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Análise: a inflação e a despencada de Lula no Datafolha

Vera Magalhães: “A pior aprovação de Lula em todos os seus mandatos, constatada por pesquisa Datafolha, reflete um momento delicado de seu governo, em que o presidente evidencia a falta de projeto claro para o terceiro mandato, adota medidas e falas contraproducentes no afã de melhorar sua avaliação e flerta com aquela que é a principal razão do descontentamento de amplos espectros da população brasileira com ele: a inflação descontrolada. O único alívio para Lula no cenário atual se chama justamente Jair Bolsonaro: além de estar na iminência de se tornar réu por tentativa de golpe, o capitão, autocentrado, embola o meio de campo na oposição ao se recusar a deixar que se escolha um candidato para 2026. Lula precisaria aproveitar essa contingência para arrumar seu próprio time, sob pena de chegar fraco a uma eleição em que outros tantos fatores imprevisíveis, como o caos Donald Trump, podem influenciar a decisão do eleitor para um lado ou para o outro. Fica evidente que a tentação de deixar de vez a austeridade fiscal de lado e apelar a medidas populistas no desespero de se reeleger vai ser cada vez maior, ainda mais se Lula cumprir o que parece disposto a fazer e nomear para o governo mais petistas contrários a Fernando Haddad. Enveredar pelo caminho da gastança não vai resolver a crise de avaliação e pode ainda ser muito deletério para o país”. (Globo)

Luiza Trajano pede a Galípolo para não comunicar mais aumento nos juros

Presidente do conselho de administração do Magazine Luiza, Luiza Trajano pediu nesta sexta-feira ao presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, que não comunique mais altas de juros no país. Em evento com o economista na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, a empresária endossou o coro de empresários que reclamaram com o presidente do BC sobre a condução da política monetária. “Quero pedir para ele [Galípolo], por favor, não comunicar mais que vai ter aumento de juros, porque aí já atrapalha tudo desde o começo”, brincou ao lado de Galípolo. “O varejo é o primeiro que sofre e é o primeiro que demanda. É dele que sai tudo. A pequena e média empresa não aguenta mais sobreviver com isso, não tem condição. É ela que gera emprego”, completou. Galípolo disse que muitas das reclamações feitas pelos empresários sobre os juros têm mais relação com problemas estruturais e menos com o atual ciclo da política monetária. No mesmo evento, o presidente do conselho de administração da Gerdau, Guilherme Gerdau, criticou a condução da política de juros pelo BC, afirmando que a escalada da Selic está fazendo “vítimas” no setor produtivo e minando a capacidade de investir em modernização. Galípolo respondeu que o BC tem segurança para colocar a taxa de juros em um patamar restritivo pelo tempo que for necessário e, assim, trazer a inflação para a meta. “O remédio vai funcionar.” (Folha)

Demissões no regulador financeiro dos EUA levantam preocupações sobre big techs

Por volta de 20 tecnólogos do Consumer Financial Protection Bureau (CFPB) foram demitidos, desmantelando uma equipe especializada em analisar a entrada das big techs no setor financeiro, segundo informações confirmadas pelo The Verge. O órgão é uma agência independente do governo e é responsável pela proteção ao consumidor no setor financeiro. Musk, que lidera o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), está à frente da redução da força de trabalho federal, conforme ordem executiva do ex-presidente Donald Trump. Ex-funcionários alertam que a remoção desses especialistas pode enfraquecer a fiscalização de práticas potencialmente prejudiciais das gigantes de tecnologia, dificultando investigações. Além disso, há preocupações sobre o acesso do DOGE a informações sigilosas coletadas pelo CFPB. Segundo um documento interno citado pelo The Verge, os dados incluem detalhes de investigações e informações de mercado que podem beneficiar empresas privadas – como a própria X, de Musk. (The Verge)

Datafolha: com 24%, aprovação de Lula é a pior de seus três mandatos presidenciais

Em apenas dois meses, a aprovação do presidente Lula despencou de 35% para 24%, menor patamar nas três passagens do petista pelo Palácio do Planalto, segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira. O número mais baixo até então era 28% de ótimo e bom em outubro e dezembro de 2005, no auge da crise do mensalão. A reprovação também é recorde, avançando de 34% para 41%. O maior índice de ruim e péssimo era de dezembro passado (34%). Outros 32% acham o governo regular. Em dezembro, 29% tinham essa opinião. Os resultados demonstram o impacto de crises que o governo enfrenta, sendo a mais evidente a da fiscalização do Pix a partir de R$ 5 mil. Apesar da troca na Secretaria de Comunicação, os problemas continuaram. A inflação de alimentos segue preocupando. A fala de Lula sobre não comprar o que está caro não ajudou e foi um prato cheio para a oposição. (Folha)

STF forma maioria para rejeitar recursos contra descriminalização do porte de maconha

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para rejeitar recursos apresentados pelo Ministério Público e pela Defensoria Pública de São Paulo contra a decisão que descriminalizou o porte de maconha para consumo pessoal e estabeleceu 40 gramas como parâmetro para diferenciar usuários de traficantes. O relator, ministro Gilmar Mendes, afirmou que não houve contradição no entendimento da Corte e destacou que a quantidade superior a 40 gramas, por si só, não implica em condenação automática por tráfico. Mendes foi acompanhado por sete ministros, incluindo Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia e Edson Fachin. Os recursos questionavam pontos como o ônus da prova sobre a condição de usuário e a aplicação da decisão a outros derivados da cannabis, como haxixe e skunk, o que foi negado pelo STF. (Globo)

Airbnb anuncia uso de IA para atendimento, mas adia planejamento de viagens

O CEO do Airbnb, Brian Chesky, revelou que a empresa começará a usar inteligência artificial em seu sistema de suporte ao cliente ainda este ano. A revelação foi feita durante a divulgação dos resultados do quarto trimestre de 2024. Chesky afirmou que, apesar do potencial da IA, a tecnologia ainda está “muito no início” para auxiliar no planejamento de viagens, comparando o momento atual da IA com a internet nos anos 90. A empresa, que registrou lucro de US$ 2,48 bilhões no último trimestre, prevê que a IA ajude a melhorar a eficiência no atendimento e, futuramente, atue como um concierge digital. No entanto, o impacto mais amplo na produtividade, segundo ele, ainda deve levar alguns anos para se concretizar. (TechCrunch)

Disputa na família de Rupert Murdoch põe em risco TVs do movimento conservador moderno

O magnata das comunicações Rupert Murdoch tem 92 anos. E desde 2023 tenta definir a sucessão em seu império de mídia global, que inclui Fox News, The Wall Street Journal, The New York Post, HarperCollins, além de jornais e canais de TV na Austrália e no Reino Unido. O fundo familiar que detém as ações de suas empresas dá a ele o direito de comandá-las até sua morte. Depois disso, a divisão será igualitária entre seus quatro filhos. Mas o objetivo de Murdoch é dar o controle do conglomerado a Lachlan, que compartilha de sua visão mais conservadora do mundo. O caso foi parar na Justiça, com Murdoch e seu filho mais velho de um lado e os outros três, Prudence, Elisabeth e James, de outro. O New York Times teve acesso a mais de 3 mil páginas da ação que correu em segredo de Justiça. A questão foi decidida em dezembro por um comissário de sucessões e agora está sob recurso.

Em resposta à tarifação do aço, Lula ameaça taxar EUA e fazer denúncia na OMC

O presidente Lula rompeu o tom ameno do governo sobre as decisões tarifárias de Donald Trump e afirmou que qualquer taxação de produtos brasileiros nos Estados Unidos, como o aço, pode ter como reação uma taxação de produtos americanos no Brasil. “Enquanto os EUA tiverem relação civilizada e harmônica com o Brasil, está tudo bem. Agora, ouvi dizer que vai taxar o aço brasileiro. Se taxar, vamos reagir comercialmente ou vamos denunciar na OMC [Organização Mundial do Comércio] ou vamos taxar os produtos que a gente importa deles. A relação do Brasil com os EUA é muito igualitária. Eles importam US$ 40 bilhões. Nós importamos US$ 45 bilhões”, disse Lula em entrevista à Rádio Clube do Pará. Na segunda-feira, Trump impôs tarifa de 25% sobre aço e alumínio de todos os países. O Brasil é o segundo maior fornecedor de aço para os EUA. Na quinta-feira, o americano anunciou tarifas recíprocas a todos os países, o que deve afetar a exportação brasileira de etanol para os americanos, devido a uma taxa de 18% à importação de etanol americano a base de milho. Lula explicou que o relacionamento entre Brasil e EUA é entre Estados, não entre os presidentes. “Não queremos atrito com ninguém. O Brasil não tem contencioso internacional. Queremos paz e tranquilidade. Se o Trump tiver esse comportamento com o Brasil, teremos esse comportamento com os EUA. Agora, se tiver alguma atitude com o Brasil haverá reciprocidade.” (Estadão)

Google se desculpa por alerta de terremoto enviado a usuários de Android no Brasil

O Google pediu desculpas aos usuários de Android que receberam, na madrugada desta sexta-feira, um falso alerta de um terremoto nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. A empresa informou que desativou o Sistema Android de Alertas de Terremoto no Brasil e está investigando o incidente. Segundo o Google, o sistema utiliza sensores dos celulares Android para estimar vibrações sísmicas e alertar rapidamente os usuários, mas não substitui os sistemas oficiais de monitoramento. O alerta enviado durante a madrugada indicava possíveis tremores de magnitude 4,4 em Ubatuba e 5,5 na Baixada Santista. A Defesa Civil de São Paulo e o Centro de Sismologia da USP afirmaram que não houve registros de abalos sísmicos no estado. O mesmo foi confirmado pela Defesa Civil do Rio de Janeiro, que destacou que o CEMADEN-RJ também não registrou nenhuma atividade sísmica. (CNN Brasil)

Apple e Google restauram TikTok nos EUA após suspensão da proibição

Apple e Google voltaram a disponibilizar o TikTok em suas lojas de aplicativos nos EUA na noite de ontem, quase um mês depois da remoção do app em cumprimento a uma lei de segurança nacional que previa sua proibição. A decisão veio após a procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, afirmar que a restrição não seria aplicada de imediato. Além do TikTok, outros aplicativos da ByteDance, como o editor de vídeo CapCut e a rede social Lemon8, também foram restaurados. Apesar da Suprema Corte ter mantido a legislação, Donald Trump, ao assumir a presidência, assinou uma ordem executiva adiando a proibição e dando à ByteDance um prazo adicional de 75 dias para encontrar um comprador. Desde então, o ex-presidente sugeriu que os EUA poderiam adquirir 50% do TikTok por meio de uma joint venture com empresas de tecnologia. Oracle e Microsoft estariam na disputa pela compra do aplicativo. Mesmo em meio às incertezas, o TikTok popular nos EUA e foi o segundo app mais baixado no país em 2024, com 52 milhões de downloads. (TechCrunch)

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