News do Meio

Jair Bolsonaro pede guerra contra governadores

O presidente Jair Bolsonaro, ontem, pediu a empresários que entrem em guerra com os governadores de seus estados — principalmente, São Paulo. Aumentou o fogo na frigideira do ministro da Saúde, Nelson Teich, dizendo que exigia que o ministério recomendasse ativamente o uso de cloroquina. Acusou Rodrigo Maia de querer “ferrar o governo”. Depois se reuniu com o presidente da Câmara e a ele pediu paz. “Voltamos a namorar”, afirmou Bolsonaro. “É meu papel institucional, principalmente num momento de crise e de perdas de tantas vidas, o mais importante é sempre o diálogo, ver de que forma o governo federal vem atuando, conhecer o gabinete e toda a sua estrutura”, afirmou o deputado. Para políticos ouvidos pelo Painel, é indício de quanto o presidente está desnorteado. (Folha)

Família Bolsonaro era investigada pela PF do Rio

Um dos principais argumentos do presidente Jair Bolsonaro, ao defender que não tinha motivos pessoais para interferir na Polícia Federal do Rio, era de que sua família não estava sendo investigada. Segundo o depoimento do ex-superintendente da PF no estado, Carlos Henrique Oliveira, a informação é falsa. O senador Flávio Bolsonaro foi investigado até 1º de março por lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. A PF não pediu quebras de sigilo do senador e encaminhou a inquérito para arquivamento. O Ministério Público ainda precisa dizer se concorda. E o atual superintendente no Amazonas, Alexandre Saraiva, confirmou ter recebido uma ligação do diretor da Abin, Alexandre Ramagem, o convidando para assumir a posição no Rio. O delegado aceitou o convite mas pediu que viesse através do diretor-geral da PF. A Abin não faz parte da Polícia Federal, mas Ramagem era o candidato do presidente para dirigi-la. A afirmação de Saraiva confirma que houve interferência de Bolsonaro para tentar indicar alguém mais próximo para o cargo. (Globo)

Vídeo incrimina Bolsonaro, segundo quem viu

Após a sessão fechada em que o vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril foi assistido por pessoas ligadas ao inquérito para apurar as acusações do ex-ministro Sérgio Moro, seu conteúdo começou a vazar por toda a imprensa. É, segundo mais de uma fonte, muito ruim para o presidente Jair Bolsonaro. “Não vou esperar foder alguém da minha família”, ele teria afirmado, com grande exaltação. “Troco todo mundo da segurança. Troco o chefe, troco o ministro.” Segundo quem assistiu, o contexto geral era de um presidente obcecado com mudar o comando da Polícia Federal no Rio. Ele afirma que queria ‘saber das coisas’ que se passavam em seu estado e manifestou preocupação com a família e também com seus amigos. Se as descrições estiverem precisas, a acusação de Moro de que houve interferência política, que é crime, se confirma. (G1)

Bolsonaro diz que lamenta mortes e manda abrir salões de beleza

Pela primeira vez desde o início da pandemia, o presidente Jair Bolsonaro declarou ontem que sente pela morte dos brasileiros levados pelo novo coronavírus. “Lamento cada morte que ocorre a cada hora”, disse no cercadinho em frente ao Alvorada, quando chegava em casa. “O que nós podemos fazer é tratar com o devido zelo o recurso público”, afirmou ainda, explicando o que considera estar entre as ações que o governo federal tem capacidade de executar. Referia-se às suspeitas de superfaturamento que há em alguns estados a respeito da compra emergencial de equipamento como respiradores. (G1)

Celso de Mello libera para alguns vídeo de reunião no Planalto

O ministro Celso de Mello, do STF, deu permissão para que o ex-ministro Sérgio Moro, o procurador-geral da República Augusto Aras e a delegada da Polícia Federal Chistiane Corrêa assistissem ao vídeo com a íntegra da reunião em que o presidente Jair Bolsonaro teria pressionado Moro a respeito de trocar o comando da PF. Através da Advocacia Geral da União, o Palácio do Planalto entregou o vídeo ao Supremo na noite de sexta-feira. Ao menos no primeiro momento, o decano do STF tomou a decisão de mantê-lo sob sigilo. Como Moro é quem acusa o presidente de interferir, o PGR deverá decidir se apresenta denúncia contra o presidente ou não, e é a delegada quem fará os interrogatórios, Mello decidiu que os três deveriam assistir. Os depoimentos já começam hoje. (Poder 360)

Bolsonaro pressiona STF por fim de quarentena

Acompanhado de um grupo de empresários, o presidente Jair Bolsonaro atravessou ontem a Praça dos Três Poderes para pressionar, pessoalmente, o Supremo Tribunal Federal. Os representantes da indústria haviam ido ao Planalto pedir políticas que auxiliem o sustento do setor durante o período da quarentena. Bolsonaro decidiu transformar o encontro num ato político pela volta ao trabalho. “Não estava na nossa agenda inicial, mas o presidente Bolsonaro trouxe a discussão da flexibilização do isolamento no país”, afirmou o presidente-executivo da Associação Brasileira de Indústria de Máquinas e Equipamentos, José Velloso. “Precisamos de uma coordenação, nós precisamos ter um trabalho conjunto para que a volta da atividade seja feita da melhor maneira possível sem risco para as pessoas e preservando o maior número de empregos possível”, completou o presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico, José Ricardo Roriz Coelho. Pegando todos de surpresa, o presidente da República então entrou em contato com seu par no Poder Judiciário, Dias Toffoli, e pediu para ser recebido naquele momento. “Temos um problema que vem cada vez mais nos preocupando”, discursou Bolsonaro já no STF. “Os empresários trouxeram essas aflições, a questão do desemprego, a questão da economia não mais funcionar. O efeito colateral do combate ao vírus não pode ser mais danoso que a própria doença.” Sua queixa a Toffoli era de que havia ‘CNPJs na UTI’. O presidente do Supremo recomendou a Bolsonaro que comande o Executivo, organize um comitê de crise e proponha com estados e municípios um plano. O Planalto ainda não tem sugestão de como fazer a abertura que deseja. (G1)

No pior dia da pandemia, mortos chegam a 8.536

É o segundo recorde consecutivo. O Brasil registrou 615 mortes decorrentes do novo coronavírus nas últimas 24 horas, segundo atualização feita ontem pelo Ministério da Saúde. São 8.536 mortes, no total, registradas por Covid-19. Na quinta passada eram 5.901 mortos. No mundo, são mais de 264 mil mortes até o momento, segundo levantamento da Universidade Johns Hopkins.

STF quer vídeo de reunião no Planalto; Pandemia se agrava

O ministro Celso de Mello deu ao Palácio do Planalto 72 horas para que apresente o registro em vídeo de uma reunião da qual participaram o presidente da República, Jair Bolsonaro, ministros e presidentes de bancos públicos, ocorrida em 22 de abril. Também quer que prestem depoimentos os ministros generais Luiz Eduardo Ramos, Augusto Heleno e Braga Netto — os três estavam presentes. Foi nesta reunião, de acordo com o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, que Bolsonaro lhe apresentou um ultimato: queria ele, pessoalmente, o controle da Polícia Federal no Rio de Janeiro. O inquérito presidido pelo decano do Supremo Tribunal Federal correrá aberto — o vídeo será tornado público. (Globo)

Bolsonaro consegue o que quer e muda chefia da PF no Rio

O presidente Jair Bolsonaro nomeou e logo deu posse, ontem, ao novo diretor-geral da Polícia Federal. É Rolando Alexandre de Souza, número dois de Alexandre Ramagem na Agência Brasileira de Informação. Ramagem, o favorito de Bolsonaro, havia tido sua nomeação suspensa pelo STF por suspeita de haver interesse particular do presidente em sua indicação. Já no cargo sem mesmo uma cerimônia pública, Souza determinou a troca no comando da PF do Rio de Janeiro. O atual superintendente, Carlos Henrique Oliveira, se tornará diretor-executivo da organização. No organograma, é o número dois da PF. Mas é um cargo sob o qual não há investigações. (Poder360)

Bolsonaro pressiona democracia

O presidente Jair Bolsonaro se juntou novamente, ontem, a uma manifestação que pregava o golpe de Estado com repúdio aos poderes Legislativo e Judiciário através do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal. Não havia mais do que cinco mil pessoas no movimento, que salpicadas entre a imensa Esplanada dos Ministérios e a Praça dos Três Poderes mal eram vistas nas imagens aéreas. Pareciam um grupo maior, porém, na live transmitida pelo presidente. “Chegamos no limite”, ele afirmou. “Não tem mais conversa.” Mais cedo, Bolsonaro havia se reunido com um grupo de generais. “Vocês sabem que o povo está conosco, as Forças Armadas também estão ao nosso lado, e Deus acima de tudo. queremos o melhor para o nosso país. Queremos a independência verdadeira dos três poderes e não apenas uma letra da Constituição, não queremos isso. Chega interferência. Não vamos admitir mais interferência. Acabou a paciência.” O presidente estava irritado com uma série de decisões do Supremo, entre elas a ordem para interditar a nomeação de Alexandre Ramagem para o comando da Polícia Federal e, no sábado, a de suspender a expulsão da equipe diplomática venezuelana do país. (G1)