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Bolsonaro se afasta do olavismo para evitar novas derrotas

Preocupado com as eleições que se aproximam, o presidente Jair Bolsonaro está ampliando sua relação com o Centrão e, no mesmo movimento, se afastando também no Congresso Nacional dos aliados de primeira ordem. Os radicais se mostraram ineficazes para conter a aprovação do Fundeb, esta semana, como era desejo do Planalto. E duas votações consideradas estratégicas se aproximam. Uma, a de renovação do fundo emergencial, que vem segurando a popularidade do presidente na casa dos 30%. Outra, a reforma tributária, cujos termos o governo deseja ditar. A primeira afastada foi a vice-líder Bia Kicis, ligada ao movimento Escola sem Partido. No Palácio, são três os nomes que Bolsonaro vem ouvindo mais: os ministros Paulo Guedes, da Economia, Fernando Azevedo, da Defesa, e Fábio Faria das Comunicações. (Folha)

Brasil bate novo recorde diário de Covid-19 e pandemia avança

O Brasil registrou novo recorde de novos casos diários: 65.339 infecções nas últimas 24 horas. O número de mortes se manteve acima de mil: 1.293. Com isso, os óbitos chegaram a 82.890. Para se ter uma dimensão da tragédia, o acidente com o avião da TAM, que chocou o país em 2007, matou 199 pessoas. É como se fossem cinco acidentes como aquele, todos os dias. O número superou, também, as 82.356 mortes registradas em 2019 por homicídios e por acidentes de trânsito em todo o país.

Reforma de Guedes aperta setor de serviços, mas veio sem CPMF digital

O ministro da Economia, Paulo Guedes, encaminhou enfim ao Congresso Nacional o que chama de primeira parte da proposta de reforma tributária do governo. A proposta unifica PIS e Cofins, que são dois impostos federais. Pela proposta, o setor de serviços, um dos mais atingidos pela pandemia, deve pagar mais imposto. Numa segunda etapa, o governo definiu que vai acabar com deduções de saúde e educação em troca da correção da tabela do Imposto de Renda. Segundo Valdo Cruz, a equipe econômica ainda não decidiu, porém, como será a compensação: se reduzirá a alíquota máxima, se só corrigirá a tabela do IR na fonte ou se também aumentará a faixa de isenção. Enquanto para as empresas a ideia é reduzir a alíquota do IR e passar a tributar a distribuição de lucros e dividendos. (G1)

Europa vai injetar R$ 4,5 tri na economia

A chanceler alemã Angela Merkel, em geral muito rígida na conduta econômica, em união com o presidente francês Emmanuel Macron, assinaram com outros líderes europeus um plano de estímulo econômico de €750 bilhões. É o equivalente a R$ 4,5 trilhões. O dinheiro que comporá o fundo da União Europeia será angariado com a venda de títulos públicos que os países farão de forma conjunta. Todos serão responsáveis pela dívida. E a distribuição ocorrerá tendo por critério a escolha das 27 nações do bloco mais pesadamente atingidas pela pandemia. Os líderes se encontraram vestindo máscaras e se cumprimentaram tocando os cotovelos, mantendo sempre distância uns dos outros num rito educativo. A negociação se estendeu por cinco dias e foi tensa, principalmente pelo rigor fiscal que Holanda, Áustria, Suécia e Dinamarca exigiam. A um determinado momento, Macron chegou a bater na mesa e gritar com seu par austríaco, o chanceler Sebastian Kurz. A Alemanha, que em geral está no grupo, mudou suas convicções perante a crise e levou o bloco. (New York Times)

Câmara quer reforma tributária mais ampla que a de Guedes

O ministro da Economia, Paulo Guedes, pode contar com o apoio da Câmara dos Deputados para a proposta de reforma tributária que será apresentada amanhã. Mas os parlamentares esperam que ela seja mais ampla. A primeira fase do texto do governo propõe apenas a unificação do PIS e da Cofins, chamado de Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), que teria alíquota de 12%. Líderes partidários defendem que as medidas sejam acopladas aos projetos já em discussão no Congresso. A proposta da Câmara elimina cinco impostos e a do Senado substitui nove por um único sobre consumo. Para deputados, a divisão é porque Guedes tem receio de incluir estados e municípios no debate — afinal, como alguns destes impostos não são federais, governadores e prefeitos terão de participar da negociação sobre divisão. “O governo acredita que seria bom a gente avançar com essa primeira unificação e depois avançar com a completa das PECs 45 e 110”, explica o presidente da Casa, Rodrigo Maia. “Eu acredito que, além da expectativa do governo, a gente pode ser otimista e aprovar a PEC que incluiria tudo.” (Folha)

Salles e Pazuello ficam, diz Bolsonaro

Em sua live tradicional das quintas, sozinho no Alvorada por conta da Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que não cederá a pressões e manterá o comando do ministério do Meio Ambiente e da Saúde. “Temos hoje vinte e três ministérios”, afirmou, “temos nove ministros militares. Sem contar com o vice Mourão. É proibido militar entrar na política? Salles fica e Pazuello fica.” No caso de Salles, a pressão é internacional — fundos de investimento ameaçam deixar o país caso nada mude a política em relação a Amazônia. “A Europa é uma seita ambiental”, afirmou o presidente. “Não preservaram nada e o tempo todo atiram em cima de nós de forma injusta.” Assista. (Poder 360)

Brasil chega a 75 mil mortos nos 7 dias mais letais para o país

O Brasil registrou 1.261 mortes pela Covid-19 nas últimas 24 horas e, assim, cruzamos a linha dos 75 mil sem vida. Ao todo, na contagem feita pelos veículos de imprensa, são 75.523 óbitos. Com isso, a média móvel de novas mortes nos últimos sete dias foi de 1.067 por dia, uma variação de 8% em relação aos óbitos registrados em 14 dias. Foram os sete dias mais letais desde o início da pandemia, no país. (G1)

Militares usam lei da ditadura contra Gilmar

Foi com um argumento baseado na Lei de Segurança Nacional, que data da Ditadura Militar, que o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo, acionou a Procuradoria-Geral da República contra o ministro Gilmar Mendes, do STF. O Artigo 23 da lei torna crime ‘incitar à animosidade entre as Forças Armadas’. De acordo com o ministro do Supremo, o Exército pode estar se associando a um genocídio dos povos indígenas perante a escalada da crise sanitária enquanto o governo permanece inativo. Os militares reclamam mas o presidente Jair Bolsonaro já estuda um substituto para o general Eduardo Pazuello, que comanda como interino a pasta da Saúde. (Estadão)

EUA voltam à quarentena após reabertura

O governador Gavin Newsom, da Califórnia, ordenou ontem que todos os municípios interrompam quaisquer atividades públicas realizadas internamente — a lista inclui refeições em restaurantes, bares, visitas a vinículas, salas de degustação, cinemas, centros de entretenimento, zoológicos e museus. “Cabe a todos nós reconhecer sobriamente que o Covid-19 não vai desaparecer tão cedo.” O prefeito de Houston propôs uma paralisação de duas semanas em toda a cidade para o governador do Texas, Greg Abbott, já que infecções e hospitalizações por coronavírus continuam aumentando. A governadora de Oregon, Kate Brown, proibiu encontros em locais fechados com mais de dez pessoas e exigirá máscaras ao ar livre. Enquanto o presidente Donald Trump está numa cruzada por reabrir o país, preocupado com sua reeleição, o movimento nos estados virou rapidamente no sentido contrário. Os números, principalmente nos locais onde a pandemia não havia gerado muitos casos, voltou a acelerar. No país, há 3,4 milhões de casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus, segundo dados da UJH. São mais de 135 mil mortos. (CNN)

São Paulo pode estar próxima da imunidade de rebanho

Epidemiologistas e novos estudos sugerem que a chamada imunidade coletiva, necessária para conter a expansão da Covid-19, pode ter estar sendo calculada de forma imprecisa. Na cidade de São Paulo, o máximo de prevalência de anticorpos encontrada na população foi de 3,3%, entre 14 e 21 de maio. Mesmo assim, e apesar da reabertura gradual, a capital registra queda sustentada de novos casos, a ponto de oferecer leitos a cidades onde a epidemia agora avança. A tendência observada está sendo a mesma na Europa, nos EUA e no Brasil: nos locais onde houve maior número de casos, a doença está em declínio. Nos que estavam sendo poupados, o momento é de aumento dos casos, e das mortes. (Folha)