Câmara mantém preso suspeito da morte de Marielle

Numa vitória para a base governista e o Supremo Tribunal Federal (STF), o plenário da Câmara aprovou a manutenção da prisão do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) por suspeita de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista Anderson Gomes. Foram 277 votos a favor, 129 contra e 28 abstenções. Até a votação não se tinha certeza se haveria votos suficientes para aprovar o relatório de Darci de Matos (PSD-SC) a favor da prisão. Nos bastidores, deputados afirmavam que a decisão de Alexandre de Moraes de prender Brazão violou a Constituição, que prevê que parlamentares só podem ser detidos em flagrante por crime inafiançável. Membros do Centrão e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) defendiam a utilização do caso como um recado ao ministro do STF. Além disso, citaram a falta de provas suficientes contra Brazão e que seria um equívoco chancelar uma prisão decretada com base em delação premiada. O temor é que essa situação abra um precedente. (Folha)

Antes da decisão do plenário, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), definiu que não cortaria o ponto de quem não votasse. Assim, ele atendeu aos anseios de lideranças de partidos contrários à manutenção da prisão de Brazão. Parlamentares do Centrão haviam traçado como estratégia não registrar presença, ou seja, boicotar a votação. O rito adotado na sessão também foi mais sucinto, sem orientação de bancada, sem discursos dos líderes partidários. (Meio)

Como conta a Coluna do Estadão, a sucessão de Lira no comando da Câmara contaminou a votação. Líder do União Brasil, Elmar Nascimento (BA), que apoiou a expulsão sumária de Brazão do partido, batalhou por sua libertação para agradar a direita. Atrás do apoio do governo e da esquerda, Antônio Brito (PSD-BA) defendeu mantê-lo preso. Tentando não desagradar ninguém, o bispo Marcos Pereira (Republicanos-SP) sequer foi votar. (Estadão)

E o Conselho de Ética abriu ontem um processo para cassar o mandato de Brazão. O pedido foi feito pelo PSOL sob o argumento de que o acusado pode usar a função para atrapalhar as investigações. (g1)

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Ao iniciar a sessão de ontem do STF, o ministro Alexandre de Moraes disse que “liberdade de expressão não é liberdade de agressão”, em referência aos ataques do dono do X, Elon Musk, ao Judiciário. Como relator de inquéritos sobre ataques à democracia e disseminação de conteúdo falso, Moraes determinou, nos últimos anos, que o X suspendesse contas de investigados. “Tenho absoluta convicção de que o STF, a população brasileira, as pessoas de bem sabem que liberdade de expressão não é liberdade de agressão. Sabem que liberdade de expressão não é liberdade para a proliferação do ódio, do racismo, misoginia, homofobia. Sabem que liberdade de expressão não é liberdade de defesa da tirania”, disse. O tema também foi abordado pelo presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, e pelo decano do Supremo, Gilmar Mendes. (g1)

E Musk afirmou que a plataforma “respeita as leis do Brasil e de todos os países em que opera”. Mas, segundo ele, quando uma ordem para infringir a lei é recebida, é recusada. “No centro desse debate, está nossa crença de que algumas das ordens judiciais que recebemos não estão de acordo com o Marco Civil da Internet ou com a Constituição Federal brasileira”, postou. Em nota, a rede social afirmou que espera há mais de um ano que a Justiça levante o sigilo dos pedidos de banimento. “Ignorar esses recursos é uma violação do devido processo legal.” (Poder360)

Nas redes, o bilionário vem ganhando. Pesquisa Quaest diz que 68% das interações online que trataram do imbróglio foram críticas ao ministro e ao Supremo, contra 32% contra o bilionário. (CNN Brasil)

Meio em vídeo. Musk ganhou a parada nas redes sociais, segundo análise da Quaest. O Projeto de Lei das Fake News foi enterrado no Congresso. E o STF está sendo colocado numa armadilha perigosa. Assista ao Ponto de Partida, com Pedro Doria. (YouTube)

Mais Meio em vídeo. No Conversas com o Meio, Flávia Tavares recebe Sérgio Spagnuolo, fundador do Núcleo Jornalismo e especialista em ambientes digitais. Na entrevista, um passeio pelas revelações do Twitter Files, que mostraram como a rede lidava com decisões judiciais e moderação de conteúdo, passando pelas palavras contra Moraes e as possíveis consequências do episódio. (YouTube)

O Hamas indicou que não consegue entregar 40 reféns israelenses para a primeira fase de um novo acordo de cessar-fogo. Segundo uma autoridade israelense e uma fonte familiarizada com as discussões, aumentam os temores de que mais reféns estejam mortos. O arranjo proposto pelos negociadores prevê que, durante uma primeira pausa de seis semanas, o Hamas liberte 40 dos cerca de 100 reféns que ainda estariam em poder do grupo, incluindo todas as mulheres, homens doentes e idosos. Em troca, centenas de prisioneiros palestinos seriam libertados das prisões israelenses. (CNN)

Já o líder político do grupo, Ismail Haniyeh, afirmou que um ataque israelense no norte de Gaza matou três de seus filhos. Haniyeh, que vive no Catar, disse que Hazem, Amir e Mohammad foram mortos junto a alguns de seus netos em visita a parentes no campo de refugiados de Shati no feriado muçulmano de Eid al-Fitr. Os militares israelenses admitiram o ataque, descrevendo os mortos como membros do Hamas que se dirigiam para “realizar atividades terroristas na área central da Faixa de Gaza”. Não houve menção aos netos. (Al Jazeera)

Thomas L. Friedman: “Mesmo que Israel pretenda ignorar o conselho dos EUA, rezo para que não tente invadir Rafah ou rejeite o envolvimento da Autoridade Palestina no futuro de Gaza. Isso seria um convite a uma ocupação permanente de Gaza por Israel e a uma insurgência permanente do Hamas. Se Israel não pretende firmar uma parceria com a Autoridade Palestina e os Estados árabes moderados, precisa recuperar seus reféns, acabar com a crise humanitária, sair de Gaza, realizar novas eleições e repensar profundamente”. (New York Times)

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Viver

Dados do Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde mostram que o Brasil ultrapassou ontem o patamar dos 3 milhões de casos prováveis de dengue. Há 1.508 casos para cada 100 mil habitantes na maior epidemia da doença registrada no país. O índice ultrapassa o limite de 300 casos por 100 mil habitantes estabelecido pela Organização Mundial de Saúde para considerar uma situação como epidêmica. O número de mortes confirmadas, que já havia batido recorde na segunda-feira, subiu de 1.116 para 1.256, enquanto outras 1.857 seguem sob investigação. (Estadão)

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O Brasil é o país latino-americano com o maior número de graduações entre as 50 melhores do mundo no ranking de universidades Quacquarelli Symonds World 2024. Vinte e dois cursos brasileiros estão entre os melhores, com destaque para odontologia, que classificou quatro universidades: USP (13), Unicamp (23), Unesp (36) e UFRJ (50). A USP foi a instituição brasileira mais bem colocada, com 44 cursos entre os 100 melhores do mundo. O ranking analisou mais de 1.500 universidades em 96 países. (Folha)

Um dos símbolos de Paris, o rio Sena está poluído e pode afetar os Jogos Olímpicos. O Comitê Organizador já trabalha com a possibilidade de cancelar ou adiar a maratona aquática, que seria realizada no rio. Nos últimos seis meses, amostras indicaram contaminação fecal pelas bactérias E. coli e enterococos muito superiores ao máximo permitido pelas federações internacionais de natação e de triatlo para a realização de provas, e a situação pode piorar caso haja chuvas fortes perto das competições. Em agosto passado, um ensaio geral da maratona aquática teve de ser cancelado devido à má qualidade da água. (Globo)

Panelinha no Meio. Leve, saboroso e bem brasileiro. Assim é o robalo assado com crosta de castanha-do-Pará e limão. A casquinha crocante e cítrica dá um charme especial ao peixe – que pode ser substituído por badejo, bacalhau fresco ou até salmão.

Cultura

Quem nunca cantou (ou teve de ouvir) Evidências em um karaokê? Baseado nessa realidade, o cineasta Pedro Antônio fez a comédia romântica Evidências do Amor, estrelada por Fábio Porchat e Sandy – aliás, filha de Xororó, que, com Chitãozinho, transformou a canção em hino em 1990. Mas as estreias atendem a todos os gostos, com o novo Ghostbusters, um drama espanhol sobre preconceito e identidade de gênero infantil, um drama francês sobre o amor na cozinha, um drama brasileiro baseado na obra de Clarice Lispector e muito mais. Visite o site do Meio para ver a lista completa de estreias, os trailers e o link para a programação. (Meio)

A Justiça de São Paulo negou o pedido de exumação do corpo de Gal Costa feito por seu filho Gabriel. A juíza da Vara de Registros Públicos que analisou o caso disse que o tribunal não tem autoridade sobre o assunto e encaminhou a solicitação à polícia. Gabriel pretende levar os restos mortais da cantora para o Rio de Janeiro e quer “ter certeza” da causa do óbito. Ele diz ter dúvidas já que a empresária e declarada viúva Wilma Petrillo optou por não fazer a autópsia. (UOL)

Wilma rompeu o silêncio. Em entrevista, ela negou acusações de que tivesse agredido Gal, reiterou que manteve relação marital com a cantora por mais de 30 anos e disse que o enterro em São Paulo foi uma vontade de Gal e que Gabriel, a quem chama de filho, está agindo sob influência de uma namorada. (Estadão)

O cantor, compositor e maestro Francis Hime (Spotify), de 84 anos, foi internado nesta quarta-feira no hospital CopaStar, no Rio, com pneumonia. O show que ele faria hoje no Teatro Rival, acompanhando a esposa, Olívia Hime, foi adiado. A equipe do Meio torce pela rápida recuperação dele. (Meio)

O Festival de Cannes anunciou o lançamento de uma mostra competitiva dedicada ao cinema imersivo. Serão exibidos trabalhos que utilizam diversas tecnologias, como realidade virtual e aumentada. A 77ª edição do evento, de 15 a 24 de maio, contará com oito obras em competição, além de uma seleção de títulos fora da disputa que vão complementar a programação. (Variety)

Cotidiano Digital

É crucial para a publicidade estar sintonizada com os movimentos da sociedade. Em um ambiente cada vez mais digital e volátil, é preciso engajar e alcançar o público em todos os meios disponíveis. A comunicação transcende as fronteiras entre online e offline - é all line. A campanha “Revele os Racistas”, uma colaboração entre o Instituto Vini Jr e a Lean Agency, exemplifica essa abordagem de comunicação abrangente. Uma mensagem que sensibiliza, mas vai além, reforçando a importância da luta antirracista dentro e fora dos campos. Confira mais detalhes sobre a iniciativa.

A Meta anunciou ontem sua nova geração de chips de IA personalizados para treinamento de modelos de linguagem. A companhia afirma que a versão atualizada chamada Meta Training and Inference Accelerator (MTIA) apresenta “desempenho significativamente melhor” que a antecessora, sendo projetada para aprimorar a eficiência de seus sistemas de IA. Os novos chips são voltados para data centers e projetados para avanços futuros em unidades de processamento gráfico (GPUs). Por enquanto, a plataforma é usada para treino de algoritmos de classificação e recomendação, mas a big tech pode aumentar sua capacidade para utilizá-la em soluções de IA generativa, como em seu modelo Llama. (Tecmundo)

Apesar de grandes lançamentos que se tornam sucesso de público e crítica, a indústria de games ainda passa por ondas de demissões, com estúdios sendo fechados e projetos cancelados. Segundo um estudo da consultoria Newzoo, alguns dados ajudam a explicar esse fenômeno. Um deles é que a pandemia de Covid-19 aumentou o tempo que as pessoas gastam com videogames, mas essa realidade está mudando, com queda de 26% no tempo destinado a isso. Além disso, os títulos antigos ainda atraem mais os consumidores. Em 2023, os jogadores passaram mais de 60% do tempo jogando games lançados há mais de seis anos. Fortnite, Roblox, League of Legends, Minecraft e GTA V ficaram com 27% do tempo de jogo dos gamers em 2023. (Folha)

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