Haddad aumenta projeção de déficit para este ano

O governo reverteu o bloqueio de R$ 2,9 bilhões do Orçamento, mas elevou a projeção de déficit das contas públicas de R$ 9,3 bilhões para R$ 14,5 bilhões, equivalente a 0,1% do PIB. A nova projeção foi encaminhada ao Congresso ontem, no segundo relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas do Orçamento deste ano. Apesar da piora, a projeção segue dentro do intervalo de tolerância previsto no arcabouço para o cumprimento da meta fiscal de déficit zero. Pela regra, há uma tolerância de 0,25% do PIB para cima ou para baixo, o que, na prática, permite que o governo encerre o ano com um déficit de até R$ 28,8 bilhões. O desbloqueio ajuda a reduzir a pressão sobre os ministérios das Cidades e dos Transportes, os mais afetados pelo corte preventivo de março. Essa liberação foi possível porque o governo conseguiu abrir um espaço fiscal permanente de R$ 15,8 bilhões em novas despesas. Mas os números do governo são mais otimistas que os do mercado, que espera um déficit de 0,70% do PIB para este ano. (Folha)

A totalidade dos dividendos extraordinários da Petrobras referentes ao resultado de 2023, no valor de R$ 13 bilhões para o governo, já está considerada no Orçamento, segundo o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron. (Globo)

E durante audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a economia está no rumo certo e contestou avaliações de analistas e economistas que estão subindo o tom das críticas. “A impressão que dá é que tem um fantasminha fazendo a cabeça das pessoas e prejudicando nosso plano de desenvolvimento”, afirmou, citando artigos de jornais contrários ao plano do governo. O último Boletim Focus também mostra piora nas expectativas. (g1)

Aliás... Na Câmara, Haddad foi cobrado por deputados bolsonaristas até pelo show da Madonna no Rio e acabou reagindo com ironia em vários momentos, à la Flávio Dino nos tempos de ministro da Justiça. Em resposta ao deputado Filipe Martins (PL-PR), o titular da Fazenda declarou: "Esse déficit não é nosso. O filho é teu, tem que assumir, tem paternidade aqui. Faz o exame de DNA que você vai saber quem que deu calote“. Depois de ser chamado de “negacionista da economia”, rebateu que sempre defendeu vacina. “A Terra é redonda o tempo todo. Vocês negam que a Terra é redonda, vocês negam que a vacina previne.” A Kim Kataguiri (UB-SP), recomendou: “Pare de lacrar na rede!” (UOL)

Os deputados também fazem uma avaliação negativa da política econômica, que é errada para 55% e certa para 40% dos entrevistados na Pesquisa Genial/Quaest divulgada ontem (íntegra). E 80% deles não acreditam que o governo cumprirá a meta de déficit zero em 2024. A avaliação negativa do governo entre os deputados saltou de 33% em agosto passado para 42%, enquanto a positiva recuou de 35% para 32%, e a regular de 30% para 26%, ambas dentro da margem de 4,8 pontos. (Meio)

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Meio em vídeo. Vamos falar de inteligência artificial? Tem dois assuntos aos quais os parlamentos deveriam estar totalmente atentos. IA e mudanças climáticas. Não são prioridade, parece, em lugar algum. Você entende esses problemas? Veja o que pensa Pedro Doria, no Ponto de Partida. (YouTube)

O governo israelense chamou de volta seus embaixadores na Noruega, Espanha e Irlanda depois que os três países anunciaram que reconhecerão a Palestina como um Estado soberano. Em nota, o ministro das Relações Exteriores, Israel Katz, disse que Tel Aviv “não vai se conter diante daqueles que minam sua soberania e sua segurança” e que o reconhecimento da Palestina é um recado ao Irã e a grupos como o Hamas de que “o terrorismo compensa”. (Guardian)

O anúncio do reconhecimento do Estado palestino foi feito pela manhã simultaneamente em Dublin, pelo primeiro-ministro da Irlanda, Simon Harris, em Oslo, pelo norueguês Jonas Gahr Støre, e em Madri, pelo espanhol Pedro Sánchez. Sánchez enfatizou que esse não é um ato “a favor do Hamas, contra o povo de Israel ou contra os judeus em geral”. (CNN)

Principal aliado de Israel, os Estados Unidos criticaram o movimento. Em nota, o Departamento de Estado disse que o reconhecimento da Palestina deve vir por meio de negociações diplomáticas envolvendo Israel e os palestinos. A França avaliou que este não é o momento. Já a Autoridade Palestina comemorou o anúncio e pediu que outros países façam o mesmo. (CNN)

Enquanto isso... O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, anunciou uma medida burocrática que abre caminho para a reocupação por judeus de três assentamentos na Cisjordânia. A crescente ação de Israel no território palestino vinha sendo motivo de críticas desde antes dos atentados terroristas do Hamas, em 7 de outubro passado. (AP)

O premiê britânico, Rishi Sunak, convocou ontem eleições antecipadas, que terão Keir Starmer com chances reais de tomar o poder para o Partido Trabalhista após 14 anos de governo conservador. O pleito será em 4 de julho e o Parlamento será dissolvido no próximo dia 30. Sunak anunciou a data depois de afirmar que a inflação está de volta ao controle e que a economia está melhorando. Em seguida, Starmer postou um vídeo no X, dizendo que é “hora de mudar”. (Guardian)

Três modelos estatísticos mostram que é praticamente certo que o tempo dos conservadores no poder tenha acabado. Se a diferença entre conservadores e trabalhistas diminuísse para 15 pontos percentuais, os conservadores teriam uma chance de vitória em dez. Mas as pesquisas caminham na direção oposta: o Partido Trabalhista aumentou sua vantagem para 23 pontos percentuais. (Economist)

A China iniciou nesta manhã dois dias de exercícios militares em torno da ilha de Taiwan. Segundo a agência estatal Xinhua, a atividade vem como “forte punição pelos atos separatistas” no território. Três dias atrás, ao tomar posse como novo presidente da ilha autogovernada, Lai Ching-te pediu para a China interromper “a intimidação política e militar contra Taiwan”. A China reivindica Taiwan como parte do seu território e rotulou Lai como “um separatista perigoso”. (g1)

É hoje, às 19h. Acompanhe Pedro Doria em uma viagem histórica pelo liberalismo onde ele irá explicar o que é ser liberal e, mais importante, o que não é ser liberal. É ser a favor do estado mínimo? É defender os ricos? É acreditar na meritocracia? Se você acha que liberalismo é isso aí, você precisa assistir essa aula. Depois dela, se quiser saber mais, faça o curso Você pode ser liberal e não sabe.

Viver

Em reunião com o ministro do Turismo, Celso Sabino, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), pediu R$ 1 bilhão em recursos do Fundo Geral do Turismo para socorrer a atividade turística no estado e a flexibilização do fundo para fortalecer o caixa das empresas prejudicadas pelas chuvas. O governador também sugere que o dinheiro seja utilizado em regiões que não estão em estado de calamidade por entender que a infraestrutura viária impactada estendeu os prejuízos a todo o território. Até o momento, o governo federal anunciou R$ 200 milhões em auxílio. (CNN Brasil)

Já o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que os temporais causaram mais de R$ 1 bilhão em danos na rede elétrica. O governo enviou um grupo de especialistas em redes subterrâneas de energia para auxiliar na recuperação. (Poder360)

Pois é… Um levantamento feito pela Agência Nacional de Energia Elétrica aponta que ao menos 222 das 497 cidades gaúchas continuam sofrendo com a falta de energia elétrica desde o início das chuvas, em 29 de abril. (Folha)

A partir de dezembro, as regiões Sul e Sudeste contarão com um novo alerta de emergência, que vai emitir sons e mensagens na tela do celular em pop-up. Atualmente, a Defesa Civil envia SMS apenas para telefones cadastrados pelos usuários. (g1)

Meio em vídeo. No Conversas com o Meio, o historiador e jornalista Eduardo Bueno, o Peninha, do canal Buenas Ideias, conversa com Pedro Doria sobre as origens das enchentes que inundaram o RS. Segundo Bueno, foram 500 anos de ocupação errada, e as responsabilidades pela tragédia se espalham por todos os governos. (YouTube)

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O desaparecimento de uma naja no Instituto Butantan, em São Paulo, mobiliza pesquisadores. A cobra está sumida há três semanas. Há indícios de que ela tenha sido furtada. Um deles é o fato de que as “companheiras de cela” dela não quiseram seguir o mesmo caminho. O valor da serpente no mercado ilegal pode chegar a R$ 50 mil. (Globo e CNN Brasil)

Panelinha no Meio. Pera picante com sorvete de canela. Não, nós não enlouquecemos. Essa combinação inusitada é uma sobremesa que vai dar um ar refinado a sua mesa. E não se assuste, o sorvete pode ser o de creme que você compra, temperado com canela.

Cultura

Anya Taylor-Joy assume a personagem que já foi de Charlize Theron no futuro distópico e desértico de Furiosa: Uma Saga Mad Max, principal destaque das estreias de hoje. Raiva também está presente em Fúria Primitiva, dirigido e estrelado pelo astro indiano Dev Patel, sobre um lutador em busca de vingança. Como ternura também é necessária, a atriz e diretora Helena Ignez, musa do Cinema Novo, nos brinda com Amor É a Prova dos Nove, vivendo uma sexóloga octogenária mergulhada nas lembranças com o amigo e amante interpretado por Ney Matogrosso. Confira todas as estreias e veja os trailers no site do Meio.

O brasileiro Ricardo Teodoro recebeu o prêmio de melhor ator revelação na Semana da Crítica, mostra paralela do Festival de Cannes, por sua atuação em Baby. Dirigido por Marcelo Caetano, Teodoro vive o garoto de programa Ronaldo, que desenvolve uma relação intensa e cheia de reviravoltas com Wellington, interpretado por João Pedro Mariano, que deixa um centro de detenção para menores. O longa ainda não tem data de estreia no Brasil. (Globo)

O vencedor da Semana da Crítica foi o longa Simon of the Mountain, do estreante Federico Luis. A coprodução argentina, chilena e uruguaia conta a história de Simon (Lorenzo “Toto” Ferro), filho único e solitário que finge ter deficiência ao se envolver com um grupo de pessoas com deficiência. Com a amizade, ele descobre o amor e o sentimento de pertencimento. O Prêmio Toque Francês do Júri foi para o drama Blue Sun Palace, de Constance Tsang. (Variety)

Consideradas pelos aficionados como uma das maiores performances de Louis Armstrong, as apresentações inéditas da lenda do jazz na BBC em 1968 serão finalmente lançadas em julho. Intitulada Louis in London, a compilação contará com cinco gravações inéditas, além de apresentações já conhecidas, como The Bare Necessities, Mack the Knife e Hello, Dolly!, que estreou ontem no YouTube. Naquele ano, Armstrong enfrentava doenças cardíacas e renais que o fizeram desacelerar a carreira. Ao receber uma cópia da gravação, ele afixou uma nota que dizia “para os fãs”. (Guardian)

Cotidiano Digital

Uma lista com 16 mil artistas em uma ação judicial que corre na Justiça dos EUA conta com nomes dos brasileiros Mauricio de Sousa e Henfil, que tiveram seus trabalhos usados sem autorização para alimentar ferramentas de IA. Em 2023, três artistas americanas procuraram um escritório de advocacia da Califórnia para processar três empresas, entre elas a Midjourney. Segundo José Alberto Lovetro, assessor de Mauricio de Sousa, “os advogados estão analisando o caso e esperando alguma legislação brasileira para desenvolver alguma movimentação”. Já o filho e curador da obra de Henfil, Ivan Cosenza de Souza, entrou em contato com Lovetro para criar uma ação conjunta. (Estadão)

A Meta anunciou novas atualizações para seus óculos inteligentes Ray-Ban, que vão poder postar stories no Instagram sem a necessidade de usar um smartphone. O dispositivo também ganha integração com o Amazon Music e o aplicativo de meditação Calm. Em abril, a Meta já havia adicionado recursos de IA multimodal aos óculos, permitindo tirar foto e pedir que a IA fornecesse mais contexto sobre objetos, como ler uma placa em outro idioma. (The Verge)

E após receber uma série de críticas pela qualidade do produto, a Humane está em busca de um comprador para seu gadget vestível, o AI Pin. A empresa teria avaliado o dispositivo em algo entre US$ 750 milhões e US$ 1 bilhão, com o processo de venda ainda nos estágios iniciais. Fundada em 2017 por ex-executivos da Apple, a companhia arrecadou cerca de US$ 230 milhões de financiadores como Microsoft e Sam Altman, CEO da OpenAI, antes mesmo de o produto ser anunciado publicamente. (TechCrunch)

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