Planalto quer maior presença militar na segurança do Rio

Forças Armadas no Rio. Essa foi a sugestão do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para combater o crime organizado no estado. Uma ação desse tipo precisa ser planejada com o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro. Devido a um contingente restrito, Dino disse depender do auxílio de outros estados para ampliar o número de agentes da Força Nacional no Rio. E prometeu reforçar a inteligência da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal no estado em dezembro para dobrar a capacidade de investigação das milícias e do narcotráfico. Já o secretário executivo da pasta, Ricardo Cappelli, estuda, com o governo estadual, a criação de um grupo de inteligência para atuar na repressão a crimes financeiros dessas organizações. Cappelli classificou os ataques de “situação inaceitável” e disse ser cedo para avaliar mudanças no planejamento da segurança fluminense. (g1 e Globo)

Em sua live semanal, Lula afirmou ontem que pretende acionar a Aeronáutica para atuar nos aeroportos, e a Marinha, nos portos do Rio, mas não revelou como será a operação. Ele descartou uma intervenção federal no estado, como ocorreu em 2018. “Não queremos tirar a autoridade do governador e do prefeito. O que nós queremos é compartilhar e trabalhar junto com eles uma saída.” (CNN Brasil)

Membros da cúpula do governo do Rio atribuem a dimensão dos ataques à proximidade de Zinho, líder da maior milícia do estado, do local onde ocorria a operação policial que matou Matheus da Silva Rezende. No rádio apreendido com o vice-líder do grupo, agentes ouviram o alerta para que “01” fosse protegido. Acredita-se que os incêndios foram provocados para dispersar a polícia, garantindo a fuga de Zinho. (Folha)

Seis dos 12 detidos na segunda-feira já estão soltos, disse ontem o governador Cláudio Castro (PL). Segundo ele, os outros seis têm “indícios de autoria e materialidade” e serão indiciados por terrorismo. “Esse é um problema do Brasil. Não são mais organizações criminosas pontuais que estão aqui ou ali. Hoje são verdadeiras máfias que estão alastradas pelo Brasil inteiro.” (UOL)

Enquanto isso... desembargadores do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro autorizaram, por unanimidade, a transferência de Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, para o sistema penitenciário do estado. O traficante da Rocinha, na Zona Sul, está preso desde janeiro de 2018 em Porto Velho (RO), condenado a 61 anos por crimes como tráfico de drogas e corrupção. Os magistrados rejeitaram um pedido da Polícia Civil para que ele permanecesse no presídio federal. (Metrópoles)

Meio em vídeo. As milícias não nasceram pela ausência do Estado, mas da adesão de agentes do Estado ao crime. Em tudo que é canto do Brasil, temos exemplos de oficiais das forças de segurança, das polícias ou das Forças Armadas, envolvidos com o crime organizado. Sem olhar para dentro das corporações, o governo Lula pode acabar sem se diferenciar de outros na segurança pública. Veja o que pensa Flávia Tavares, no Cá Entre Nós. (Meio)

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O ministro da Educação, Camilo Santana, apresentou ontem ao presidente Lula as diretrizes do Novo Ensino Médio. Entre as principais orientações para a redação de um Projeto de Lei sobre o tema, estão a retomada de uma carga mínima de 2.400 horas de Formação Geral Básica. No caso de formação profissional, essa carga horária cai para 2.100 horas, mas é somada a 800 horas de curso técnico. Também serão retomadas todas as disciplinas obrigatórias, como espanhol, que será exigido em todas as redes em três anos. Os itinerários formativos vão ser delimitados a quatro, devendo contemplar pelo menos três áreas do conhecimento, além da exigência de que as escolas ofereçam, no mínimo, dois dos quatro percursos. (g1)

O vilão

Spacca

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Política

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) iniciou ontem a análise de mais três ações contra a campanha à reeleição de Jair Bolsonaro (PL). Os ministros discutem se houve abuso de poder político e econômico no 7 de Setembro do ano passado. O Ministério Público Eleitoral defendeu a condenação de Bolsonaro e ressaltou a gravidade das condutas praticadas pelo então presidente. As ações foram apresentadas pelo PDT e pela campanha da então candidata a presidente do União Brasil, senadora Soraya Thronicke (MS). O advogado do PDT afirmou que essa é a acusação mais grave contra Bolsonaro. Após a leitura do relatório e as sustentações orais, o julgamento foi suspenso e será retomado amanhã. (Globo)

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Uma montagem de fotos com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e o ex-ministro da Fazenda Paulo Guedes numa lata de lixo irritou o Centrão e aumentou a pressão pela troca de comando na Caixa. A obra, um detalhe na coleção Bandeira Brasileira, da artista plástica Marília Scarabello, faz parte da exposição O Grito, aberta no dia 17 na Caixa Cultural, em Brasília. Para aliados do governo, faltou “tato político” à presidente do banco, Rita Serrano, cujo cargo é cobiçado por Lira. Após a repercussão negativa, a Caixa suspendeu a exposição sob a justificativa de ser uma “manifestação de viés político”, o que é proibido pelas normas da estatal. (Poder360)

A construção de unidades prisionais privadas tem dividido o governo. De um lado, o BNDES. Do outro, o ministro de Direitos Humanos, Silvio Almeida. O BNDES já apresentou um plano de financiamento para a privatização do presídio de Erechim (RS) e outro em Blumenau (SC). Mas Almeida faz coro com entidades defensoras dos direitos humanos, que consideram inconstitucional a iniciativa e cobra da Casa Civil um posicionamento. O diretor do BNDES Nelson Barbosa disse ao Meio que os dois projetos foram herdados da administração Bolsonaro e que, apesar de o banco ser a favor da proposta, há preocupação com os direitos humanos. Já o chefe da Casa Civil, Rui Costa, evitou se posicionar, dizendo que se trata de uma “questão superada pela Constituição”. O Ministério da Justiça já avisou ao BNDES que não há interesse em estabelecer parcerias privadas para a construção de presídios federais. (Meio)

O secretário de Estado americano, Anthony Blinken, afirmou ontem no Conselho de Segurança da ONU que seu país “não busca um conflito” com o Irã, mas que agirá se for preciso. “Não queremos que essa guerra se expanda. Mas, se o Irã atacar pessoas ou oficiais dos EUA, não se enganem, defenderemos nossos cidadãos de forma decisiva e rápida”, disse. Ele pediu aos membros do Conselho de Segurança que enviem uma mensagem firme a qualquer Estado que esteja considerando abrir uma nova frente de guerra contra Israel ou outros países aliados: “Não coloquem gasolina no fogo”. (CNN Brasil)

Ainda no Conselho de Segurança, houve um embate diplomático entre ONU e Israel. O chanceler israelense, Eli Cohen, cancelou a reunião bilateral que teria com o secretário-geral da ONU, António Guterres, depois de ele dizer que o ataque do Hamas não foi por acaso. “O povo palestino foi submetido a 56 anos de uma ocupação sufocante”, afirmou Guterres, acrescentando que “o sofrimento do povo palestino não pode justificar os ataques do Hamas”. Em resposta, o embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, pediu a demissão imediata de Guterres. (g1 e CNN Brasil)

Já o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, alertou que a falência da comunidade internacional em lidar com a crise terá um preço elevado e que há um risco “muito concreto de a crise em Gaza se espalhar para outras partes da região”. “Provavelmente seremos julgados — e considerados culpados — pelas gerações futuras por nossa inação e complacência.” (UOL)

“Eu passei pelo inferno.” É assim que a israelense Yocheved Lifshitz, de 85 anos, descreveu a experiência de ser sequestrada pelo  Hamas. Ela e outra idosa foram libertadas na segunda-feira após duas semanas nas mãos dos terroristas. Ela contou ter sido transportada na garupa de uma moto e agredida com bastões. Em Gaza, ela e outros reféns foram conduzidos por uma “teia de túneis” até o cativeiro, onde guardas e paramédicos os aguardavam. Mesmo feliz com a libertação, criticou as Forças Armadas por não levarem a sério as ameaças do Hamas. “Eles [os terroristas] mandaram avisos por três semanas, queimaram campos, soltavam balões incendiários, e os militares não encararam com seriedade.” (CNN)

Cultura

Representante do Brasil no Oscar, Retratos Fantasmas (trailer), novo filme de Kleber Mendonça Filho, vai estrear na Netflix em 2 de novembro. “Depois de uma trajetória incrível no cinema, com mais de 80.000 espectadores e 10 semanas em cartaz, é muito bom saber que Retratos Fantasmas vai agora chegar a um novo público, e especialmente pessoas que não têm acesso à sala de cinema em suas cidades”, disse em comunicado, o diretor de Aquarius (2016) e Bacurau (2019). A obra explora a carreira do cineasta, enquanto passeia pela casa onde começou a gravar suas primeiras produções, e o Centro de Recife, que já abrigou cinemas de rua. (Rolling Stone)

O público e os produtores de Stranger Things já estão acostumados com a mudança física dos jovens artistas ao longo da série, mas, com a greve do sindicato dos atores de Hollywood (SAG-AFTRA), o envelhecimento do elenco vai fazer com que a equipe tenha de utilizar ferramentas de rejuvenescimento. Segundo o produtor Shawn Levy, as mudanças físicas não chegam a ser um problema, mas o grupo está preparado para lidar com discrepâncias que necessitem correções. “Nosso departamento de cabelo, maquiagem e guarda-roupa é bastante excepcional, usando fantasias, perucas e maquiagem para combater o envelhecimento.” A quinta e última temporada ainda não tem data de lançamento. (Omelete)

A banda de trip hop inglesa Massive Attack (Spotify) anunciou ontem a morte do guitarrista Angelo Bruschini, que enfrentava um tipo raro de câncer no pulmão. Em julho, o próprio músico tornou público o diagnóstico, afirmando que escreveria um livro e já adotando um tom de despedida. “Tive uma vida ótima, vi o mundo muitas vezes, conheci pessoas maravilhosas, mas a porta está se fechando”, disse. Bruschini se juntou ao Massive Attack em 1995 como guitarrista contratado, tornando-se integrante oficial três anos depois. (Rolling Stone)

Cotidiano Digital

Facebook e Instagram prejudicam “a saúde física e mental dos jovens”. Esse é o argumento de 33 estados americanos, entre eles Califórnia e Nova York, que entraram com um processo na Justiça contra a Meta. A ação em um tribunal californiano segue investigações iniciadas em 2021 sobre os métodos das duas plataformas, considerados “viciantes” pelas autoridades americanas. “A Meta explorou tecnologias poderosas e sem precedentes para atrair (...) e, finalmente, prender jovens e adolescentes com o objetivo de obter lucros”, afirmam os procuradores-gerais dos estados que entraram com a ação. Eles afirmam que a big tech “ocultou a maneira como essas plataformas exploram e manipulam seus consumidores mais vulneráveis” e “negligenciou o dano considerável que essas plataformas causaram à saúde mental e física dos jovens de nosso país”. Os estados pedem o encerramento de tais práticas e o pagamento de multas. (CBS e g1)

E o Instagram começou a testar um novo feed restrito para assinantes do Meta Verified. Segundo o anúncio feito pelo chefe da rede social, Adam Mosseri, o objetivo é facilitar que empresas e criadores sejam descobertos e ganhem mais destaque na plataforma. Atualmente, o plano de assinatura Meta Verified custa US$ 11,99 (R$ 60) na web e US$ 14,99 (R$ 75) no app. (Olhar Digital e Tudo Celular)

Meio em vídeo. A Amazon planeja entregar encomendas com drones no Reino Unido e na Itália. Pedro Doria e Cora Rónai comentam o anúncio, as facilidades e as dificuldades do serviço, que já ocorre em algumas cidades pequenas dos Estados Unidos. (Meio)

Quem diria que a newsletter iria ser um meio de comunicação tão importante em pleno 2023? Pedro Doria e Vitor Conceição, fundadores deste Meio, diriam. Ou melhor, dirão, em um webinar para empresas que tiverem interesse em saber as vantagens de criar uma newsletter proprietária para ter um relacionamento mais próximo e eficaz com seu público/colaboradores. Inscreva-se, é grátis!

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