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Advogado de Bolsonaro admite recompra de Rolex
Um dia depois de afirmar que nunca tinha visto o Rolex presenteado pelo governo saudita a Jair Bolsonaro (PL) ou qualquer joia, o advogado Frederick Wassef admitiu ter comprado o item nos EUA, mas disse ter usado recursos próprios. “Usei do meu dinheiro para pagar o relógio. O meu objetivo era cumprir decisão do Tribunal de Contas da União (TCU)”, afirmou sem dar detalhes. A compra foi feita em 14 de março, véspera de o TCU dar cinco dias úteis para a entrega das joias recebidas em viagem oficial à Arábia Saudita em 2019. “O governo do Brasil me deve R$ 300 mil”, disse, mostrando um recibo de compra no valor de US$ 49 mil. “Eu fiz o relógio chegar ao governo”, acrescentou, sem explicar quem o avisou sobre o Rolex, mas alegando que não foi um pedido de Bolsonaro nem de seu ajudante de ordens Mauro Cid, com que disse ter “uma relação muito formal”. O advogado afirmou que já tinha viagem pessoal marcada para os EUA, que pagou em dinheiro para obter um desconto de US$ 11 mil e que a aquisição foi declarada à Receita. (g1)
Fala de Haddad aumenta atrito com Lira
“A Câmara está com um poder muito grande e ela não pode usar esse poder para humilhar o Senado e o Executivo.” A afirmação foi feita pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a Reinaldo Azevedo no programa Reconversa, exibido ontem. Apesar de ter elogiado a articulação com as lideranças da Câmara, o ministro reconheceu que a negociação não está sendo “fácil”. “O bom da democracia é que a pessoa não vai ter esse poder para sempre, a instituição pode ter, mas você não sabe na mão de quem ela vai estar daqui a dois, quatro, 10 anos”, afirmou sem citar o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), com quem admitiu ter “debates acalorados”. A entrevista repercutiu, com líderes da Câmara cancelando a reunião sobre o arcabouço fiscal prevista para a noite de ontem na casa de Lira. “Sinceramente, não entendi essa declaração infeliz com a Casa e seus representantes”, afirmou Felipe Carreras (PE), líder do PSB. Haddad correu para se explicar: “Estava falando do fim do presidencialismo de coalizão. Tudo o que eu tenho feito é dividir com o Congresso e Judiciário as conquistas”. (Globo)
Bolsonaro e aliados se calam sobre venda de joias
Silêncio. Após a operação da Polícia Federal deflagrada na sexta-feira para apurar o suposto esquema de desvio de joias recebidas de representantes internacionais durante o mandato para seu patrimônio pessoal, Jair Bolsonaro (PL) optou por se calar. Em entrevista ao canal bolsonarista Te Atualizei, veiculada ontem, o ex-presidente não fez qualquer comentário sobre a investigação, citando apenas as prisões de antigos auxiliares. “Tem outros dois (auxiliares) que não eram diretos meus, mas estão presos: o (ex-ajudante de ordens Mauro) Cid e o sargento (Luis Marcos) dos Reis, cuja punição, se forem culpados, não seria passível dessa preventiva que estão sofrendo agora. Um objetivo é uma delação premiada, e o outro é me atingir.” Nas redes sociais, postou ontem apenas sobre o Dia dos Pais. Sobre a operação da PF, até o momento, Bolsonaro só se pronunciou por meio de seus advogados, afirmando que “jamais apropriou-se ou desviou quaisquer bens públicos, colocando à disposição do Poder Judiciário sua movimentação bancária”. A PF executou mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao advogado Frederick Wassef, que trabalhou para Bolsonaro; ao general Mauro Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens Mauro Cid; e ao tenente Osmar Crivelatti, que atua na equipe do ex-presidente. Além disso, foi pedida a quebra dos sigilos de Bolsonaro. Sua mulher, Michelle, também foi alvo de petição para uso de seus dados reservados. (Globo)
Equador pede ajuda ao FBI após assassinato de candidato
Para investigar o assassinato do candidato à presidência Fernando Villavicencio, o Equador pediu ajuda ao FBI, a polícia federal americana. O anúncio foi feito pelo presidente Guillermo Lasso, horas depois de decretar estado de exceção por 60 dias, para permitir o patrulhamento de militares nas ruas do país, tomado pela violência do narcotráfico, e para garantir a realização das eleições presidenciais, mantidas no próximo dia 20. Seis homens — todos colombianos — foram presos por suposto envolvimento no crime, que ocorreu na quarta-feira, após um comício em Quito. Um suspeito foi morto na troca de tiros com a polícia durante o atentado. Logo após o ataque, membros da facção criminosa Los Lobos assumiram a responsabilidade: “Toda vez que políticos corruptos não cumprem suas promessas quando recebem nosso dinheiro, serão demitidos”. À noite, no entanto, a autoria foi negada pelo grupo. Villavicencio, de 59 anos, que estava em quinto na disputa presidencial, havia alertado que era alvo de ameaças da maior organização criminosa do Equador, Los Choneros, cujo líder está preso. Dias antes, chegou a afirmar “que venham os chefes do tráfico, que venham mafiosos”. A mulher do candidato afirmou que erros das equipes de segurança e logística de seu marido facilitaram a execução dele. (g1 e Globo)
Prisão de ex-diretor-geral da PRF aumenta pressão sobre Torres e Bolsonaro
Agentes federais amanheceram ontem na porta do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques com um mandado de prisão emitido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Ele é acusado de organizar blitzes no dia 30 de outubro de 2022, segundo turno das eleições, para dificultar o acesso de eleitores na Região Nordeste, onde o hoje presidente Lula havia liderado no primeiro turno. Vasques já é réu em outra ação por ter, como diretor da PRF, pedido votos em Jair Bolsonaro e, segundo a PF, poderia influenciar testemunhas na atual investigação. Pesaram contra ele imagens e planilhas encontradas em celulares de policiais rodoviários federais mostrando as cidades onde Lula teve mais votos no primeiro turno. Elas serviriam de base para o “policiamento orientado” no dia da eleição. Em seu despacho, Moraes classificou a conduta descrita pela PF como “ilícita e gravíssima”. Vasques foi transferido de Florianópolis, onde foi preso, para Brasília durante a tarde. (g1)
Cúpula da Amazônia termina sem metas de desmatamento ou petróleo
O texto final da Declaração de Belém, documento aprovado ontem pelos oito países da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), na Cúpula da Amazônia, deixou de fora metas claras para o desmatamento e a exploração de petróleo na região, restando apenas intenções sobre esses pontos. O objetivo de zerar o desmatamento ilegal do bioma até 2030, proposto pelo Brasil, não foi incluído por falta de consenso entre os países. Isso já era esperado, devido à resistência da Bolívia. Já o obstáculo imposto pelo governo brasileiro foi sobre a adoção de um veto à exploração de petróleo, por defender a atividade pela Petrobras. O documento fala sobre “consciência quanto à necessidade urgente de cooperação regional para evitar o ponto de não retorno na Amazônia” e do lançamento da Aliança Amazônica de Combate ao Desmatamento a partir das metas nacionais adaptadas a cada país. (Metrópoles)
Planalto usa AGU para forçar exploração de Petróleo na Amazônia
A Advocacia-Geral da União (AGU) deve emitir, nos próximos dias, um parecer favorável à exploração de petróleo na Foz do Amazonas. Um dos argumentos do Ibama para bloquear a obra é que a Petrobras não apresentou uma Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS). A tendência é de que a AGU argumente que o estudo não é obrigatório, nem indispensável, para o licenciamento ambiental. Para isso, a equipe técnica deve apontar uma portaria intraministerial de 2012. Ainda assim, de acordo com o que deve informar a AGU, na ausência da AAAS seria preciso o aceite simultâneo dos ministérios das Minas e Energia e do Meio Ambiente, conta Malu Gaspar. O Ibama ainda terá a última palavra. (Globo)
Fala desastrada de Zema inaugura mal Consórcio Sul-Sudeste
Metade da Câmara, 70% da economia e 56% da população do Brasil. Esses números de Sul e Sudeste justificam a busca conjunta por protagonismo político dessas duas regiões. São esses os argumentos do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) em defesa do Consórcio Sul-Sudeste (Cossud), formado em 2018, mas oficializado recentemente. “Já decidimos que além do protagonismo econômico que temos, porque representamos 70% da economia brasileira, nós queremos — que é o que nunca tivemos — protagonismo político. Outras regiões do Brasil, com estados muito menores em termos de economia e população se unem e conseguem votar e aprovar uma série de projetos em Brasília. E nós, que representamos 56% dos brasileiros, mas que sempre ficamos cada um por si, olhando só o seu quintal, perdemos”, afirmou em referência a Norte e Nordeste. O que poderia ser apenas a apresentação de uma aliança estratégica acabou soando como uma fala divisória e preconceituosa, especialmente ao comparar o Nordeste com “vaquinhas que produzem pouco”. “Se não, você vai cair naquela história, do produtor rural que começa só a dar um tratamento bom para as vaquinhas que produzem pouco e deixa de lado as que estão produzindo muito”, afirmou ao mencionar uma das disputas da reforma tributária. As falas polêmicas deixaram o nome do político nos trending topics do X, o antigo Twitter. E ontem ele usou a rede social para afirmar que a união não é contra ninguém, mas para unir esforços. (Estadão)
Zanin já é ministro do Supremo
Sob o olhar das principais autoridades dos Três Poderes, o advogado Cristiano Zanin, de 47 anos, tomou posse na tarde de ontem e se tornou o mais jovem ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), além de ser o sétimo integrante da corte nomeado em governos petistas. Ex-advogado de Lula — o qual defendeu desde 2013, com especial destaque durante a Lava-Jato —, ele substitui Ricardo Lewandowski, de quem herda 520 processos. O novo ministro integra a Primeira Turma do STF, na qual não tramitam casos da Lava-Jato. A presidente, Rosa Weber, declarou a posse e, em rápida fala, deu as boas-vindas à Corte e desejou felicidade. O novo ministro participa de sua primeira sessão hoje, no plenário virtual. (CNN Brasil)
Com voto de Campos Neto, Copom corta juros em 0,5 ponto
O dia começou com Lula atacando o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ao afirmar a jornalistas estrangeiros que ele “não entende de Brasil”. Mas terminou com o Comitê de Política Monetária (Copom) anunciando o primeiro corte na taxa básica de juros em três anos. A decisão não foi unânime. Cinco votos — incluindo o de desempate do próprio Campos Neto e os dos diretores escolhidos por Lula, Gabriel Galípolo (Política Monetária) e Ailton Aquino (Fiscalização) — levaram ao corte de 0,5 ponto percentual na Selic, passando de 13,75% para 13,25% ao ano. Outros quatro diretores queriam uma redução menor, de 0,25 ponto percentual. O corte era esperado pelo mercado, mas ficou acima da média das expectativas. A redução se deve à melhora do quadro inflacionário e das expectativas, que deram confiança para começar um ciclo gradual de política monetária, segundo o Copom. De forma unânime, o comitê, indicou que, “em se confirmando cenário esperado”, haverá novos cortes de 0,50 nas próximas reuniões. De março de 2021 a agosto de 2022, o BC elevou os juros em 11,75 pontos percentuais, no ciclo de alta mais agressivo desde a criação do regime de metas de inflação, em 1999. A Selic ficou estacionada em 13,75% por 12 meses. (Valor)