A arte no orgasmo
Com o objetivo de aumentar as vendas de produtos eróticos, uma rede de sex shops da Inglaterra criou, em 1999, o Dia do Orgasmo, celebrado em diversos países em 31 de julho. Na época, as britânicas demonstraram, em uma pesquisa de opinião, sua insatisfação com suas vidas sexuais. A criação de um dia para o ápice do prazer gerou polêmica no mundo todo, promovendo debates e tentativas de quebrar o tabu sobre o assunto. A arte, cumprindo seu papel, vem trazendo o tema em diferentes obras e de muitas maneiras. Para celebrar, selecionamos alguns filmes, séries e músicas que usam o orgasmo como ingrediente, seja de maneira discreta ou mesmo de forma totalmente explícita. Aprecie com prazer.
Filmes:
Babygirl (Amazon Prime)
Uma cena de sexo tórrida que termina num orgasmo intenso logo na abertura dá o tom do filme. Mas Rony (Nicole Kidman), a respeitada CEO de uma grande empresa, quer mais e vai procurar prazer em uma masturbação no chão da sala, enquanto assiste a um filme pornô. O enredo toma forma quando ela se envolve com um estagiário, que a enreda num jogo perigoso de prazer e submissão, colocando em risco o casamento dela. Romy decide se entregar a um novo tipo de prazer e vive momentos tórridos com Samuel (Harris Dickinson), alcançando novas maneiras de deleite sexual, mesmo que às vezes isso traga conflitos internos.
Thelma e Louise (MGM+)
Um clássico do cinema dirigido por Ridley Scott em 1991, Thelma e Louise conta a história de duas amigas do Arkansas que se empoderam e decidem viver a própria vida. Thelma é uma dona de casa vivida por Geena Davis, que escapa do marido abusivo, e Louise, interpretada por Susan Sarandon, uma garçonete que foge depois de matar um homem que tentou violentá-la. No meio do caminho, elas encontram J.D., personagem de Brad Pitt, um jovem sedutor que se envolve com Thelma. É quando os dois participam de uma cena quente, com preliminares que constroem a química entre os dois, que culmina no ponto principal deste texto: o orgasmo.
Pobres Criaturas (Disney+)
Estrelado por Emma Stone, Willem Dafoe e Mark Ruffalo, o longa de Yorgos Lanthimos nos apresenta a Bella Baxter (Stone) trazida de volta à vida após seu cérebro ser substituído pelo do filho que ainda não nasceu, em um experimento conduzido pelo Dr. Godwin Baxter (Dafoe) numa imaginária Londres vitoriana. Ao explorar o mundo a sua volta, Bella descobre a masturbação e, por consequência, o prazer do orgasmo. Por não entender as convenções sociais de sua época, procura viver intensamente seus prazeres, sem se importar com os homens que se aproximam querendo tutelá-la e ditar-lhes regras.
Anora (Amazon Prime)
E quando prazer, dinheiro e impulsividade se misturam? O premiado drama de Sean Baker, que levou os principais prêmios do Festival de Cannes e do Oscar, é recheado de cenas quentes protagonizadas pela stripper Anora, personagem de Mikey Madison, com Ivan (Mark Eydelshteyn), filho de um oligarca russo. O jovem inexperiente se encanta com o tratamento e o prazer sexual que a profissional lhe oferece e, num ato impulsivo, resolve se casar com ela com o pretexto de obter cidadania americana. O resultado é uma relação ganha-ganha, com Ivan tendo o melhor sexo da vida e Anora tendo experiências sociais a que jamais teve acesso. Tudo vai muito bem até os pais de Ivan descobrirem tudo e correrem para anular o casamento.
Cisne Negro (Mercado Play)
No longa dirigido por Darren Aronofsky, Natalie Portman vive Nina, a bailarina de uma companhia que passa por sérios problemas pessoais. Pressionada por um exigente diretor artístico, ela passa a perceber uma concorrência desleal de suas colegas, enquanto enfrenta o desafio de interpretar o Cisne Negro em uma adaptação de O Lago dos Cisnes. Ao se envolver com uma das bailarinas, Nina descobre o orgasmo e encontra a chave que precisa para encarnar no papel do balé.
Séries:
Sex Education (Netflix)
Mas para ter prazer é preciso ter autoconhecimento, de preferência logo na adolescência. Otis Milburn (Asa Butterfield) é um adolescente, filho de uma terapeuta sexual solteira, que tem uma vida sexualmente bem ativa. Percebendo a falta de conhecimento sexual de seus colegas e tendo uma boa bagagem sobre o assunto, apesar de ser virgem, ele decide montar uma clínica de saúde sexual dentro da própria escola com a ajuda de Maeve (Emma Mackey), sua colega de classe rebelde, para ajudar outros estudantes com problemas sexuais.
Sexify (Netflix)
Sexo é coisa séria e prazer também. Pensando nisso, Natalia (Aleksandra Skraba), uma jovem desenvolvedora de software, resolve criar um aplicativo focado em orgasmo feminino para ajudar outras garotas a explorarem o próprio prazer. Por ser virgem, pede ajuda a sua amiga Monica (Sandra Drzymalska) para desvendar o prazer feminino, aliando parte teórica e prática no projeto. Junto com Paulina (Maria Sobocinska), elas montam um “masturbatório” na universidade em que estudam para desenvolver do aplicativo e ganhar uma competição de tecnologia interuniversitária.
Girls (HBO Max)
Com personagens na casa dos 20 anos, a série criada e estrelada por Lena Dunham retrata quatro jovens amigas enfrentando diversos desafios profissionais e pessoais em Nova York. Diferentemente de outras produções, que tratam a questão sexual de forma glamourizada, em Girls, sexo e prazer feminino são tratados de maneira mais crua e próxima das relações reais.
Morrendo por Sexo (Disney+)
Baseada no podcast homônimo de Nikki Boyer, inspirado na história real de Molly Kochan, a série acompanha uma mulher diagnosticada com câncer metastático em estágio 4. É quando Molly (Michelle Williams) decide encerrar seu casamento de 15 anos e embarcar em uma jornada de autodescoberta sexual. Acompanhada por sua melhor amiga Nikki Boyer (Jenny Slate), ela se joga na experiência de explorar seus desejos sem restrições, buscando dar um novo significado ao tempo que ainda tem.
Músicas:
Não Dá Mais Pra Segurar (Explode Coração)
Com a interpretação inconfundível de Maria Bethânia, a música de Gonzaguinha explora com sutileza o caminho do desejo. O título sugestivo dá ideia inicial de algo que está contido e precisa ser exposto, sentido, liberado, aproveitado, afinal, gozado. “Feito louca alucinada e criança / Sentindo meu amor se derramando” é o ápice do prazer esperado pela personagem na canção. (Spotify)
Love To Love You Baby
Donna Summer oferece linhas de baixo provocantes, guitarra envolvente e sua bela voz, que brinca ao longo da música, ora com falsetes, ora com grunhidos que se misturam a gemidos de uma mulher em pleno estado de prazer. A música é ideal para quem quer deixar o ambiente no clima certo para uma noite quente. (Spotify)
Homem
O prazer feminino, apesar de ser um tabu ainda para muitas mulheres, pode ser alvo de inveja para os homens. Pelo menos é para Caetano Veloso, que deixou claro em sua canção que “Só tenho inveja da longevidade / E dos orgasmos múltiplos” das mulheres. Claro, da menstruação, ninguém quer, né Caetano? (YouTube)
Orgasm e Darling Nikki
Além de seu talento multi-instrumental e fusão de diferentes estilos, Prince também era famoso por sua ousadia e sensualidade nos palcos e nos discos. Para fechar seu álbum Come, ele funde sons de guitarra distorcidos, barulhos de ondas do mar se quebrando com os gemidos de uma mulher chegando ao clímax do prazer na faixa Orgasm. Aliás, foi ele quem fez com que os discos contendo conteúdo explícito tivessem que receber um selo com o alerta de “Parental Advisory”, com o lançamento de Darling Nikki no álbum Purple Rain. A música fala de Nikki, uma viciada em sexo que ele encontrou se masturbando com uma revista no saguão de um hotel.
Justify My Love
A rainha do pop também é um dos maiores nomes da sensualidade na música e na arte. Uma das diversas canções e videoclipes que ela lançou remetendo ao desejo em seu mais alto grau é Justify My Love, que esbanja desejo e sedução em seu clipe. O ritmo, a harmonia e a maneira como Madonna sussurra a letra da música é ainda mais potencializada com a interação da cantora e seus dançarinos no clipe. (YouTube)
Pra Fuder
Elza Soares mostrou que ainda tinha lenha para queimar em um de seus últimos álbuns, A Mulher do Fim do Mundo, ao trazer com intensidade o tema do sexo. O samba moderno e sofisticado acompanha a força da Voz do Milênio, com o batuque rápido e suave da percussão, enquanto o violão acompanha a dinâmica da interpretação de Elza com a letra que detalha a dinâmica do desejo. “Olho pro meu corpo sinto a lava escorrer” é um dos versos que marca bem a tônica da música. (Spotify)