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Câmara aprova Estado de Calamidade Pública

A Câmara dos Deputados aprovou ontem o projeto do governo que decreta estado de calamidade pública no Brasil. Vai, agora, ao Senado — que talvez faça uma votação remota online, segunda ou terça-feira, sem a presença dos senadores no plenário. O decreto tem vigência até dezembro e, em essência, abre espaço para que a União ultrapasse a meta fiscal prevista pelo orçamento do ano, gastando mais em medidas que visam lidar com a crise aberta pelo novo coronavírus. Na Câmara, o apoio foi de todos os partidos. “Vamos oferecer não um cheque em branco”, alertou o deputado comunista Orlando Silva, relator do decreto, “mas um cheque especial que o governo usará com responsabilidade.” (G1)

Seis capitais fazem panelaços contra Bolsonaro

Parecia um prenúncio — quando chegava ao Palácio do Alvorada, na noite de segunda-feira, o presidente Jair Bolsonaro foi interpelado por um imigrante haitiano. O vídeo rapidamente se espalhou pelas redes e mostra um Bolsonaro inicialmente confuso. Acostumado a encontrar ali uma claque só com apoiadores, ficou surpreso com um crítico. “Você está entendendo”, disse o rapaz. “Estou falando brasileiro. Bolsonaro, acabou. Você não é presidente mais.” Quando amanheceu a terça-feira, a frase estava no topo dos trending topics, do Twitter. #BolsonaroAcabou. À noite, espontaneamente, pelo menos seis capitais registraram panelaços contra o presidente — São Paulo, Rio, Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre e Recife. Já havia protesto similar marcado para hoje, às 20h. (Poder 360)

Bolsonaro chama cuidados com pandemia de histeria

Com a pandemia provocada pelo novo coronavírus a pleno vapor no mundo, o presidente Jair Bolsonaro afirmou ontem que vê nas precauções uma mobilização contra seu governo. “Se a economia afundar”, afirmou em entrevista a José Luiz Datena, da rádio Bandeirantes, “acaba o governo. Há disputa de poder nisso aí.” Em geral simpático ao presidente, Datena o pressionou sobre a decisão de cumprimentar pessoas nas ruas, durante as manifestações governistas de domingo. “Estou sozinho num canto apanhando de todo mundo”, explicou. “Tenho obrigação moral de saudar o povo que ficou na frente do Palácio do Planalto. Se me contaminei, é responsabilidade minha. Está havendo uma histeria.” Bolsonaro foi enfático. “Se resolvi apertar a mão do povo, é um direito meu.” (Infomoney)

Bolsonaro cumprimenta centenas em meio a pandemia

As ruas não encheram no Brasil, mas os atos convocados pelo presidente Jair Bolsonaro ocorreram em várias capitais. As faixas e placas elegeram como principal alvo o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, embora as críticas tenham sobrado de forma indiscriminada tanto para o Congresso quanto para o Supremo. Em Brasília, Bolsonaro chegou a acompanhar parte da marcha pela Esplanada dos Ministérios e no Eixo Monumental, sempre dentro de um carro fechado. De volta à Praça dos Três Poderes, o presidente saltou, fez uma transmissão ao vivo pelo Facebook e, abandonando a cautela dos últimos dias, cumprimentou vários participantes. Em entrevista à CNN Brasil, Bolsonaro partiu contra Maia e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre. “Gostaria que eles saíssem às ruas como eu”, disse. “Saiam às ruas e vejam como vocês serão recebidos.” Ele também se queixou das políticas dos governos estaduais para contenção da pandemia de coronavírus. “Quando você proíbe futebol e outras coisas, parte para uma histeria. Proibir isso ou aquilo não vai conter a expansão. Devemos tomar providências, pode se tornar uma questão bastante grave, a do vírus. Mas a economia tem que funcionar porque não podemos ter uma onda de desemprego.” (CNN Brasil)

Bolsonaro pode ter coronavírus — Crise mundial aperta

O presidente Jair Bolsonaro espera, para hoje, o resultado de seu exame para saber se foi infectado com a nova cepa de coronavírus. Seu secretário de Comunicação, Fabio Wajngarten, contraiu o vírus e está em isolamento. Em pronunciamento à nação, Bolsonaro sugeriu que a população não vá às ruas no próximo domingo, como havia conclamado. “Os movimentos espontâneos marcados para o dia 15 atendem aos interesses da nação”, disse. “Demonstram o amadurecimento de nossa democracia presidencialista. Precisam, diante dos fatos recentes, ser repensados.” Nas horas anteriores, o presidente falou em sua tradicional live de quinta-feira. Lá, vestia máscara — como também vestiram máscaras a seu lado o ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, e a intérprete de libras. É o procedimento correto indicado para quem tem suspeita de infecção. (G1)

Suspensas viagens da Europa para EUA; coronavírus é pandemia

Em anúncio transmitido nacionalmente direto do Salão Oval, ontem à noite, o presidente americano Donald Trump anunciou que serão suspensas as viagens desde a Europa continental até os EUA por trinta dias — começa na noite de sexta-feira. O Reino Unido está fora do bloqueio. Cidadãos americanos poderão vir do continente, mas ficarão de quarentena. O anúncio foi feito sem que houvesse previamente qualquer tipo de comunicação com os chefes de Estado europeus ou com executivos das companhias aéreas. Nunca uma medida do tipo foi tomada antes. (New York Times)

Biden larga na frente e deve ser candidato à Casa Branca

O ex-vice-presidente americano Joe Biden venceu, ontem, as prévias do Partido Democrata em Michigan, Missouri, Mississipi e Idaho. Até o fechamento desta edição, as contagens ainda estavam abertas no estado de Washington e na Dakota do Norte, mas são estados com um número menor de delegados para a convenção nacional. Ainda há alguns estados grandes que faltam votar, caso de Flórida, Illinois, Ohio e Arizona, mas em todos o número dois de Barack Obama é o favorito. Matematicamente, sua diferença em relação ao senador Bernie Sanders é tal que a temporada de escolha parece já estar decidida. Segundo o modelo estatístico do site FiveThirtyEight, Joe Biden tem 99% de chances de ser o homem a enfrentar o presidente Donald Trump na eleição de novembro. (FiveThirtyEight)

Mundo desmonta enquanto Bolsonaro ataca eleições

Ontem, em Miami, o presidente Jair Bolsonaro visitou com a mulher o ateliê do pintor Romero Britto, e lá brincou de pintar uma tela. Depoios, posou para fotos com os senadores republicanos locais. Encontrou ainda tempo para posar com o ex-piloto de Fórmula 1, Emerson Fittipaldi. No Twitter, sugeriu que o destaque do dia era o debate sobre um quadro no Fantástico de há uma semana do doutor Dráuzio Varella. Reclamou que o mundo está, em sua opinião, superdimensionando o poder destruidor do coronavírus. Aí, falando a um pequeno grupo de empresários brasileiros, afirmou ter vencido as eleições de 2018 no primeiro turno. “Pelas provas que tenho em minhas mãos”, afirmou o presidente, “que vou mostrar brevemente, fui eleito no primeiro turno. No meu entender, houve fraude.” Enquanto fazia a mais séria acusação contra o sistema eleitoral jamais feita por um presidente na Nova República, a economia desmoronava. A manifestação convocada por ele para demonstrar força ocorrerá no próximo domingo, dia 15. (Globo)

Preço do petróleo despenca e tensiona economia

O preço do petróleo despencou entre domingo e hoje, um colapso histórico que chegou a 34%. Esta segunda-feira deve ser a pior do mercado desde 1991, durante as negociações para o fim da Guerra do Golfo. A queda ocorre após o fracasso das negociações entre a OPEP e a Rússia, na sexta-feira. A organização dos grandes produtores gostaria que Moscou se juntasse para regular o volume de produção após a crise atiçada pelo coronavírus, que diminuiu a demanda internacional. O governo Putin não quis acordo, os sauditas responderam no domingo anunciando que venderão uma quantidade maior de petróleo no próximo mês, aumentando a oferta, fazendo cair o preço bruscamente com o objetivo de ampliar sua fatia no mercado internacional. O índice de futuros S&P 500 bateu numa queda de 5%, ainda domingo. Durante a madrugada, foram as bolsas asiáticas que caíram. O Nikkei 225, do Japão, caiu 5,1%, o Hang Seng, de Hong Kong, 4,2% e o Shanghai Composite, 3%. (CNN)

Bolsa cai, dólar sobe e risco Brasil vai junto

O dólar ontem bateu pela primeira vez no patamar de R$ 4,6. O Banco Central tentou evitar o estrago — fez três intervenções extraordinárias no câmbio, mas não deu. É o 12º dia seguido de desvalorização do real. O Ibovespa caiu 4,65%, movido pelo pessimismo interno e externo com a economia — também as bolsas estrangeiras operaram em queda, lá fora muito por conta das incertezas do coronavírus. Por aqui, as maiores quedas foram da Gol e da Azul. (G1)