Governo não chega a acordo com Congresso sobre IOF
CNJ condena Marcelo Bretas a aposentadoria compulsória. EUA e Irã negociam novo acordo nuclear. Forças israelenses matam mais 27 palestinos que buscavam alimentos. Carla Zambelli foge do país e vai para a Itália. Léo Lins é condenado a 8 anos e 3 meses de prisão por piadas preconceituosas. Brasileiros sem autorização de residência terão 20 dias para deixar Portugal. Museu de Amsterdã expõe raro preservativo com gravura erótica do século 19. Meta usa sistema para rastrear navegação mesmo com VPN. E mulheres bilionárias crescem nos EUA e super-ricos globais aumentam ganhos, revela lista da Forbes. Essas e outras notícias, você escuta No Pé do Ouvido, com Yasmim Restum.
A coragem de Carla Zambelli
Foram muitos os atos de bravura da deputada federal enquanto ela estava com poder, com vento a favor. Arma apontada a militante, mandado falso de prisão contra Alexandre de Moraes, mentiras sobre urnas e vacinas. Agora, o jogo é outro. As instituições a estão enquadrando. E é bom que ela sinta medo mesmo.
IA com Bloco de Notas e Veo3: Apple versus Google
Quem vai dominar o mundo da inteligência artificial? A Apple aposta no Bloco de Notas e no processamento local e o Google, na nuvem. e no Veo3. Esse é o tema do episódio de estreia do novo programa do Meio. Revoluções por Segundo é uma conversa animada sobre inteligência artificial com avatares gerados por... adivinhem? Inteligência artificial. Por Grog, o alienígena, Nelson Porto e Marck AI.
No Planalto, Lula nega erro na alta do IOF; Carla Zambelli foge do país
Em coletiva que terminou agora há pouco no Planalto, o presidente Lula falou sobre IOF, a crise do INSS, a relação do Brasil com os Estados Unidos e sobre Marina Silva. Sem citar o nome de Eduardo Bolsonaro, Lula disse que o deputado viajou ao país para exercer “práticas terroristas” e “lamber as botas de Donald Trump”. A deputada Carla Zambelli anunciou hoje que deixou o Brasil e que vai pedir licença do mandato. O anúncio foi feito 20 dias depois de a parlamentar ser condenada, pelo STF, a 10 anos de prisão pela invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça. E, segundo a coluna da Malu Gaspar, no jornal O Globo, o plano após a fuga é ficar na Itália e copiar Eduardo Bolsonaro em campanha anti STF. Agora há pouco, Zambelli confirmou a informação e disse que, por ter cidadania italiana, não pode ser deportada.
Elon Musk e o consumo exacerbado de drogas desde que entrou para a campanha de Trump
No Pedro+Cora do dia 3 de junho de 2025, os jornalistas Pedro Doria e Cora Rónai discutem as polêmicas envolvendo Elon Musk e o consumo excessivo de drogas, tanto legais quanto ilegais. De acordo com as fontes consultadas, a substância identificada em maior quantidade na mala de medicamentos do empresário foi a quetamina, utilizada no tratamento da depressão de Musk. Contudo, a quantidade encontrada é significativamente superior à dose prescrita para o tratamento da condição. O livro da Cora: "O primeiro leitor", de Luiz Schwarcz
Haddad promete para hoje plano com alternativas ao IOF

Ministro da Fazenda diz que proposta foi elaborada após conversa com presidentes da Câmara e do Senado, mas cobra do Congresso aprovação de pautas do interesse do governo. Moraes marca depoimento de Bolsonaro ao STF em processo sobre tentativa de golpe. Anvisa proíbe a venda de três marcas de “cafake” devido à presença de substâncias nocivas. Pesquisadores descobrem desenho do século 17 retratando a expulsão dos holandeses de Pernambuco. E a Meta quer ter todo seu processo de criação de anúncios feito por IA até o fim do ano.
IOF: Haddad diz que nova proposta sai até hoje
Hoje, No Pé do Ouvido, com Yasmim Restum, você escuta essas e outras notícias: Haddad apresenta hoje ao Congresso nova proposta do IOF. Rússia e Ucrânia não chegam a acordo em Istambul e guerra continua. Historiadores encontram desenho que mostra expulsão dos holandeses do Brasil. Câmara aprova projeto de lei que aumenta pena para incendiários florestais. Anvisa proíbe venda de 3 marcas de café fake por presença de toxinas nocivas. Moraes marca depoimento de Bolsonaro no STF para semana que vem. Petrobras corta preço da gasolina em 5,6% nas refinarias. E ator Jonathan Joss morre em tiroteio; marido fala em crime motivado por homofobia.
O PT é corrupto?
É bem ruim a notícia trazida pela última edição da pesquisa Atlas para o governo Lula. E para o presidente Lula, também, se ele deseja a reeleição. Sua aprovação está no pior momento em 15 meses, 53,7% dos brasileiros o reprovam pessoalmente. É cinco pontos mais do que a pesquisa realizada em março. Se o segundo turno de 2022 ocorresse hoje, Bolsonaro venceria com quase 47% dos votos contra 44% de Lula. E por que isso? Corrupção. Os números principais são os seguintes. Em outubro do ano passado, 51% dos brasileiros consideravam corrupção o maior problema do país. Subiu para 60% em março e se manteve no mesmo lugar, agora. 59%, mas na margem de erro. O número é o mesmo. Em 2023 e 24, os principais problemas que os brasileiros enxergavam no país, nas várias pesquisas, eram economia e saúde. Estavam acontecendo filas gigantes no SUS para cirurgias e consultas, coisa que o governo conseguiu resolver. Tudo aquilo que não deu para fazer durante a pandemia acumulou e demorou para tirar o gargalo. Teve um surto feio de dengue, no ano passado, um surto histórico, para não falar dos reajustes altos dos planos de saúde e Covid longa. Muita gente lidando com isso tudo fez Saúde disparar como problema. E teve inflação, juros altos. O governo jogou muita grana na economia, o que dá uns picos de crescimento de PIB mas também desorganiza mercados e gera inflação. É aquele tipo de crescimento que as pessoas não sentem na vida cotidiana porque o que veem são os preços subindo toda hora no supermercado. Só que, nesses primeiros meses do ano, saúde foi sumindo como problema grande, a economia não está nos eixos mas a inflação aperta menos. E aí estourou o escândalo do INSS. Para Lula, o pior tema que pode estar no topo das preocupações dos brasileiros é corrupção. É onde ele não consegue ganhar. Veja, a popularidade do presidente estava baixa, mas ela vinha subindo lentamente desde o primeiro semestre do ano passado. Entrou a coisa do INSS, abateu. Quer entender a natureza do problema? Então pensa só nesse número: 68% dos brasileiros julgam ou muito provável ou provável que “revelações sobre grandes fraudes ou esquemas de corrupção” aconteçam nos próximos seis meses. O impressionante deste número, quase 70%, é que ele vai muito além dos eleitores de direita. Isso quer dizer que pelo menos metade das pessoas que votariam em Lula para a presidência acham que é inevitável um escândalo grande nos próximos meses. Essa ideia de que um governo Lula é, necessariamente, um governo corrupto é uma que até quem vota no presidente compra como fato. Os governos do PT são percebidos como muito corruptos inclusive pelos eleitores petistas. E esse é um tema sobre o qual a gente não fala o suficiente. Até porque a responsabilidade desta percepção não é só do PT. Entender isso é importante porque esta percepção de que corrupção é o maior problema do país, se ela se mantém no ano que vem, derruba Lula e elege a oposição. Vamos começar por ideologia? Muita gente pensa em ideologia como uma escolha racional que as pessoas fazem. Raramente é. Ideologia costuma ser fruto natural de nossas predisposições internas, da nossa personalidade. Tem mais a ver com psicanálise e genética do que tem a ver com pensamento frio. A gente que racionaliza nossos valores a posteriori. E a mente conservadora, antes de tudo, percebe o mundo como um caos que precisa ser controlado. O conservador vê o mundo como ameaçador. O papel do Estado, para ele, é controlar essas ameaças. É um papel de força para a ordem. Então a relação do conservador com Justiça tende a ser punitivista, mesmo. Impor pelo receio de prisão, de punição, os limites a estes bichos selvagens que nós humanos somos. A cabeça liberal é bem diferente. Prum liberal, o instinto é que, se houver dúvida a respeito da culpa, melhor não prender, não condenar. O liberal prefere um Estado parcimonioso. Não pode ser ausente, porque sem Estado o forte se impõe ao fraco e liberal, liberal de verdade, quer que as pessoas estejam livres de qualquer opressão. Do Estado mas também de gente, de empresas. Não importa de onde vem. O socialista tem um terceiro caminho. Ele, como o conservador, quer um Estado forte. Mas é por outra razão. É um Estado para fazer Justiça social, se impor sobre os ricos, distribuir os recursos da sociedade. Ter esse guia sobre as três ideologias ajuda a explicar muita coisa. O conservador não lida bem com o jeito como a Lava Jato acabou. Os muitos problemas de rito da Justiça, a maneira como o juiz de primeira instância em Curitiba atravessou suas atribuições, para a cabeça conservadora isso é firula, é bobagem, tudo desculpa pra tirar a punição de corruptos. Para um liberal, os ritos da Justiça são a essência da garantia de que ninguém terá suas liberdades cerceadas sem o devido processo legal. Para os socialistas, a corrupção meio que não importa. O Estado brasileiro é corrupto mesmo, mas como o importante é que as pessoas em seu comando estejam fazendo Justiça social, se alguma corrupção for necessária, manda ver. É uma versão de esquerda do rouba mas faz, percebe? Cerca um petista, qualquer um, e pergunta se ele acha que nunca houve corrupção bárbara na Petrobras. Ninguém vai dizer isso. Eles só não acham tão relevante assim. Tem uma tese de doutorado do cientista político Thiago Barbosa, que ganhou prêmio da Capes em 2020, mostrando outra coisa. Se você é de esquerda, você tende a diminuir a percepção de corrupção da sua turma e aumentar a dos outros. Se você é de direita, idem. Entender o componente ideológico ajuda a explicar um pouco um mistério: por que a direita não liga pras muitas evidências de corrupção do ex-presidente Jair Bolsonaro? O fato de ser corrupção pessoal pode ajudar a explicar. É na física. É pra botar no bolso. Isso é pouco relevante porque, afinal, ele é durão, põe ordem no país. Isso que é importante. O PT, por sua vez, rouba da Petrobras, rouba do Estado, rouba em volumes muito maiores. Isso faz sentido racional? Nenhum. Primeiro porque não sabemos muito sobre a corrupção no governo Bolsonaro. Segundo porque, legalmente, todo dinheiro desviado é do Estado. Se foi pra comprar deputado ou apartamento, não tem qualquer relevância. Mas a gente vê isso no discurso público a toda hora. Porque não é só com Flávio Bolsonaro comprando casa de seis milhões de reais em dinheiro. A direita brasileira se joga em horda contra a ideia do julgamento da tentativa de golpe de Estado. E faz sentido. Afinal, a ordem pela força mesmo que fora da Constituição, é o lugar para onde escorrega todo conservador extremista. Botar ordem que é importante. E, neste rumo, a gente descobre como alguns conservadores vão parar nessa de defender ditadura. Nós, no fim, ficamos entre essas duas pressões. Um quer a força do Estado para reorganizar toda a sociedade. O outro quer a força do Estado para mexer o menos possível na sociedade. Essa, aliás, já era a tese de outro cientista político, bastante mais conhecido, André Singer, no livro Esquerda e Direita no Eleitorado Brasileiro. São essas forças que desembocam na percepção que um e outro têm da corrupção dos seus e dos outros. Fato é que a turma da direita ou não acredita nas rachadinhas do Bolsonaro, ou acha que não são relevantes. Afinal, ele é de direita e melhor que haja um governante de direita. A turma da esquerda sabe que o governo petista foi corrupto mas não acha relevante. Afinal, ele é de esquerda e melhor que haja um governante de esquerda. Uma turma quer ordem a todo custo, a outra distribuição das riquezas a todo custo. No meio disso fica o Brasil. Fica um Poder Judiciário que vai e volta, que hesita, que um ano pensa uma coisa e, no outro, pensa outra. E isso mina sua credibilidade. Numa democracia liberal, o ideal, ideal mesmo, é que tivéssemos leis claras, bem construídas, e um Judiciário que fosse capaz de normatizar a maneira como julga. Previsibilidade. A gente avançou nesse sentido, mas grandes decisões pelo Supremo ao longo dos últimos dez anos matam qualquer percepção de que a Justiça esteja melhor. E, sim, gente demais, entre esquerda e direita, acha que quando a Justiça julga a favor dos seus, ela é justa. Quando julga contra os seus, é injusta. É difícil, hein? O fato é o seguinte: os brasileiros acham que a direita lida melhor com corrupção do que a esquerda. Se isso é verdade? Não há qualquer indício de que seja. A percepção do brasileiro sobre o que é corrupção que deve ser punida muda de acordo com classe econômica e muda de acordo com preferências ideológicas. O resultado, no fim das contas, é que todo mundo acha o PT corrupto, uns não ligam. Nem todo mundo acha Bolsonaro corrupto. O governo Lula poderia escolher pegar este caso do INSS e transformar num exemplo, fazer umas demissões estrondosas, tocar barulho, fazer pose, quem sabe até promover uma grande investigação pública para trazer transparência ao que houve. Ia trazer a público até parte da corrupção no governo Bolsonaro. Mas isso ninguém de esquerda parece querer fazer. A esquerda, afinal, não liga pra corrupção. Mas devia. Se não porque corrupção é crime, é desviar dinheiro do Estado e, portando, de gente que precisa, pelo menos porque quem se dá mau quando há corrupção não é a direita. É a própria esquerda.
Lula intervém para reduzir tensão entre Câmara e Fazenda pelo IOF
Depois de uma semana tensa entre o Congresso e o Ministério da Fazenda em torno do aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), o presidente Lula decidiu intervir e tentar impedir que a crise evolua. Ao contrário do que esperava a equipe econômica, Lula fez afagos não ao ministro Fernando Haddad, mas sim ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que deu a entender que os deputados derrubariam o aumento do IOF se o governo não recuasse. Em um evento em Brasília, Lula deu razão às reclamações de Motta e disse que o governo não pode tomar uma decisão e só depois comunicar a seus aliados. Lula e Motta compareceram juntos à convenção nacional do PSB, na qual o prefeito de Recife, João Campos, assumiu a presidência do partido.