Prezadas leitoras, caros leitores —
Nesta semana o valor de mercado de um Bitcoin voltou a ultrapassar os US$ 50 mil. Chegou a valer US$ 15 mil em novembro de 2022, nas profundezas do vale da desilusão do inverno cripto. Será um novo pico de expectativas infladas? Ou o reflorescimento da cripto economia nos traz algum indício de que ela está subindo a rampa do esclarecimento?
Ainda no universo digital, vamos explorar o mundo das “aesthetics girls”, jovens que seguem estilos, tendências e comportamentos moldados pelas redes sociais, e o que isso diz da cultura e do consumo atuais. E há 50 anos o Kiss lançava seu álbum de estreia, sem dar pistas de que seria um dos maiores fenômenos da história do rock.
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Procurador acusa Aras de facilitar ação golpista
Responsável por acompanhar, no Ministério Público Federal em Brasília, as providências de autoridades de segurança pública em relação às manifestações contra o resultado das eleições presidenciais de 2022, o procurador da República Anselmo Cordeiro Lopes afirma, em despacho com data do último dia 25, que Augusto Aras, procurador-geral da República no governo de Jair Bolsonaro (PL), contribuiu para o avanço da trama golpista. Semanas antes do 8 de Janeiro, a primeira instância do MPF na capital recomendou que os órgãos de segurança agissem para evitar manifestações violentas e monitorassem “conjuntamente e continuamente” possíveis pontos de tensão. Mas, segundo o despacho de Lopes, conta Rodrigo Rangel, Aras impediu que o documento chegasse às autoridades militares que deveriam cumprir as medidas. O então PGR ordenou que a recomendação fosse devolvida por extrapolar as atribuições dos procuradores de primeira instância que a assinavam. Aras também mandou encerrar grupos de trabalho montados para monitorar os movimentos golpistas. No despacho, Lopes solicita, via PGR, o compartilhamento das provas obtidas nas apurações do Supremo Tribunal Federal contra Bolsonaro e generais das Forças Armadas. (Metrópoles)
Embora as investigações que precederam a Operação Tempus Veritatis indiquem que o general Freire Gomes e o brigadeiro Baptista Junior, ex-comandante do Exército e da FAB, recusaram-se a aderir a uma tentativa de golpe, a Polícia Federal quer apurar uma eventual omissão desses oficiais. (g1)
Já a delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, indicou que os empresários Luciano Hang, dono da Havan, e Meyer Nigri, fundador da Tecnisa, pressionaram o então presidente para que o Ministério da Defesa produzisse um relatório “mais duro” sobre o processo eleitoral com o objetivo de “virar o jogo”, relata Paulo Cappelli. (Metrópoles)
A defesa de Hang afirmou que ele “jamais sugeriu ou pediu a quem quer que fosse a adoção de medida destinada a atentar contra o ordenamento jurídico e as instituições democráticas”. A defesa de Nigri disse que ele “nunca pediu e, muito menos, pressionou o ex-presidente Bolsonaro a romper o sistema democrático.” (UOL)
Para o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), não há elementos que justifiquem a responsabilização de Bolsonaro. “Sinceramente, eu não consigo ver — e essa não é uma opinião minha, tem muitos juristas divididos — nada que traga uma responsabilização para ele. Não vejo. Acho que o pessoal está criando muita coisa”, disse, acrescentando que sempre estará com o ex-presidente. (Globo)
Não à toa, Tarcísio disse que estará no ato convocado por Bolsonaro para o próximo dia 25, na Avenida Paulista. Mas só outras duas de 20 lideranças procuradas pela Folha confirmaram presença — os senadores Ciro Nogueira (PP-PI) e Marcos Pontes (PL-SP). As senadoras Tereza Cristina (PP-MS) e Damares Alves (Republicanos-DF) e os governadores Jorginho Mello (PL-SC) e Antonio Denarium (PP-RR) não irão. Os demais não responderam ou não definiram a agenda. Entre eles estão o prefeito Ricardo Nunes (MDB-SP), o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) e o governador Cláudio Castro (PL-RJ). (Folha)
Filho zero quatro de Jair Bolsonaro (PL), Jair Renan e seu ex-instrutor de tiro Maciel Alves de Carvalho foram indiciados pela Polícia Civil do DF por falsidade ideológica, uso de documento falso e lavagem de dinheiro. Segundo o relatório da investigação, os dois falsificaram quatro relações de faturamento da empresa RB Eventos e Mídia, que à época pertencia a Jair Renan. Eles inflaram o faturamento para R$ 4,6 milhões entre 2021 e 2022 para conseguir empréstimos bancários. Cabe ao Ministério Público decidir se oferece ou não denúncia à Justiça. (g1)
A Polícia Federal concluiu o inquérito que apurava a agressão à família do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, em julho passado, no aeroporto de Roma. Segundo as investigações, o filho dele levou um tapa no rosto, mas o delito foi considerado de menor potencial ofensivo e ninguém será indiciado. No relatório, a PF aponta que Roberto Mantovani Filho cometeu crime de injúria real contra o rapaz. As câmeras não captaram o áudio, não sendo possível verificar as alegações de ataques verbais e ofensas feitas por ambas as partes. (Correio Braziliense)
O governo do presidente Nicolás Maduro determinou ontem que a agência de direitos humanos da ONU saia da Venezuela. O anúncio do ministro das Relações Exteriores, Yvan Gil, ocorre dias após a detenção e o desaparecimento temporário de Rocío San Miguel, proeminente especialista em segurança e defensora dos direitos humanos. Após sua detenção, várias entidades das Nações Unidas emitiram declarações online expressando preocupação e classificando a situação como parte de um padrão para intimidar os críticos. Gil deu 72 horas aos funcionários do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos para “abandonar” o país. (New York Times)
Numa derrota para o ex-presidente Donald Trump, a Justiça de Nova York rejeitou o pedido de arquivamento do processo a que ele responde por fraude fiscal e marcou para 25 de março o início do julgamento. Trump é acusado de maquiar sua contabilidade para esconder pagamentos à ex-atriz pornô Stormy Daniels em troca de silêncio sobre um relacionamento extraconjugal entre ambos. Esse será o primeiro julgamento criminal do ex-presidente, e analistas acreditam que uma eventual condenação tenha impacto sobre suas pretensões de voltar à Casa Branca. (BBC)
Israel anunciou ontem que suas forças especiais invadiram o Hospital Nasser, última grande unidade de saúde a funcionar na Faixa de Gaza. Sob a justificativa de “prender suspeitos”, a invasão aconteceu após dias de cerco ao prédio e a expulsão de centenas de palestinos abrigados lá. Israel afirma que o Hamas “se esconde atrás de pacientes”, enquanto os extremistas islâmicos negam atuar no hospital. A ONG Médicos Sem Fronteiras exigiu o fim imediato do ataque israelense. (CNN)
Em seu primeiro dia de compromissos oficiais no Egito, o presidente Lula voltou a criticar a invasão à Faixa de Gaza e reclamou da falta de poder da ONU para impor suas resoluções. “A única coisa que se pode fazer é pedir paz pela imprensa, mas me parece que Israel tem a primazia de descumprir, ou melhor, de não cumprir nenhuma decisão emanada da direção das Nações Unidas”, disse Lula, ao lado do presidente egípcio Abdul Fatah Khalil al-Sisi. (Poder360)
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Viver
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, anunciou um plano para construir muralhas nos cinco presídios federais do país, utilizar reconhecimento facial para todos os que entram nas unidades, modernizar os sistemas de alertas e videomonitoramento, além de nomear 80 novos policiais penais já aprovados em concurso. Segundo o ministro, as obras na penitenciária de Mossoró (RN) contribuíram para que dois detentos ligados ao Comando Vermelho escapassem na madrugada de quarta-feira, uma vez que as ferramentas usadas na fuga não estavam guardadas corretamente. Além das falhas no projeto estrutural do presídio, a fuga pode ter sido facilitada pelo “relaxamento” dos agentes na terça-feira de Carnaval. A pasta acredita que os fugitivos estejam em um perímetro de 15 km e 300 agentes de segurança fazem as buscas. (g1)
Então... O secretário nacional de Políticas Penais, André Garcia, classificou a fuga como uma “crise no sistema prisional”, tratando o fato como “irrepetível”. Ele garantiu que “não há chance de acontecer um evento dessa natureza quando esses protocolos são seguidos rigorosamente” e deve concluir hoje uma perícia na unidade. Uma portaria assinada pelo diretor substituto do Sistema Penitenciário Federal, José Renato Gomes Vaz, suspendeu as visitas, incluindo reuniões com advogados, banhos de sol e atividades laborais, educacionais e religiosas em presídios federais. (UOL)
Um relatório do Centro para a Integridade Climática (CCI), nos Estados Unidos, sugere que os produtores de plástico sabem há mais de 30 anos que a reciclagem não é uma solução viável para gestão de resíduos. O material é derivado de petróleo, sendo difícil de reciclar, já que a maioria dos milhares de seus componentes químicos não pode ser recuperada em conjunto. Além disso, o produto se degrada cada vez que é reutilizado, podendo passar pelo processo apenas uma ou duas vezes. (Guardian)
Meio em vídeo. O Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo emitiu um manifesto de repúdio ao desfile da escola de samba Vai-Vai. Política, carnaval e censura se misturam desde que o Brasil é Brasil. Confira o que pensa Mariliz Pereira Jorge em De Tédio a Gente Não Morre. (YouTube)
Cultura
Após sete anos sem lançar um álbum completo, Shakira anunciou que sai, em 22 de março, Las Mujeres Ya No Lloran, seu 12º trabalho de estúdio. Serão 16 faixas, sendo oito inéditas, sete singles já lançados e um remix. Entre as músicas está Music Sessions Vol. 53, em parceria com BZRP, que chegou a lhe render 14 recordes no Guinness Book. A cantora também estreia no vinil, disponibilizando o disco em quatro edições com artes diferentes. “Ao escrever cada música, reconstruí a mim mesma. Ao cantá-las, minhas lágrimas se transformaram em diamantes e minha vulnerabilidade, em resiliência”, disse a colombiana. (Rolling Stone e Terra)
A política invade a música. Um grupo de 400 celebridades – boa parte de origem judaica –assinou uma carta aberta pedindo a manutenção de Israel na Eurovision, a popular competição musical europeia. É uma resposta ao manifesto de mil artistas escandinavos que cobrava a exclusão de Israel em função da invasão da faixa de Gaza. Em outra frente, a dupla de rappers israelenses Ness e Stilla defendeu em uma música a morte da cantora Dua Lipa, da modelo Bella Hadid e da ex-atriz pornô Mia Khalifa, críticas da ação de Israel em Gaza. (Globo)
Morreu na madrugada de ontem o colunista e roteirista Tony Goes, que escrevia sobre TV para a Folha. Ele tinha 63 anos e enfrentava um câncer no fígado. Carioca radicado desde a infância em São Paulo, Goes era publicitário de formação, mas logo mergulhou no universo da TV, tanto em análises em suas colunas quanto na criação de textos para programas como Vídeo Show, da TV Globo, e em séries próprias, como Santo de Casa, da Band, e 12 Moedas, da HBO, seu último roteiro para TV. Também escreveu a peça Quem Tem Medo de Olga Del Volga, sobre o ator, ilustrador e figurinista Patrício Bisso (1957-2019). (Folha)
Cotidiano Digital
A OpenAI apresentou ontem o Sora, uma nova inteligência artificial que cria vídeos realistas de até 60 segundos a partir de comandos de texto, além de produzir continuações de vídeos existentes ou gerá-los a partir de imagens estáticas. A nova ferramenta pode apresentar algumas falhas, como dificuldade para reproduzir a física de uma cena complexa e não entender lógica de causa e efeito, como um alimento que continua intacto após ser mordido. Sora foi liberado para análise de especialistas em áreas de segurança, como desinformação, conteúdo de ódio e preconceito, e ainda não está disponível ao público. Um grupo de artistas visuais, designers e cineastas também recebeu acesso para contribuir com sugestões. (g1)
É... A Microsoft vai investir 3,2 bilhões de euros nos próximos dois anos em infraestruturas de IA na Alemanha. O aporte foi anunciado pelo vice-chairman da companhia, Brad Smith, em evento com o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz. O objetivo é expandir data centers da Microsoft na região. Serão construídos novos centros de processamento nos arredores de Frankfurt e outra cidades, além da oferta de treinamentos para funcionários. (Valor)
A Cisco Systems vai demitir mais de 4 mil funcionários, cerca de 5% de sua força de trabalho global, estimada em 84 mil profissionais. O corte em massa da gigante de serviços de software, nuvem e segurança faz parte de um plano de reestruturação para realinhar o negócio e permitir mais investimentos em áreas-chave, como inteligência artificial e parcerias para impulsionar o crescimento. A empresa também reduziu sua meta de receita anual. Google, Amazon e Microsoft também já demitiram neste ano. (Exame)
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