News do Meio

Fabrício Queiroz é preso e polícia entra em escritório dos Bolsonaro

Fabrício Queiroz, que quando chefe de Flávio Bolsonaro na Assembleia do Rio comandou um esquema de rachadinha para o então deputado, foi preso em Atibaia, interior de São Paulo. O mandado foi expedido pela Justiça do Rio. Queiroz estava num imóvel que pertence a um dos advogados do filho Zero Um. Até o fechamento desta edição, não havia mais detalhes. (G1)

STF se aproxima de quem paga atos antidemocráticos

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, ordenou a quebra dos sigilos bancários de dez deputados e um senador, todos ligados ao presidente Jair Bolsonaro. Os pedidos fazem parte de uma nova investigação, aberta a pedidos do procurador-geral da República Augusto Aras, para identificar quem financia as manifestações antidemocráticas que pedem fechamento do Supremo, do Congresso e intervenção militar. Diferentemente do inquérito das fake news, este não envolve polêmica sobre sua legalidade. Ontem pela manhã, a Polícia Federal cumpriu 26 mandados de busca e apreensão contra 21 pessoas, incluindo empresários, blogueiros, youtubers e o deputado Daniel Silveira, responsável em campanha pela quebra da placa de rua com o nome da vereadora assassinada Marielle Franco. Entre os investigados estão Luís Felipe Belmonte, advogado fazendeiro que organiza e financia o futuro partido Aliança pelo Brasil, o blogueiro-youtuber Allan dos Santos, responsável pelo programa Terça Livre, e o publicitário Sérgio Lima, que desenhou o logo do novo partido e montou o app para coleta de assinaturas da legenda. (G1)

Governistas pressionam por queda de Weintraub

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, foi multado em R$ 2 mil pelo governo do Distrito Federal por ter circulado sem máscara durante um protesto bolsonarista no domingo. É o menor de seus problemas. Durante a segunda, porque no protesto voltou a insinuar o desejo de prisão de ministros do Supremo, a pressão dentro do Planalto para que seja demitido chegou ao ponto máximo. De acordo com Andréia Sadi, militares e políticos no governo gostariam que ele deixasse a pasta até quarta-feira, quando ocorrerá a posse do deputado Fabio Faria no Ministério das Comunicações. É para evitar o constrangimento de sua presença no mesmo ambiente em que estarão os outros presidentes de Poderes — incluindo José Antonio Dias Toffoli, do STF. De um dos assessores do presidente, Sadi ouviu mais: “O ideal seria ele ir para o exterior”, afirmou a pessoa. O temor é de que o Supremo ordene a prisão de Weintraub. Ontem mesmo, a Corte formou maioria contra a retirada do ministro do inquérito das fake news, derrubando o pedido de habeas corpus feito em seu nome pelo ministro da Justiça, André Mendonça. Weintraub é investigado por ter afirmado que, por ele, “botava esses vagabundos na cadeia, começando no STF”. (G1)

Bolsonaristas atacam Supremo com fogos e ameaças

Um grupo de 30 bolsonaristas lançou fogos de artifício contra o prédio do Supremo Tribunal Federal, em Brasília, no sábado. Gritando palavras de ordem, dirigiram ofensas e mesmo ameaças aos ministros Corte — entre elas, a pergunta se o recado havia sido compreendido. O protesto também se voltou contra o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, que desalojou na Esplanada dos Ministérios o acampamento da milícia dos 300, igualmente pró-presidente, e proibiu aglomerações na área, fechando-a para veículos e pedestres no domingo. Pois na manhã do mesmo domingo, o ministro da Educação Abraham Weintraub se reuniu com militantes lá mesmo. Estava sem máscara, que é de uso obrigatório em Brasília. “Eu já falei a minha opinião, o que eu faria com vagabundo”, Weintraub foi gravado dizendo. Era uma referência ao que disse no vídeo da reunião ministerial de 22 de abril — quando afirmou que ‘vagabundos’ do Supremo deveriam ser presos. A Procuradoria-Geral da República instaurou inquérito para investigar o ataque. (G1)

Shoppings abrem quando país vira maior em mortos diários por Covid

Já são 41.058 óbitos pela Covid-19 no país. Enquanto governadores flexibilizam as regras de isolamento, o Brasil registrou nos últimos sete dias a maior média diária de óbitos provocados pelo novo coronavírus em todo o mundo. Deixou para trás Estados Unidos e Reino Unido, países que tiveram os maiores números absolutos de mortes até agora. Em São Paulo, uma fila com mais de 200 pessoas se formou em frente ao shopping center Metrô Tatuapé, na zona leste da capital paulista. No Rio de Janeiro, um dos maiores shoppings da zona norte, o Norteshopping, teve na manhã de ontem uma fila de clientes em sua porta e acabou reabrindo antes das 12h, horário estabelecido pela prefeitura.

SP reabre comércio em momento de alta da pandemia

Enquanto São Paulo autoriza reabertura do comércio a partir desta quarta e o Rio de Janeiro flexibiliza regras, o número de mortes aumenta no Brasil. Ao todo, são 38.497 óbitos e 742.084 pessoas doentes desde 26 de fevereiro, quando a doença foi diagnosticada pela primeira vez no país. Cidades do interior que reabriram as atividades econômicas nos últimos dias ou semanas registraram um aumento súbito de novas infecções e mortes causadas pelo novo coronavírus. É a maior circulação de pessoas engrossando uma segunda leva de casos. (Folha)

STF ordena a Ministério que retome divulgação de números da Covid

O ministro Alexandre de Moraes ordenou, na noite de ontem, ao Ministério da Saúde que retome a divulgação dos dados relacionados à Covid-19 no mesmo formato que utilizava. Moraes respondeu a uma ação apresentada pela Rede, PSOL e PCdoB. “A Constituição consagrou expressamente o princípio da publicidade como um dos vetores imprescindíveis à administração pública”, afirmou em sua decisão. “É absoluta prioridade na gestão administrativa garantir pleno acesso às informações a toda a sociedade.” Ontem, no final da tarde, ainda no seu novo modelo de preferência, o ministério divulgou que haviam ocorrido 679 novas mortes confirmadas nas últimas 24h. Na segunda, as notificações costumam ser um pouco mais baixas do que a média da semana, mas a tentativa de ocultação promovida pelo governo alimenta a desconfiança e coloca em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.

Governo brasileiro provoca apagão de dados da Covid-19

Em meio à disparada de mortes, o Ministério da Saúde impôs um apagão de dados. O site oficial foi republicado neste sábado, entretanto, somente com as notificações registradas nas últimas 24 horas. Não constam mais o número total de pessoas infectadas pelo vírus Sars-Cov-2 no país desde o início da pandemia, nem o acumulado de óbitos provocados pela Covid-19 no território brasileiro.

Brasil chega a terceiro no mundo em mortes por Covid

Cem dias completados ontem para que a gripezinha descrita por Jair Bolsonaro passasse a matar um brasileiro por minuto. Desde o 1º diagnóstico da Covid-19, em 25 de fevereiro em São Paulo, até este 4 de junho, 34.021 pessoas morreram em decorrência do novo coronavírus. O saldo supera neste mesmo dia o da Itália. Com mais de 4.000 mortes ainda em investigação, é difícil dizer se o país atingiu um pico de óbitos diários e quando isso ocorreu. A métrica precária, mas possível, vem dos registros diários de novas mortes confirmadas, que bateram recordes nos dois últimos dias. Em homenagem às vítimas, o fundo do site da Folha está negro. De luto. O governo opera para segurar dano à imagem. Para evitar que o Jornal Nacional possa abrir com o número de mortes provocadas pela doença, o Ministério da Saúde pelo segundo dia seguinte atrasou para após o noticiário o anúncio do levantamento. O jornalismo da TV Globo passou a fazer a conta com a equipe do G1, que está se informando diretamente com as secretarias estaduais de Saúde.

Governo ameaça manifestantes e teme movimento pró-impeachment

O governo federal endureceu o discurso, ontem. Pela manhã, em artigo, o vice-presidente Hamilton Mourão chamou as pessoas que saíram em protesto pela democracia de baderneiros, classificou suas ações como abuso e afirmou que pretendem ensanguentar as ruas do país. O presidente Jair Bolsonaro apertou ainda mais na retórica. “São marginais”, ele disse, “terroristas.” O temor do Planalto é de que a onda de protestos contra o governo ganhe corpo e se torne um movimento pelo impeachment. Em São Paulo, a PM tenta organizar para que os protestos pró e contra governo ocorram em dias separados. Além das torcidas organizadas, neste domingo deverão ir para a rua também movimentos sociais, centrais sindicais e partidos de esquerda. (Estadão)