News do Meio

Isolado pelo mundo, Putin encara baixas altas nas tropas

O isolamento do presidente russo Vladimir Putin ficou claro ontem com a aprovação, na Assembleia Geral da ONU, de uma resolução “deplorando” a invasão da Ucrânia. Embora o termo tenha sido suavizado e a decisão não tenha efeito no mundo real, o placar não deixou dúvidas. Foram 144 votos a favor, incluindo EUA, os países da União Europeia e o Brasil, e apenas cinco contra – a própria Rússia, Belarus, que está servido de base para as tropas de Putin, Síria, Coreia do Norte e Eritreia. Potências como a China e Índia estão entre os 35 países que se abstiveram. (g1)

Paraquedistas russos tentam controlar segunda maior cidade da Ucrânia

O governo ucraniano confirmou que paraquedistas russos entraram em Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, e lutam por seu controle. Durante a terça, o centro urbano já havia sido alvo de um pesado bombardeio, que destruiu a sede do governo local, matando dez pessoas e deixando pelo menos 20 feridos. Já na capital, Kiev, as bombas russas tiveram como alvos a principal antena de TV da cidade, resultando em cinco mortes de civis, e o memorial em homenagem às vítimas ucranianas do Holocausto. O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, classificou os ataques como terrorismo e acusou o russo Vladimir Putin de crimes de guerra. “Os russos sabiam em quem estavam atirando. Ninguém vai perdoar vocês pelo assassinato do povo ucraniano”, afirmou. (UOL)

Edição Extra: Putin levanta a ameaça nuclear

Pela quarta noite seguida, os ucranianos conseguiram resistir nesta madrugada de segunda-feira ao poderio militar russo. O Exército invasor tem sido mantido a 30 quilômetros da capital, Kiev, e com dificuldades de avançar. Outras duas cidades importantes, Kharkiv e Chernihiv, também seguem de pé. Ainda hoje de manhã, no horário brasileiro, devem começar em Belarus, fronteira com a Ucrânia, negociações de paz propostas por Moscou. O presidente ucraniano Volodymyr Zelenski enviou uma delegação, mas com ceticismo. A Rússia exige como pré-condições que a Ucrânia se “desmilitarize e se denazifique”, o que é lido como exigência de capitulação completa. Isto não ocorrerá agora — as forças de Zelenski começaram a ser armadas pelos países europeus. E o tom beligerante russo escalou. Mesmo com as conversas já convocadas, o presidente Vladimir Putin lembrou ontem ao mundo que tem o maior arsenal nuclear do planeta. E Belarus, espera-se, deve se juntar ao esforço de guerra russo nos próximos dias. Ainda assim, a resistência ucraniana pegou Moscou de surpresa e o primeiro dia útil da semana será de choque no país de Putin. O Banco Central elevou os juros básicos da economia de 9,5% a 20% para tentar evitar que sua moeda, o rublo, desmorone perante sanções internacionais num nível jamais visto. Ainda assim, a perda de valor já estava em 30%, no fechamento desta edição. (Washington Post)

Kiev se prepara para ser invadida

A Rússia manteve o bombardeio de Kiev, a capital ucraniana, pela segunda noite seguida — as sirenes que alertam para o bombardeio ainda tocavam quando o dia amanheceu. Ao menos um edifício residencial estava em chamas, tendo sido atingido por artilharia. Até o fechamento desta edição, a informação do governo ucraniano era de que os tanques russos estavam a 30 quilômetros da capital, preparando uma tomada. O secretário de Estado americano, Anthony Blinken, afirmou que a Casa Branca está convencida de que a intenção russa é derrubar o governo. (Washington Post)

Kiev atacada; Começa a Guerra da Ucrânia

Os mísseis lançados contra Kiev, capital da Ucrânia, começaram a explodir por volta das 5h desta quinta-feira, meia-noite no Brasil. Às 7h, as sirenes de alarme de ataques aéreos soaram e pais em toda capital receberam por SMS o aviso de que as aulas, hoje, seriam online. As estações de metrô, que servem de abrigo perante ataques aéreos, encheram de pessoas. No fim da manhã, um longo engarrafamento, carros em fuga partindo na direção da Europa, havia se formado. As sirenes também tocaram em Lviv, a metrópole mais próxima da fronteira polonesa. Lá, a população foi aconselhada a desligar as luzes, ter consigo seus documentos mais importantes e buscar abrigo. É a cidade para onde muitos dos diplomatas estrangeiros haviam sido realocados, vindos da capital. Comboios militares cruzaram a fronteira vindos da própria Rússia e também de Belarus, invadindo a Ucrânia. “Estamos nos defendendo”, afirmou em pronunciamento na TV o presidente russo Vladimir Putin. “Esta é uma operação militar especial para desmilitarizar e denazificar a Ucrânia.” Putin instou os soldados a ucranianos a não resistir, a largar suas armas. “Jurem aliança ao povo ucraniano, não a esta junta anti-povo que rouba a Ucrânia e abusa da população”, ele seguiu. “Todos que tentarem interferir devem saber que a reação da Rússia será imediata e levará a consequências nunca experimentadas na história.” As explosões continuavam no flanco oriental de Kiev quando esta edição fechou. (CNN)

Biden: “É o início da invasão russa”

“Este é o início de uma invasão russa”, afirmou ontem o presidente americano Joe Biden, em pronunciamento da Casa Branca. “É hora de começarmos com sanções.” A mesma decisão tomada em Washington foi acompanhada pela União Europeia e pelo Reino Unido, com variações. Mas todos os membros da OTAN seguem reafirmando que ainda há portas diplomáticas abertas. Blindados russos, em número limitado, entraram na madrugada de terça-feira nas duas províncias ucranianas de Luhansk e Donetsk, onde paramilitares financiados por Moscou já operam faz alguns anos. São, de acordo com o Kremlin, “tropas de paz”, mas a operação não foi reconhecida como legítima pelo Conselho de Segurança da ONU. Foi, ainda assim, uma invasão contida e boa parte do poder militar concentrado na fronteira da Rússia com Ucrânia ainda não recebeu ordens de entrada do presidente Vladimir Putin. (CNN)

Governo britânico: Invasão da Ucrânia começou

O presidente russo Vladimir Putin ordenou ontem a entrada de suas tropas nos estados ucranianos de Donetsk e Luhansk. Quando esta edição do Meio fechava, a imprensa britânica publicou que a invasão já havia começado, de acordo com fontes no governo Boris Johnson. São, de acordo com Moscou, tropas em missão de paz. Durante a tarde da segunda, após uma longa reunião com seu Conselho Nacional de Segurança, o presidente russo tomou a decisão de reconhecer a independência das duas províncias, que considera ‘etnicamente russas’. “Nosso objetivo sempre foi resolver conflitos de forma pacífica”, ele afirmou em pronunciamento na TV. “Ainda assim, o governo em Kiev conduziu duas operações punitivas nestes territórios e parece que estamos assistindo a uma escalada de agressões.” Na semana passada, após o ataque com morteiros a inúmeros prédios naquelas duas províncias, o presidente americano Joe Biden havia alertado que a Rússia estava armando uma operação de bandeira falsa — forjando um incidente militar para fingir que o governo ucraniano estava atacando separatistas e, assim, falsificar as razões para uma invasão. (Independent)

Macron negocia cúpula Biden-Putin

O presidente francês Emmanuel Macron arrancou ontem, de seu par francês Vladimir Putin, o aceno para um encontro de cúpula que incluiria o americano Joe Biden. Os dois líderes, de Rússia e EUA, concordam em princípio com a conversa, anunciou o gabinete da presidência francesa. Putin e Macron falaram por quase três horas em duas ligações telefônicas diferentes. Na segunda, já era esta última madrugada em Moscou. Entre as duas conversas, Macron se consultou com Biden por pouco mais de quinze minutos e o objetivo da cúpula seria conversar sobre os planos de defesa da Europa Ocidental e, a partir daí, negociar um cessar-fogo na fronteira entre Ucrânia e Rússia. A versão do Kremlin para o diálogo é um pouco diferente. De acordo com a chancelaria russa, Putin se queixou ao francês de que soldados ucranianos romperam o cessar-fogo e estão alvejando pessoas que seriam “etnicamente russas” em seu país. Os exercícios militares que o Exército russo e o da Belarus estavam envolvidos se encerraram no domingo mas, ao invés de retornar, as tropas e a artilharia de Putin se aproximaram da fronteira ucraniana. (Guardian)

Violência separatista pode levar à invasão russa da Ucrânia

O violento ataque com morteiros que ocorreu na região de Stanytsia Luhanska, na fronteira leste da Ucrânia com Rússia, marcou nesta quinta-feira o ponto máximo de crise na revolta separatista. Em Washington, em conversa com repórteres, o presidente Joe Biden afirmou que a suspeita é de que se trata de uma desculpa. “É uma operação de bandeira falsa para que possam invadir”, ele afirmou. A expressão é uma referência às antigas guerras navais, quando navios levantavam bandeiras de outras nações para culpá-las por certos ataques. “É um genocídio”, afirmou em Moscou o presidente Vladimir Putin, sugerindo que cidadãos que ele considera etnicamente russos estão sendo atacados no país vizinho. A tensão retornou ao ambiente diplomático. (New York Times)

Já passa de 100 o número de mortos em Petrópolis

A conta conforme fechamos a edição: 104 mortos. E pode ainda subir. Dentre as vítimas fatais do temporal que atingiu Petrópolis, na serra do Rio de Janeiro, 8 são crianças. Os bombeiros ainda não sabem dizer quantos desaparecidos, mas nas contas do Ministério Público são ao menos 35 pessoas. Aqui e ali alguma esperança persiste — a Defesa Civil resgatou dos escombros 24 com vida. Estima-se que 54 casas foram destruídas e mais de 370 pessoas foram acolhidas em abrigos. Vídeos mostram o antes e depois da tormenta que caiu na cidade. Instituições aceitam doações para vítimas da tragédia: o item mais necessário são garrafas de água mineral, pois o abastecimento de água foi afetado pelas chuvas. Saiba como ajudar. (g1)