News do Meio

Offshores de Guedes e Campos levantam suspeitas de conflito de interesses

O ministro da Economia, Paulo Guedes, mantém até hoje uma empresa offshore no paraíso fiscal da Ilhas Virgens Britânicas, no Caribe, com patrimônio de US$ 9,55 milhões (cerca de R$ 55 milhões). A informação consta de um imenso banco de dados, chamado Pandora Papers, montado por um consórcio de veículos de comunicação de diversos países e expõe casos semelhantes de empresários brasileiros e autoridades de diversos países. Ter uma offshore não é ilegal, desde que a empresa e seu patrimônio tenham sido declarados à Receita Federal, o que é o caso de Guedes. Porém, o fato de o ministro comandar a política econômica brasileira e tomar decisões que impactam câmbio e tributação, com reflexos sobre bens no exterior, traz um aparente conflito com o artigo 5º do Código de Conduta da Alta Administração Federal (íntegra). Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, também é apontado como dono de offshores, mas fechou uma delas e diz não fez remessas de capital para as demais nem investiu com recursos delas desde que assumiu o cargo. Entretanto, ele e Guedes, à frente do Conselho Monetário Nacional (CMN), aprovaram medida beneficiando possuidores de recursos no exterior. Guedes e Campos negaram ilegalidades, e o Planalto ainda não se manifestou. (Piauí)

Convocação de atos golpistas partiu de Bolsonaro, acusa PGR

A convocação dos atos de caráter golpista no dia 7 de setembro partiu, semanas antes, do presidente Jair Bolsonaro. A conclusão é da Procuradoria-Geral da República em documento enviado ao Supremo Tribunal Federal. É a primeira vez que a PGR cita explicitamente o presidente nos inquéritos que envolvem atos antidemocráticos. No dia 15 de agosto, aponta a subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo, Bolsonaro usou mensagens de Whatsapp para defender a organização de um “contragolpe” às manifestações contrárias à sua gestão. A partir daí, segue a PGR, teve início a coleta de recursos e a organização dos atos de 7 de setembro. (Globo)

Hang faz auto-propaganda, evita respostas e dribla CPI

Durante seis horas, o empresário bolsonarista Luciano Hang fez o que quis na CPI da Pandemia. Acompanhado de advogados e políticos ligados ao presidente, incluindo o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), ele exibiu cartazes defendendo a ‘liberdade de expressão’ e um vídeo que incluía uma propaganda da Havan, sua rede de lojas, e irritou os senadores com respostas evasivas. Hang negou ter havido fraude na certidão de óbito de sua mãe, Regina, que morreu de covid-19 sem que a doença aparecesse no documento, e atribuiu o fato a um erro, afirmando ainda que a mãe tinha comorbidades e admitindo que ela usou o ‘kit covid’, comprovadamente ineficaz. O empresário também negou fazer parte do chamado ‘gabinete paralelo’ e financiar a disseminação de notícias falsas durante a pandemia. A sessão chegou a ser suspensa após o senador Rogério Carvalho (PT-SE) acusar os advogados de Hang de ofendê-lo. O relator Renan Calheiros (MDB-AL) chamou Hang de “bobo da corte”, enquanto o presidente Omar Aziz (PSD-AM) criticou a arrogância do empresário. (Metrópoles)

Prevent Senior agiu com governo para falsear dados sobre Covid

A Prevent Senior atuou em parceria com o chamado ‘gabinete paralelo’ de assessores informais do presidente Jair Bolsonaro para validar a cloroquina e outros tratamentos ineficazes de modo a dar ao Ministério da Economia justificativa para não decretar lockdowns no país. Essa é a síntese do depoimento ontem à CPI da Covid da advogada Bruna Morato, representante dos 12 médicos que denunciaram experiências com pacientes sem autorização e ocultação das mortes por covid-19. A advogada disse que os profissionais de saúde eram coagidos a adotar o ‘kit covid’ e a ocultar a doença nas certidões de óbito. Ela afirmou que funcionários eram orientados a reduzir o oxigênio de pacientes internados havia mais de dez dias em UTIs. “Esses pacientes, segundo informações dos médicos, evoluíam para óbito na própria UTI, então você tinha uma liberação de leitos. A expressão que eu ouvi ser muitas vezes utilizada é ‘óbito também é alta’, disse a advogada. A empresa, que é alvo de três investigações paralelas, classificou a acusação como “loucura”. Ao depor na semana passada, o diretor-executivo da Prevent Senior, Pedro Benedito Batista Júnior, disse que os médicos tinham autonomia para prescrever os tratamentos, mas admitiu a orientação para que o código de diagnóstico de covid-19 fosse mudado durante a internação. (UOL)

Congresso atropela vetos de Bolsonaro

Num verdadeiro rolo compressor o Congresso derrubou uma série de vetos do presidente Jair Bolsonaro, a começar por um que interessa diretamente aos pequenos partidos: a formação de federações partidárias, o que pode lhes dar uma sobrevida diante da cláusula de desempenho e da falta de coligações proporcionais. A medida permite uma fusão temporária de dois ou mais partidos, que atuarão como um só por quatro anos, com um único líder. Se esse tema diz respeito aos políticos, outros três vetos derrubados falam diretamente ao cidadão durante a pandemia. A prova de vida no INSS volta a ficar suspensa até o fim deste ano, evitando que idosos tenham que deslocar até bancos ou agências da previdência. Também voltam a ser proibidos despejos em processos de março de 2020 até 31 de dezembro próximo. Reintegrações de posse só são proibidas em ocupações anteriores a 31 de março deste ano, para não estimular invasões. Por fim, o Legislativo também derrubou o veto ao repasse de verbas federais para ampliar o acesso à internet de alta velocidade em escolas. (Folha)

Merkel sai; moderados de esquerda e direita disputam Alemanha

A Alemanha amanhece nesta segunda-feira com apenas uma certeza. Os 16 anos de domínio da chanceler Angela Merkel sobre a política nacional, continental e mundial chegam ao fim com as eleições de domingo. O que vem pela frente ninguém é capaz de dizer. Os resultados preliminares mostram uma vitória estreita do Partido Social-Democrata (SPD, em alemão) com 25,8% dos votos, contra 24,1% da União Democrata Cristã (CDU), partido de Merkel.

Inquérito cita Carlos Bolsonaro como ‘chefe de organização criminosa’

Carlos Bolsonaro, vereador do Rio de Janeiro pelo Republicanos e filho “Zero Dois” do presidente da República, é apontado como “chefe de organização criminosa” nos depoimentos e documentos entregues ao juiz Marcello Rubioli, da 1ª Vara Criminal Especializada do TJ-RJ. Carlos é investigado por empregar funcionários fantasmas e por promover “rachadinhas”, uma prática ilegal em que parte dos salários dos assessores é repassada ao parlamentar. O Tribunal de Justiça do Rio quebrou os sigilos telefônicos e de dados de pelo menos 11 ex-funcionários do vereador.  (UOL)

Prevent Senior mudou prontuários para omitir covid-19

O plano de saúde Prevent Senior orientou seus médicos a mudarem nos prontuários os diagnósticos de pacientes com covid-19 para outras doenças, admitiu o diretor-executivo da empresa, Pedro Benedito Batista Junior, em depoimento na CPI da Pandemia. Os senadores disseram haver crime na prática e passaram o executivo de depoente a investigado. Um dossiê elaborado por profissionais de saúde acusa a Pevent Senior de ter testado tratamentos ineficazes contra covid-19 sem o conhecimento de pacientes e de ter ocultado o número de mortes registradas no “estudo”. Os médicos diziam ainda que eram coagidos pela empresa a prescrever o “kit covid”, um conjunto de medicamentos ineficazes. Batista nega a ocultação de mortes e acusa os médicos de distorcer dados de planilhas para prejudicar a operadora. (G1)

Na ONU, Bolsonaro exibe negacionismo e fake news

Negacionismo, informações distorcidas sobre meio ambiente e economia, mentiras e a ameaça do socialismo. O cenário era o imponente salão da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, mas o presidente Jair Bolsonaro discursou como se falasse para a claque de apoiadores diariamente posicionados na porta do Palácio da Alvorada. Garantiu que não há corrupção no governo, disse que o desmatamento na Amazônia diminuiu, criticou os passaportes de vacinação e defendeu tratamentos comprovadamente ineficazes contra a covid e exaltou a economia brasileira, entre outras afirmações. Eis a íntegra. Para ficar mais simples, confira o que é falso e o que não é no discurso. (G1)

Empresa chinesa falimentar dispara medo de crise global

O mercado financeiro global iniciou a semana em estado de alerta. O medo é de que a incorporadora chinesa Evergrande possa ser a próxima Lehman Brothers, banco americano que quebrou em 2008 e desencadeou uma das maiores crises financeiras da história. A empresa, segunda maior do setor na China, acumula mais de US$ 300 bilhões em dívidas e corre risco de falir se não pagar o valor do acordo até esta quinta-feira. O temor de um possível calote abalou as bolsas de valores nesta segunda — se a companhia falir pode disparar instabilidade econômica e social em todo o mundo. Na Europa, todos os índices fecharam em vermelho, enquanto em Wall Street, nos Estados Unidos, Dow Jones e S&P 500 fecharam em forte queda, com perdas de -1,78% e -1,70%, respectivamente. No Brasil, o Ibovespa desabou 2,33% e atingiu o nível mais baixo do ano, a 108.843,74 pontos. Já o dólar fechou em alta de 0,93%, subindo para R$ 5,33. Enquanto as bolsas de valores permanecem fechadas na China, Japão e Coreia do Sul por conta do feriado, as ações da Evergrande caíram 10% ontem em Hong Kong. Por parte da China, há poucas chances de que exista um plano liderado pelo Estado para resolver a crise. O governo tem imposto novas diretrizes monetárias e reguladoras para frear a especulação imobiliária no país, o que afetou diretamente os negócios da Evergrande. Embora o caso tenha sido comparado à crise de 2008, alguns analistas não veem maiores semelhanças com o episódio. Entenda. (Seu Dinheiro)