News do Meio

Bolsonaro esvazia olavismo no Planalto

Discretamente, o presidente Jair Bolsonaro fez publicar, no Diário Oficial da sexta-feira, um decreto no qual esvaziou por completo os poderes de Filipe Martins, seu assessor especial. Jovem ainda, aos 31 anos, Filipe era o aluno do escritor Olavo de Carvalho mais próximo do presidente, e de longe o nome mais influente em política externa. A indicação do chanceler Ernesto Araújo, a política de busca de intimidade com o presidente americano Donald Trump, assim como a ideia de tornar o deputado Eduardo Bolsonaro embaixador em Washington, estão na sua conta. Filipe, agora, responde ao almirante Flávio Augusto Viana Rocha, novo responsável pela Secretaria de Assuntos Estratégicos. Na prática, o olavismo teve seu espaço no Palácio diminuído. Mas continua no comando das redes sociais. (Veja)

Número de homicídios cai 19%

O número de vítimas de crimes violentos seguidos de morte, no Brasil, caiu 19% em 2019, quando comparado ao ano anterior. Foram, de acordo com levantamento do G1, 41.635 assassinatos contra 51.558, em 2018 — quase dez mil mortes a menos. É, aliás, o menor número da série histórica do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que monitora os casos desde 2007. Há alguns motivos para a queda. De acordo com Bruno Paes Manso, especialista do NEV-USP, um rearranjo interno dos grupos envolvidos no mercado de drogas diminuiu o número de conflitos. Além disto, as ameaças de transferência para presídios federais faz com que chefes de facções presos amenizem sua atividade. E há a influência particular das políticas públicas de São Paulo, Paraíba, Espírito Santo e Distrito Federal, onde já faz entre cinco e seis anos que este tipo de crime vêm diminuindo fortemente. (G1)

Onyx cai e Bolsonaro se cerca de generais

Caiu mais um dos ministros palacianos que começaram o governo com o presidente Jair Bolsonaro. Ontem, após um longo processo de fritura, o chefe da Casa Civil Onyx Lorenzoni foi comunicado de que seria substituído. Assume seu lugar o general Walter Braga Netto, da ativa, atual Chefe do Estado-Maior do Exército e responsável pela intervenção militar no Rio durante o governo Temer. Agora, todos os ministros que trabalham no Planalto têm origem militar. A nova linha agrada Bolsonaro, que quer evitar pretensões eleitorais em sua antessala. Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, chegou a ser convidado, mas recusou. Enquanto isso, Onyx deve assumir o Ministério da Cidadania, hoje comandado por Osmar Terra. A saída do ex-Casa Civil já era esperada desde que viu suas funções serem esvaziadas. Após demissão de seu secretário-executivo, Vicente Santini, por abuso de vôos da FAB, ele perdeu o Programa de Parcerias de Investimentos, que foi transferido para o Ministério da Economia. E ficou restrito a função de mensageiro do presidente no Congresso. (Globo)

Funcionário de agência contratada por políticos mente em CPMI

Hans River, ex-funcionário de uma agência que faz disparos em massa por WhatsApp, depôs ontem perante a CPMI das Fake News no Congresso — e surpreendeu. Ele havia sido convocado pelo deputado petista Rui Falcão, por conta de ter falado à jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha, a respeito das práticas desta indústria durante as eleições. River negou tudo o que havia dito e acusou a repórter. “Quando deixei claro que não fazia parte do meu interesse, a pessoa querer um determinado tipo de matéria a troco de sexo, que não era a minha intenção.” A deixa foi usada pelo deputado Eduardo Bolsonaro. “Eu não duvido que a jornalista possa ter se insinuado sexualmente em troca de informações.” Hans River afirmou, ainda, que nunca prestou serviços à campanha de Jair Bolsonaro — mas o fez para o PT. (Folha)

Chuvas transformam São Paulo em caos

Uma tempestade que teve início na noite de domingo, e não foi interrompida por boa parte da segunda-feira, deixou prejuízos que podem ultrapassar R$ 140 milhões na capital paulista. Movimento em restaurantes caiu, lojas permaneceram fechadas em vários pontos da cidade e muitas empresas sequer abriram suas portas. As chuvas devem continuar até a quarta-feira, 12, embora bem mais fracas. (Folha)

Ex-PM suspeito em caso Marielle é morto pela polícia baiana

Adriano Magalhães da Nóbrega, o ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais da PMRJ, foi morto após troca de tiros com a polícia em Esplanada, no interior baiano. Adriano era suspeito de comandar o Escritório do Crime, a milícia da comunidade de Rio das Pedras, no Rio. Era também ligado à família do presidente Jair Bolsonaro — sua mãe e ex-mulher trabalharam no gabinete da Assembleia Legislativa de Flávio, o filho Zero Um. Nóbrega tinha consciência de que o Bope baiano se aproximava. Horas antes do cerco, ele já havia fugido de uma fazenda para se esconder na chácara de Gilsinho da Dedé, um vereador local. De acordo com a versão oficial, um policial arrombou a porta da casa e Adriano respondeu com fogo. Atingido por dois tiros, foi levado ao hospital com vida mas não sobreviveu. (Globo)

Rondônia manda censurar clássicos, aí desiste

A Secretaria de Educação de Rondônia redigiu ofício com uma lista de 42 livros que as bibliotecas das escolas públicas deveriam retirar das estantes, encaixotar e devolver. Os títulos incluem Memórias Póstumas de Brás Cubas, Os Sertões e Macunaíma — três dos maiores clássicos da literatura brasileira. Além de Machado de Assis, Euclides da Cunha e Mario de Andrade, também foram listados no índex Ferreira Gular, Carlos Heitor Cony, Rubem Fonseca, Nelson Rodrigues, Franz Kafka e Edgar Allan Poe. De acordo com o alerta do governo, as obras são impróprias para crianças e adolescentes. (Globo)

Pressionado pelo mercado, BC corta juros mais uma vez

A taxa Selic, dos juros básicos da economia, foi derrubada mais uma vez pelo Banco Central. Já estava em 4,50% ao ano, a mais baixa da história, caiu para 4,25%. É o quinto corte após um período de estabilidade que durou 16 meses. Quando descontada a inflação, o Brasil passa a um juro real de 0,91% — é a nona menor no ranking da Infinity Asset. Uma das preocupações que movem o BC é uma contração econômica global devido ao coronavírus na China. O país é o principal parceiro comercial brasileiro e a segunda economia do planeta. (Estadão)

Nos EUA Buttigieg sobe, Biden desce

Após um longo dia de confusão, o Partido Democrata do estado de Iowa começou a soltar os resultados parciais da prévia ocorrida na segunda-feira. Com os números já apurados de 71% das sessões eleitorais, o ex-prefeito de South Bend, Pete Buttigieg dá indícios de que levará 26,8% dos delegados, seguido do senador Bernie Sanders, com 25,6%. A senadora Elizabeth Warren tem 18,4% e o ex-vice-presidente Joe Biden, 15,5%. Para Biden, que dos quatro é o que menos conseguiu arrecadar doações de campanha, a notícia é terrível justamente num momento em que precisa ampliar os gastos com publicidade. Enquanto isto, mayor Pete, como muitos chamam Buttigieg, se firma como candidato sério à vaga de presidenciável da oposição. (Washington Post)

PF inocenta Zero Um de lavagem de dinheiro

A conclusão da Polícia Federal é de que não há quaisquer indícios de crimes de lavagem de dinheiro e de falsidade ideológica praticados pelo senador Flávio Bolsonaro no caso da rachadinha organizada por seu ex-chefe de gabinete, Fabrício Queiroz, na Assembleia do Rio. É exatamente o oposto da conclusão de outro inquérito, feito pelo Ministério Público do Rio, que listou inconsistências nos resultados de uma loja de chocolates da qual é sócio e na compra e venda de imóveis com lucros acima da média. Para os procuradores, Flávio não tem como explicar pelo menos R$ 2,3 milhões. A conclusão da PF em nada afeta a sequência dos trabalhos do Ministério Público e se concentrou no caso dos imóveis, não da loja. Sob a gestão do presidente Jair Bolsonaro, o comando da PF está abalado, sob constante pressão em meio ao conflito com o ministro da Justiça, Sérgio Moro. (Folha)