiliza a semana epidemiológica como base. O número de mortes em investigação pela dengue já chega a 23. (Folha)

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Um levantamento do UOL junto a secretarias de segurança pública dos 26 estados e do Distrito Federal mostrou que apenas 8,8% dos policiais militares utilizam câmeras corporais nas fardas. O uso do equipamento está concentrado em São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina, que juntos respondem por mais de 92% das filmadoras. Além desses, apenas Minas Gerais, Pará, Rio Grande do Norte e Roraima informaram utilizar os dispositivos de segurança. Ao todo, há 27.184 câmeras em operação, enquanto o país tem 308.963 agentes de segurança nas ruas, segundo dados do Ministério da Justiça de 2022. (UOL)

A agência espacial japonesa (Jaxa) anunciou ontem que seu módulo Slim sobreviveu a duas semanas de noite lunar, restabelecendo comunicação com a Terra, mais de um mês após o pouso histórico. As comunicações foram interrompidas porque era meio-dia lunar e a temperatura dos equipamentos estava muito alta. As operações devem ser retomadas assim que os instrumentos resfriarem. A sonda espacial chegou à superfície do satélite em 19 de janeiro, tornando o Japão o quinto país a conquistar tal feito. (Folha)

Panelinha no Meio. Panqueca é um clássico, mas todo clássico pode receber uma bossa. O detalhe aqui são os grãos de milho (enlatado ou congelado mesmo) e a cebolinha acrescentados na massa. Mas atenção: bata os ingredientes na mão, pois, se usar o liquidificador, o milho e a cebolinha vão se desfazer.

Cultura

O incêndio que matou dez jovens das categorias de base do Flamengo no Ninho do Urubu, em 2019, vai ser retratado na minissérie documental O Ninho: Futebol & Tragédia, que vai ser lançada pela Netflix em 14 de março. A produção de três episódios traz imagens inéditas e recria momentos do incêndio com cenas dramatizadas. Contando com depoimentos de jornalistas e profissionais do futebol, a obra ainda passa pela trajetória dos sobreviventes, a luta por justiça pelas famílias das vítimas e a busca das causas da tragédia. (Rolling Stone)

Lançado pela Disney em 1964, o musical Mary Poppins se tornou instantaneamente um clássico, mas é alvo de polêmica seis décadas depois. O Comitê Britânico de Classificação de Filmes decidiu elevar a classificação etária do longa devido a expressões consideradas “linguagem discriminatória”. Embora o órgão não tenha especificado os termos ofensivos, jornais ingleses dizem que a mudança se deve a uma expressão racista associada ao povo Khoi­skhois, do sudoeste africano. No filme, o personagem Admiral Boom (Reginald Owen) usa o termo para se referir a limpadores de chaminés, que tinham os rostos cobertos de fuligem.  (Variety)

Confirmando seu favoritismo, Oppenheimer venceu o prêmio Darryl F. Zanuck de melhor filme do Sindicato dos Produtores de Hollywood. Este costuma ser um dos principais indicadores do Oscar: 15 dos últimos 20 ganhadores da estatueta também levaram o Oscar de melhor filme. Homem-Aranha: Através do Aranhaverso recebeu o troféu de melhor animação, e American Symphony, o de melhor documentário. Entre as categorias de TV, Succession venceu como melhor série dramática, e O Urso, de comédia. (Omelete)

Cotidiano Digital

A Suprema Corte americana começou a ouvir ontem os argumentos de advogados e procuradores sobre dois casos envolvendo duas leis do Texas e da Flórida, aprovadas em 2021, que podem mudar a maneira como as redes sociais moderam conteúdo. Os textos impedem as plataformas de moderar as postagens e dificultam a remoção de publicações. O procurador-geral da Flórida, Henry Whitaker, disse que as mídias sociais não têm o direito da Primeira Emenda de aplicar suas políticas de censura a certos usuários. Já o presidente do Supremo, John Roberts, questionou se a primeira preocupação deveria ser com o Estado que regulamenta “a praça pública moderna”. (CBS News)

A Meta anunciou ontem que vai montar uma equipe de combate à desinformação e ao abuso da inteligência artificial generativa nas eleições do Parlamento Europeu, que ocorrem em junho. O objetivo é identificar e eliminar as ameaças em tempo real. O grupo será formado por especialistas em inteligência, ciência de dados, engenharia, pesquisa, operações, política de conteúdo e jurisdição. Atualmente, a companhia trabalha com 26 organizações de checagem de fatos em toda a União Europeia, com cobertura em 22 idiomas. (Olhar Digital)

As informações sobre sua saúde nos seus dedos. Não na ponta, mas em volta deles. É o que promete a Samsung com o Galaxy Ring, um “anel inteligente” previsto para chegar ao mercado até o fim do ano. O aparelho vai apresentar um novo sistema de métricas chamado Meu Placar de Vitalidade, agregando quatro fatores: sono, atividade, frequência cardíaca em repouso e variação da frequência cardíaca. O sistema também estará presente no Galaxy Watch 6, igualmente previsto para o fim do ano. Porém – sempre há um porém –, só funciona associado aos celulares da série S-24, top de linha da empresa sul-coreana. (The Verge)

O ministro Alexandre de Moraes avisou “não podemos baixar a guarda, dar uma de Bambam contra Popó; temos que ficar alertas e fortalecer a democracia”. Como? Apoiando projetos que combatem a desinformação, como este Meio, por exemplo. Assine o Meio Premium e não deixe nossa democracia ir a nocaute.

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