CPI propõe indiciar Bolsonaro e mais 60 por golpismo

O relatório final da CPMI dos Atos Golpistas foi aprovado: 20 votos a 11. Elaborado pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA), o texto propõe o indiciamento, por tentativa de golpe de Estado, do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de 60 aliados seus (5 ex-ministros, 6 ex-auxiliares diretos, ex-comandantes do Exército e da Marinha e outros 27 militares e PMs do Distrito Federal). A aprovação representa uma derrota à oposição, que tentou responsabilizar membros do governo Lula pelos ataques. “O 8 de janeiro é obra do que chamamos de bolsonarismo. Não foi um movimento espontâneo ou desorganizado; foi uma mobilização idealizada, planejada e preparada com antecedência”, afirmou Eliziane. Em um primeiro desdobramento da CPMI, ela deve entregar o relatório à chefe interina da Procuradoria-Geral da República (PGR), Elizeta Ramos, na semana que vem. A expectativa é de que o material seja enviado, então, ao subprocurador responsável pelas ações do 8 de janeiro no Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Frederico Santos. (g1)

A fim de evitar pressões — tanto contra quanto a favor do indiciamento —, Eliziane manteve o relatório em sigilo até a leitura, na manhã de terça-feira. Somente ela e um consultor legislativo tinham acesso ao documento. Diferentemente do que acontece em outras CPIs, nenhum rascunho circulou entre os líderes do Congresso. (UOL)

Veja como cada parlamentar votou. (Congresso em Foco)

Míriam Leitão: “O grande mérito da CPI do 8 de Janeiro foi vencer a luta contra a mentira. Qualquer análise sobre o desempenho da comissão deve levar em conta de onde ela partiu: de uma conspiração contra a verdade dos fatos. A oposição bolsonarista queria constranger o governo, e acabou constrangida. Queria provar que foi um movimento espontâneo, mas ficou claro que os atos golpistas foram organizados, preparados e financiados, e que estão claramente vinculados aos quatro anos anteriores, sob o comando do ex-presidente Jair Bolsonaro e seus ataques às instituições”. (Globo)

Enquanto isso... Bolsonaro esteve na sede da Polícia Federal, em Brasília, para depor no inquérito que investiga a atuação de empresários em defesa de um golpe de Estado e de uma ruptura democrática em um grupo de mensagens. Ele não respondeu às perguntas e apresentou seu depoimento por escrito. “A competência deste caso não é do Supremo, é da primeira instância. Objetivo do inquérito foi calar e censurar o senhor Luciano Hang, que tinha 10 milhões de seguidores. As eleições foram conduzidas com parcialidade no ano passado”, disse. “As mensagens que eu passei, grande parte era da própria imprensa.” (Globo)

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Para ler com calma. A briga é entre Legislativo e Judiciário, mas preocupa o Executivo. O governo Lula trabalha para que o STF ponha em banho-maria pautas de costumes caras à esquerda, como descriminalização de drogas e do aborto, mas que provocam grande controvérsia na sociedade e reações no Legislativo. A avaliação é de que parte da população não entende a separação dos Poderes, jogando sobre o governo o desgaste desse debate. No que depender do Planalto, o Supremo deve se concentrar em pautas econômicas. (Globo)

O presidente americano, Joe Biden, estava na mira dos críticos ao decidir manter sua viagem a Israel no dia seguinte ao ataque que matou centenas em um hospital de Gaza. Segundo ele, a viagem era “para fazer algo”. “Consegui”, afirmou após o fim de sua passagem pelo Estado judeu. Ele conseguiu a abertura da passagem de Rafah, que liga a Faixa de Gaza ao Egito, para a entrada de até 20 caminhões com ajuda humanitária. O acordo foi firmado em uma conversa telefônica com o presidente do Egito, Abdel Fattah el-Sisi. Mas a passagem será aberta apenas para a entrada de ajuda humanitária, não sendo permitidas evacuações. E Biden alertou: “Se o Hamas o confiscar ou não deixar passar, então será suspenso, porque não vamos enviar ajuda humanitária ao Hamas”. Ele fará um discurso hoje à noite sobre a “resposta de seu país aos ataques terroristas do Hamas contra Israel e à guerra brutal em curso da Rússia contra a Ucrânia”. (CNN)

Após uma reunião com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e seu gabinete de Guerra, Biden defendeu que a paz na região depende da solução de dois Estados. “Precisamos seguir perseguindo um caminho para que os povos de Israel e Palestina possam viver com segurança, dignidade e paz”, afirmou. Ele exortou os israelenses a não deixarem se consumir pela raiva e garantiu que seu país continuará a apoiar Israel “no trabalho de proteger seu povo”. Mais cedo, o presidente comentou a explosão no hospital Al-Ahli: “Aparentemente foi coisa do outro lado”, disse, referendando a explicação de Israel de que a tragédia foi provocada por um foguete do grupo terrorista Jihad Islâmica. Ele disse que se baseou em informações do Departamento de Defesa americano. (CNN)

Ecoando a promessa de apoio de Biden, os EUA vetaram a proposta do Brasil no Conselho de Segurança da ONU para uma resolução sobre o conflito. A representante de Washington, Linda Thomas-Greenfield, disse que seu governo estava desapontado pela ausência no texto do direito de Israel à autodefesa. Também criticou a inclusão, por sugestão da Rússia, de um pedido de cessar-fogo imediato. (g1)

Enquanto isso... ainda sob o impacto das imagens do ataque ao hospital palestino, 80 mil se reuniram em frente ao consulado de Israel. Também houve manifestações em outros países, como a Tunísia. Nos EUA, 500 judeus foram detidos no Capitólio durante manifestação pelo cessar-fogo entre Israel e Hamas. A maioria é ligada ao grupo de esquerda Voz Judaica pela Paz. (New York Times e Haaretz)

Um total de 1.137 brasileiros já foram repatriados de Israel na Operação Voltando em Paz. Outros 150 seguem na região no aguardo da repatriação: 120 em Israel e cerca de 30 na Faixa de Gaza. Desde o dia 10, seis voos deixaram Tel Aviv, sendo que o último deles, com 221 brasileiros, chega ao Brasil na madrugada de hoje. (Agência Brasil)

Depois de compartilhar em seu perfil no X uma publicação do ilustrador Carlos Latuff chamando apoiadores de Israel de “idiotas”, o presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Hélio Doyle, foi demitido. “Não precisa ser sionista para apoiar Israel. Ser um idiota é o bastante”, diz a publicação compartilhada e apagada por Doyle, nomeado por Lula em fevereiro. (Poder360)

Meio em vídeo. A tragédia no hospital em Gaza, seja lá quem for o responsável por ela, só mostra que o Hamas já venceu. Levou Israel à irracionalidade, acirrou o conflito, só aumentou o número de mortos. A paz está cada vez mais distante. Confira o que pensa Pedro Doria no Ponto de Partida. (YouTube)

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Viver

O governo federal liberou R$ 647 milhões para conter os estragos provocados pela seca na região Norte. Após uma reunião com ministros e parlamentares, o vice-presidente, Geraldo Alckmin, anunciou o repasse aos estados, que não inclui o pagamento do seguro defeso e do auxílio emergencial, que serão liberados a algumas famílias. Ele também garantiu que alguns serviços, como a dragagem de rios, serão permanentes com recursos do Novo PAC. (CNN Brasil)

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou ontem o projeto da nova Lei de Cotas em universidades públicas. O texto mantém a política de cotas raciais para pessoas negras e indígenas e retira o prazo de validade da lei. A proposta deve ser analisada pelo plenário na próxima semana. A Lei de Cotas entrou em vigor em 2012, com previsão de revisão dez anos depois, o que não ocorreu. O projeto substitui a validade da lei pela revisão do sistema a cada dez anos. (Congresso em Foco)

A União Europeia baniu a venda de microplásticos e produtos feitos a partir desse material em todos os países do bloco. A medida abrange as partículas de polímeros sintéticos com menos de cinco milímetros, afetando o comércio de cosméticos, detergentes, glitters corporais, fertilizantes, brinquedos e medicamentos. A restrição vale para mercadorias produzidas dentro e fora da UE. Estima-se que 42 mil toneladas de microplásticos sejam liberados anualmente no bloco. (Folha)

Panelinha no Meio. Brócolis não serve só para arroz. Uma ótima opção para aproveitar o sabor e os nutrientes dessa verdura é a sopa de brócolis e couve-flor, enriquecida com leite e noz moscada.

Cultura

Nos EUA, no início do século passado, o petróleo enriqueceu o povo indígena Osage e atraiu homens brancos inescrupulosos, culminando em mais um capítulo na lista de crimes contra os povos originários. Essa história real inspira o longa Assassinos da Lua das Flores (trailer), de Martin Scorsese. Com Leonardo DiCaprio, Lily Gladstone e Robert De Niro é o destaque nas estreias de hoje nos cinemas. Também merece destaque Elas por Elas (trailer), que reúne sete curtas dirigidos e protagonizados por mulheres de várias partes do mundo. E, para alegrar a crianças (e vender bonequinhos), Trolls 3 - Juntos Novamente (trailer) preenche a cota de animações.

Confira a programação completa nos cinemas da sua cidade. (Adoro Cinema)

Para ler com calma. Para ser histórica e linguisticamente correto, Scorsese contratou consultores do povo Osage. Mas mesmo seus colaboradores têm sentimentos ambíguos em relação a Assassinos da Lua das Flores. “Como Osage, eu realmente queria que isso tivesse sido feito pela perspectiva de Mollie (Gladstone) e do que sua família vivenciou, mas acho que seria necessário um Osage para fazer isso”, disse o consultor Christopher Cote. (Veja)

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Em meio a uma acusação de plágio, a Bauducco cancelou uma campanha publicitária com a música Magia Amarela, de Duda Beat e Juliette. A faixa seria uma apropriação de AmarElo, álbum e projeto visual lançado por Emicida, irmão do cantor e produtor Evandro Fióti, que fez a acusação. Em comunicado, a empresa afirma que “decidiu cancelar a campanha e seguirá dialogando com os artistas envolvidos, pelos quais manifesta total respeito e admiração”, e ressaltou que “a participação das cantoras se restringiu à interpretação da música-tema, sem vínculo com a criação da campanha”. (Estadão)

A gravadora EMI Records, que pertence à Universal, foi condenada a pagar uma indenização de R$ 150 milhões aos herdeiros do cantor e compositor João Gilberto (Spotify), que morreu em 2019. O “pai da Bossa Nova” abriu a ação em 1997, acusando a empresa de remasterizar sem autorização gravações antigas para relançamento. A sentença do Tribunal de Justiça do Rio foi proferida em fevereiro, mas o valor da indenização só foi estabelecido nesta semana. A gravadora pode recorrer da decisão. (Estadão)

Cotidiano Digital

A Netflix anunciou que vai cancelar seu plano básico no Brasil na próxima semana, medida que também deve chegar a Alemanha, Espanha, Japão, México e Austrália. Além disso, um aumento das assinaturas em Estados Unidos, Reino Unido e França passou a valer ontem. Nos EUA, a opção com anúncios não sofreu alterações, permanecendo em US$ 6,99, mas o plano básico passou de US$ 9,99 para US$ 11,99 e a versão Premium subiu de US$ 19,99 para US$ 22,99. Segundo a gigante do streaming, não há previsão de aumento no Brasil. A Netflix alcançou a marca de 247,15 milhões de assinantes em todo o mundo, após conseguir 8,76 milhões de usuários no último trimestre. No mesmo período, atingiu a expectativa dos analistas de mercado, faturando US$ 8,54 bilhões. (Tecmundo)

A rede social X começou a testar uma taxa de assinatura de US$ 1 por ano para novos usuários. A novidade está disponível na Nova Zelândia e também nas Filipinas. A assinatura, chamada de Not a Bot, serve para verificar se um usuário é legítimo e não um robô. Com o plano, o usuário pode postar conteúdo, compartilhar postagens, responder e até mesmo citar outras postagens no X. Ou seja, será preciso pagar para ter uma conta comum. Os novos usuários que não pagarem a taxa não poderão realizar determinadas ações. Já as contas antigas não serão afetadas. A iniciativa faz parte dos planos da companhia de Elon Musk para conseguir novas fontes de renda. O X deve lançar novos recursos adicionais para assinantes pagos, como compras e pagamentos. Atualmente, o X Premium custa R$ 42 mensais. (Globo)

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