News do Meio

AGU pressiona Justiça Eleitoral para livrar Bolsonaro em escândalo do MEC

A Advocacia-Geral da União (AGU) pediu ontem que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) arquive uma investigação contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) por suspeita de favorecimento a pastores no MEC. Em áudio divulgado no mês passado, o então ministro Milton Ribeiro dizia a prefeitos que, a pedido de Bolsonaro, dava prioridade à liberação de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para “amigos” do pastor Gilmar Santos. Ribeiro, que também é pastor, acabou exonerado. Segundo a AGU, o nome do presidente foi mencionado indevidamente, não havendo elementos que justifiquem a abertura de uma investigação. (Metrópoles)

Macron lidera, mas França ainda pode cair na extrema-direita

Déjà vu é a palavra que define a política francesa neste momento. O Emmanuel Macron e a candidata de extrema-direita Marine Le Pen vão reeditar no próximo dia 24 o segundo turno da eleição presidencial de 2017. Com 97% dos votos apurados, Macron lidera com 27,60%, seguido de Le Pen, com 23,41%%. O candidato do partido de esquerda França Insubmissa, Jean-Luc Mélénchon — terceiro colocado, com 21,95% —, não manifestou explicitamente seu apoio a Macron, mas disse que “não se deve dar um único voto a Le Pen”. Candidatos de direita, verdes, socialistas e comunistas pediram votos para o presidente, reeditando a chamada ‘frente republicana’, enquanto o também ultradireitista Éric Zemmour, que teve 7% dos votos, declarou apoio a Le Pen. (UOL)

Presidente do FNDE mente a senadores

Convidado a depor perante a Comissão de Educação do Senado, o presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento Educacional (FNDE), Marcelo Ponte, mentiu. Sobre a licitação para compra de ônibus na qual órgãos do controle e área técnica do fundo apontaram para sobrepreço acima de R$ 700 milhões, Ponte disse que seguiu as orientações e que a imprensa divulgou o relatório “um mês depois” de tudo estar resolvido, com a redução do preço máximo de R$ 2,045 bilhões para R$ 1,567 bilhão. Documentos do próprio FNDE, porém, mostram que redução aconteceu na véspera do leilão, após a denúncia estar na imprensa e quando o TCU já investigava a licitação. Sobre os pastores Gilmar Santos e Arílton Moura, acusados por prefeitos de cobrar propina para liberar verbas no MEC, Ponte disse inicialmente que eles apenas faziam orações em eventos do ministério, mas caiu em contradição e admitiu que eles intermediavam a visita de prefeitos e “cuidavam da logística” dos encontros. Moura e Santos recusaram o convite dos senadores para falarem na audiência. (Estadão)

UB, MDB, PSDB e Cidadania disputarão juntos o Planalto

União Brasil, MDB, PSDB e Cidadania pretendem anunciar no dia 18 de maio o nome de um candidato de consenso à presidência da República. A decisão foi tomada numa reunião ontem entre os presidentes dos quatro partidos, respectivamente, Luciano Bivar, Baleia Rossi, Bruno Araújo e Roberto Freire. Eles também convidaram “outras forças políticas democráticas” para aderir à iniciativa. O ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB) se reuniu ontem com a senadora Simone Tebet (MS), pré-candidata do MDB, para, segundo ele, “construir uma convergência” entre as legendas da terceira via. Leite, que já admitiu ser vice numa chapa com Tebet, negou que estivesse deslegitimando as prévias tucanas, vencidas pelo ex-governador paulista João Doria. “Elas têm sua legitimidade. Mas não se trata aqui apenas sobre atender formalidades, mas sim de ajudar o país a encontrar um caminho. Isso é o que nos move e promove convergência”, afirmou. (CNN Brasil)

Governo recua em sobrepreço de ônibus escolares após pressão do TCU

O governo correu nesta terça-feira para salvar a licitação para a compra de 3.850 ônibus escolares rurais com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e reduziu o preço máximo de R$ 2,045 bilhões para R$ 1,5 bilhão. Mais cedo, o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Walton Alencar Rodrigues embargou o resultado do leilão. O pregão foi realizado, mas o vencedor só será anunciado após o aval do TCU. Tanto a equipe técnica do próprio FNDE quando a Controladoria-Geral da União (CGU) haviam alertado que o valor máximo original embutia um sobrepreço de até R$ 732 milhões. A despeito do aviso, a licitação e o valor haviam sido mantidos pelo presidente do fundo, Marcelo Ponte, e pelo diretor de Ações Educacionais, Garigham Amarante. Eles estão nos cargos por indicação, respectivamente, do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), e do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto. (Estadão)

Massacre foi obra da Rússia, mostram satélites

Moscou voltou a negar que tenha massacrado civis na retirada de Bucha, afirmando que a matança aconteceu após suas tropas terem deixado a cidade. Imagens de satélites, porém, mostram a maioria dos corpos já nas ruas há até três semanas, quando os russos ainda controlavam a área. Segundo analistas, a estratégia russa é bombardear pesadamente cidades em toda a Ucrânia para manter ocupadas as forças locais, enquanto consolida o controle do Leste do país. (New York Times)

Rússia deixa rastro de pesadelo e mortes violentas de civis

A retomada por forças ucranianas da cidade de Bucha, na periferia da capital Kiev, revelou imagens de horror. Dezenas de corpos em trajes civis, muitos deles com as mãos amarradas (vídeo com imagens fortes), e valas comuns também com cadáveres. Segundo a Ucrânia, pelo menos 400 pessoas teriam sido mortas aleatoriamente por militares russos em retirada. O presidente Volodymyr Zelenski voltou a acusar a Rússia de genocídio, e autoridades ucranianas pediram a presença de observadores do Tribunal Penal Internacional para atestar crimes de guerra. (Washington Post)

Doria desiste de desistir; Moro acaba desistindo

A dita “terceira via” foi abalada ontem por dois movimentos inesperados e que, segundo analistas, podem fortalecer a polarização entre os líderes nas pesquisas, o ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL): o vaivém do governador paulista João Doria (PSDB) e a desistência do ex-ministro Sérgio Moro (União Brasil). O dia começou com a notícia de que Doria, diante do movimento no partido em torno do agora ex-governador gaúcho Eduardo Leite, abriria mão de concorrer a presidência e continuaria no governo paulista. A notícia parecia implodir a candidatura ao governo de seu vice, o também tucano Rodrigo Garcia, que montou sua estratégia e suas alianças para concorrer já no Palácio dos Bandeirantes, sem ser contaminado pela alta rejeição do atual ocupante. (Folha)

Doria cogita desistir do Planalto hoje, diz Folha

O governador paulista João Doria (PSDB), que deveria deixar hoje o cargo para se lançar candidato à presidência da República, acordou inclinado a terminar o mandato e abandonar a disputa. A informação é dos repórteres Carolina Linhares, Cristina Camargo e Eduardo Scolese, da Folha de S. Paulo, em reportagem publicada agora cedo, pouco antes do fechamento do Meio. A decisão nasce do mal desempenho do tucano na última pesquisa do Datafolha — ele aparece com 2% das intenções de voto, e sua rejeição, de 30%, é alta demais. Além disso, cresce o apoio, dentro do partido, às pretensões do governador gaúcho Eduardo Leite, que mesmo derrotado nas prévias considera ter mais chances na corrida pelo Planalto. O plano de Doria, de acordo com a reportagem, é seguir até o fim de seu mandato no Palácio dos Bandeirantes, mas não concorreria à reeleição. (Folha)

Na Petrobras, presidentes atual e futuro defendem política de preços

Em vias de deixar a presidência da Petrobras após ter sido demitido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), Joaquim Silva e Luna afirmou que a estatal, por lei, não pode fazer política pública com os preços dos combustíveis ou política partidária. “Tem responsabilidade social? Tem. Pode fazer política pública? Não. Pode fazer política partidária? Menos ainda”, disse Luna durante seminário no Superior Tribunal Militar (STM). Ele também afirmou que o Brasil “não pode correr riscos de tabelar preços de combustíveis” e precisa praticar preços de mercado. Além disso, reforçou que a “aplicação de preços de mercado garante o abastecimento do país”. (Estadão)