Edição de Sábado

Edição de Sábado: Um país, uma sina, quatro desfechos

Por João Villaverde*

Edição de Sábado: Brasil, a conta!

Consignado é um termo técnico o bastante para esterilizar um ato de crueldade. “Somos cinco. Era seis com a minha filha que faleceu vai fazer dois anos. E meu marido faleceu também vai fazer seis meses. Domingo a gente tinha nem nada pra comer, porque eu estou desempregada. Tá muito difícil. Eu estou catando latinha, mas não dá. E eu não tenho ajuda de muita gente, então, domingo a gente não tinha mesmo nada. Nada.” Janete tem 57 anos e chorou muito enquanto relatou a fome de sua família para a repórter que mostrava a fila do Prato Feito Carioca. Agarrado em Janete estava seu neto, Pedro, de 5 anos. Olhos graúdos e atentos. Janete encaixa-se perfeitamente no público alvo da maioria dos benefícios sociais que existem no Brasil — e dos que vêm sendo criados. Era junho deste ano quando ela concedeu a entrevista. Um mês depois, aprovou-se no Congresso Nacional a PEC Kamikaze, transformada em “PEC de Bondades”, para se buscar conceder algum alívio aos brasileiros mais pobres. Nessa brecha, a desfaçatez de incluir uma concessão de crédito consignado aos beneficiários do Auxílio Brasil. Uma medida impiedosa, eleitoreira e irresponsável.

Edição de Sábado: Lula e os donos da fé

No salão nobre da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), no Largo São Francisco, o corpo velado era de um de seus maiores expoentes. A memória do jurista Dalmo Dallari reunia filhos, familiares, professores, alunos e ex-alunos, jornalistas e amigos, e muitos combatentes da ditadura militar, que caminhavam com suas bengalas ou amparados por mais jovens. A manhã calorenta daquele sábado de abril se transformou em um ato político. E a pré-campanha petista se via às voltas com dois alarmes: um provocado pela foto que trazia o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva rodeado por uma maioria de homens brancos na oficialização da chapa com ex-governador Geraldo Alckmin (PSB). Outro por uma fala de Lula sobre aborto.

Edição de Sábado: PT e MDB, a hora da reconciliação

Por João Villaverde*

Edição de Sábado: A desigualdade vai às urnas

Luciana Lima e Flávia Tavares

Edição de Sábado: O voto partido

De Brasília

Edição de Sábado: A cizânia de Ciro na casa de Brizola

De Brasília

Edição de Sábado: Nós, brasileiros

Por Flávia Tavares e Luciana Lima

Edição de Sábado: O enigma da estrela

Praia de Boa Viagem, verão de 2001. O calor úmido da capital pernambucana pareava com o termômetro interno do PT, que se debatia sobre a possibilidade de mais uma candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República. Seria a quarta tentativa de Lula de chegar ao Palácio do Planalto. Os ciúmes dos não convidados para o encontro no hotel, no Recife, ferviam. Lula chamou para uma reunião “os 100 mais do PT”. Ou quem ele considerava ser os 100 mais. José Dirceu, José Genoino, Ricardo Berzoini, Aloizio Mercadante, João Paulo Lima, Humberto Costa, deputados do partido, sindicalistas mais chegados como Vicente Paulo da Silva, ex-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), além de amigos de Lula estavam ali para ouvir o que ele tinha a dizer.

Edição de Sábado: De Alpha a Zap

De cabeça abaixada, os olhos brilham em frente a uma tela acariciada por dedos que repetem o mesmo movimento de arrastar, de cima para baixo, de lado a lado, em movimentos pinça para o zoom, a cada poucos segundos. O almoço chega. Nem é preciso olhar para o prato. A não ser para fazer uma foto. A rotina segue, agora, apenas com uma das mãos, enquanto a outra desempenha a mecânica tarefa de segurar o talher para a displicente alimentação. E assim passam-se minutos de um mergulho em interações virtuais — e virtualmente zero das reais. Essa cena pode descrever o almoço de muitos de nós em um dia qualquer. Mas também narra o cotidiano de crianças e adolescentes.