Bolsonaro entrega alegações finais e julgamento de tentativa de golpe vai começar
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro pediu a absolvição ao Supremo Tribunal Federal no processo que investiga a tentativa de golpe de estado após a eleição de 2022. O documento argumenta que a “minuta do golpe” é apócrifa e nunca foi formalizada, e que as reuniões com os comandantes das Forças Armadas buscavam alternativas constitucionais à derrota na eleição de 2026. Agora, o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, fará a leitura do relatório final. Em seguida, vêm as sustentações orais do procurador-geral da República e de cada uma das defesas. Moraes, então, lê seu voto, seguido dos demais ministros da Primeira Turma. Se algum ministro pedir vistas, terá 90 dias para devolver o processo e dar seu voto. Então, será divulgada a decisão da turma e a dosimetria de penas.
Vídeo de Felca sobre “adultização” de crianças gera corrida de projetos no Congresso
Um vídeo produzido pelo influenciador Felca mudou toda a agenda do Congresso Nacional essa semana. O conteúdo, publicado há seis dias, já alcançou 35 milhões de visualizações, deixando claro que as regras para a exposição de crianças na internet precisam mudar. O efeito foi tão grande que parlamentares apresentaram pelo menos 17 projetos contra a “adultização infantil”. As propostas envolvem a transparência dos algoritmos, a monetização desse conteúdo, a responsabilização dos pais, a definição de regras para o trabalho infantil artístico em ambiente online e a criação de mecanismos de denúncia para conteúdo digital. O Central Meio recebe o senador Alessandro Vieira, do MDB, autor de um desses projetos. Em seguida, Deborah Bizarria comenta o pacote de ajuda do governo federal às empresas atingidas pelo tarifaço imposto ao Brasil por Donald Trump.
Luiz Fux pode pedir vistas, mas julgamento do golpe ainda pode acabar em 2025
Em sua coluna na Folha de S. Paulo, o jornalista Elio Gaspari informou no fim de semana que “é improvável que o julgamento de Bolsonaro termine em setembro e é possível que ele entre pelos primeiros meses de 2026”. Isso porque, segundo a apuração do Gaspari, o ministro Luiz Fux deve pedir vistas. Nesses casos, pelo regimento do tribunal, um ministro tem 90 dias para devolver o processo, o que levaria a apreciação até dezembro, quando o tribunal entra em recesso. Por outro lado, os outros ministros da primeira turma podem antecipar os votos, o que formaria maioria pela condenação de Bolsonaro já em 2025, segundo apuração da jornalista Mônica Bergamo.
Blindagem da Justiça une Centrão e bolsonaristas e enfraquece Hugo Motta
Centrão e bolsonaristas estão mais unidos do que nunca pelas ideias que entraram no acordo que levou ao fim de um motim parlamentar de dois dias. O que eles querem é a blindagem contra o Judiciário. Em uma reunião ontem, líderes do PP, PSD e União Brasil fecharam uma lista de projetos do interesse deles, à revelia do Motta. A reunião aconteceu no gabinete do ex-presidente da Câmara Arthur Lira, padrinho político de Motta. Nesta lista estão o fim do foro privilegiado, a necessidade de aval do Legislativo para que um parlamentar seja investigado e restrição de prisão apenas para casos de flagrante ou por crime inafiançável. O Central Meio recebe o Murillo de Aragão, mestre em ciência política, doutor em sociologia e CEO da Arko Advice Pesquisas.
O motim da oposição, os ataques a Alexandre de Moraes e o tarifaço
Na volta do recesso legislativo, deputados e senadores instalaram um motim nas duas casas. Os parlamentares ocuparam as mesas diretoras, obstruíram as votações e prometeram continuar fazendo isso até que as duas casas pautem a anistia dos envolvidos na trama golpista e o impeachment de Alexandre de Moraes. O movimento é liderado pelo senador Flávio Bolsonaro, que diz que os protestos só terminam se as duas casas aceitarem pautar o que ele batizou de “pacote da paz”, que inclui também o fim do foro privilegiado, com o objetivo de “abrandar” as relações entre os três Poderes. O Central Meio recebe o analista político e diretor-executivo do Livres Magno Karl e o professor da Boston College Law School, Paulo Barrozo.
Bolsonaro está em prisão domiciliar; as reações de aliados e oposição
Jair Bolsonaro está preso. O ex-presidente teve a prisão domiciliar decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. Ele não poderá receber visitas que não sejam de familiares próximos e advogados e todos os celulares da casa foram recolhidos. Moraes considerou que Bolsonaro desrespeitou as medidas cautelares que já haviam sido impostas a ele, que o proibiam de usar redes sociais e de manter contato com outros investigados. No domingo, Bolsonaro participou por videochamada de uma manifestação a seu favor em Copacabana. O vídeo, depois, foi divulgado nas redes sociais.
Bolsonaristas pedem anistia, mas 61% dos brasileiros são contra, diz Datafolha
Uma pesquisa Datafolha divulgada neste fim de semana mostrou rejeição à ideia de anistia: 61% dos entrevistados dizem que não votariam em um candidato que prometesse livrar, de qualquer pena ou punição, Jair Bolsonaro, seus aliados acusados de tramar contra a democracia e os condenados pelo 8 de Janeiro. Coincidência ou não, governadores do espectro da direita que vinham marcando presença em atos em defesa da anistia aos envolvidos na tentativa de golpe não compareceram ao ato convocado por bolsonaristas neste fim de semana. Os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas; do Paraná, Ratinho Júnior; de Goiás, Ronaldo Caiado; e de Minas Gerais, Romeu Zema, alegaram outros compromissos para justificar sua ausência. As manifestações ocorreram em pelo menos 20 capitais. Segundo o Monitor do Debate Político e a ONG More in Common, mais de 37 mil pessoas compareceram ao ato na avenida Paulista. O próprio Jair Bolsonaro esteve ausente, já que cumpre medida cautelar que proíbe que ele saia de casa aos sábados e domingos. O Central Meio recebe o cientista político Cláudio Couto.