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Bolsonaro demite Mandetta e ataca Maia com força

O olhar fixo no chão, pálpebras caídas, lábios tensionados, sua fala lenta e entrecortada — foi assim que o presidente Jair Bolsonaro anunciou que o oncologista Nelson Teich, um consultor do setor privado de saúde, substituirá Luiz Henrique Mandetta no Ministério da Saúde. O presidente está exausto, disseram pessoas próximas à jornalista Tânia Monteiro, suas energias drenadas pela pandemia e por panelaços. E, ontem, em todo o país, as panelas bateram duro novamente quando a demissão de Mandetta foi anunciada. Nelson Teich, por sua vez, em seu discurso de apresentação defendeu que se conduzam testes massivos na população. “Isso vai gerar capacidade de entender o momento, a doença e definir ações”, disse. Ele não falou em fim de isolamento social imediatamente e foi igualmente cauteloso a respeito do uso de cloroquina. (Estadão)

Mandetta: ‘Fico até encontrarem uma pessoa‘

O ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta pegou de surpresa a todos, ontem à tarde, quando apareceu às 17h, no Palácio do Planalto, para comandar a coletiva diária sobre o novo coronavírus acompanhado de seus dois principais assessores — os secretários João Gabbardo e Wanderson Oliveira. A notícia de que Oliveira se demitira havia circulado horas antes e o dia inteiro foi marcado por especulações sobre quem substituirá Mandetta. “Hoje teve muito ruído por conta do Wanderson”, afirmou o ministro. “Já falei que não aceito, Wanderson continua. Vamos trabalhar juntos até o momento de sairmos juntos do ministério.” O tom geral da coletiva foi um de quem se despede. “O importante é que, seja lá quem o presidente colocar no Ministério da Saúde, que ele confie e que ele dê as condições para que a pessoa possa trabalhar baseada na ciência, nos números, na transparência dos casos.” Mandetta falou abertamente sobre o conflito com o presidente Jair Bolsonaro. “Existem pessoas que acreditam, criam essas teorias de negócio vertical, oblíquo, horizontal. Não sei de onde vêm essas angulações, mas acreditam fielmente”, comentou. “Nós temos um conjunto de informações que nos levam a ter essa conduta de cautela. Parece que eu sou contra o presidente, o presidente é contra mim. Não. São visões diferentes do mesmo problema. Se tivesse uma visão única, seria muito fácil solucionar." Assista. (G1)

Crise de Bolsonaro com Mandetta chega ao ponto mais agudo

O ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta acordou hoje preso ao cargo por um fio. Ontem, de acordo com o Painel, avisou à equipe que o presidente Jair Bolsonaro já está em reuniões para definir o nome de seu substituto e que ele concordou em seguir no posto até esta definição. (Folha)

Bolsonaro quer forçar demissão de Mandetta

O presidente Jair Bolsonaro mudou a estratégia e pretende forçar a demissão do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. A partir de hoje, o ministro não será mais convocado para reuniões, tampouco será convocado a participar de decisões do governo. Simultaneamente, o Planalto citará mais o deputado Osmar Terra e a médica Nise Yamaguchi, ambos proponentes do uso de terapia baseada em hidroxicloroquina e críticos da política de isolamento social. É a plataforma da qual Bolsonaro gosta. O receio do presidente é que, se demitido, Mandetta vire um mártir. (Folha)

‘Brasileiro não sabe se escuta ministro ou presidente’

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, deu ontem uma longa entrevista ao Fantástico, quase 15 minutos, tempo grande para a televisão. “A população olha e fala: mas será que o ministro é contra o presidente?”, ele comentou. “Não há ninguém contra nem a favor de nada. Nosso inimigo, é o coronavírus. Se estou ministro da Saúde, estou por obra de nomeação do presidente.” Ele escolheu cautela, mas não deixou de marcar que há divergência. “O presidente olha pelo lado da economia. O Ministério da Saúde entende a economia, entende a cultura e educação, mas chama pelo lado de equilíbrio de proteção à vida. Espero que essa validação dos diferentes modelos de enfrentamento possa ser comum e que a gente possa ter uma fala unificada. Porque isso leva para o brasileiro uma dubiedade: ele não sabe se escuta o ministro da Saúde, se ele escuta o presidente.” Mandetta também afirmou que, no Brasil, o pior momento da pandemia ainda está longe.“A segunda quinzena de abril seria a que aumentaríamos e que os meses de maio e junho seriam os de maior estresse pro nosso sistema de saúde”, comentou baseando-se nas projeções com as quais trabalha. Mandetta e sua mulher passaram o fim de semana da Páscoa hospedados pelo governador Ronaldo Caiado no Palácio das Esmeraldas, em Goiás. Caiado rompeu recentemente com Bolsonaro por conta, justamente, da pandemia. O ministro reiterou o pedido de isolamento social. Assista ou leia. (G1)

Bolsonaro lava as mãos e culpa governadores por isolamento

Após uma segunda na qual quase demitiu seu ministro da Saúde e uma terça-feira em silêncio irritado, o presidente Jair Bolsonaro voltou ontem à cadeia nacional de rádio e TV para reafirmar sua repulsa à quarentena. “Respeito a autonomia dos governadores e prefeitos”, ele disse. “Muitas medidas, de forma restritiva ou não, são de responsabilidade exclusiva dos mesmos. O governo federal não foi consultado sobre sua amplitude ou duração.” Apesar de jogar nas costas dos governadores as consequências do período de isolamento social, pela primeira vez Bolsonaro reconheceu que há impacto em vidas causado pela doença. “Sempre afirmei que tínhamos dois problemas a resolver, o vírus e o desemprego, que deveriam ser tratados simultaneamente. As consequências do tratamento não podem ser mais danosas que a própria doença.” O presidente também voltou a defender a aplicação de hidroxicloroquina como cura para a doença. “Há pouco, conversei com o doutor Roberto Kalil”, contou, “cumprimentei-o pela honestidade ao assumir que não só usou a hidroxicloroquina, bem como a ministrou para dezenas de pacientes. Todos estão salvos.” Kalil é diretor clínico do Instituto do Coração e esteve doente. Assista. (Poder 360)

Governo solta, enfim, auxílio de R$ 600

O presidente Jair Bolsonaro passou o dia sem aparecer. Não se deteve à porta do Alvorada como faz quase toda manhã e, esperado na coletiva que a equipe econômica preparou para às 9h, no Planalto, de última hora achou por bem não ir. Assumiu o comando o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni. Tendo ao lado Pedro Guimarães, presidente da Caixa Econômica Federal, Onyx anunciou, enfim, o auxílio emergencial de R$ 600, que será pago por três meses, a quem mais precisa. Para receber, informais, autônomos, desempregados e aqueles registrados em MEIs devem se cadastrar no site ou baixar o app — para Android ou iPhone. Quem não tiver conta em banco poderá criar uma, livre de taxas ou outros custos, na Caixa. A expectativa é de que até 30 milhões de pessoas o façam. Um acordo do governo com a Febraban garante que o dinheiro depositado não será usado para cobrir pendências anteriores. A expectativa é de que o valor comece a ser liberado a partir da quinta-feira. (G1)

Com raiva de Mandetta, Bolsonaro para país por um dia

O presidente Jair Bolsonaro manteve ontem o país em suspenso ao ponto de a tensão imobilizar por um dia, durante a maior pandemia em um século, o funcionamento do ministério da Saúde. Já no final da manhã, as principais colunas de notas políticas começaram a anunciar a iminente demissão do ministro Luiz Henrique Mandetta. O presidente é contra a política de recolhimento em casa defendida por seu ministro, pela Organização Mundial da Saúde e quase todos os governos do mundo. Bolsonaro também gostaria de ver o ministério promover com mais ênfase terapias com base no remédio hidroxicloroquina. Mas, novamente, os técnicos vêm mantendo a linha de seguir as recomendações da OMS e dos institutos de pesquisa nacionais. Irritado, o presidente se movimentou para colocar na pasta o deputado Osmar Terra, com quem tem o discurso alinhado. A tentativa de expurgo de Mandetta mobilizou Brasília. Os presidentes da Câmara e do Senado fizeram o presidente saber que ele tornaria difícil a relação com o Congresso caso a demissão ocorresse. O Conselho Federal de Medicina se pôs contra. E os ministro militares do Planalto, em conjunto, levam ao presidente a notícia de que se opunham à decisão. Foi apenas perto das 20h que a repórter Andréia Sadi ouviu, do vice-presidente Hamilton Mourão, a notícia de que a crise findara. “Mandetta segue no combate”, afirmou. “Ele fica.” (G1)

Bolsonaro volta a ameaçar Mandetta

Isolado até de seus ministros, o presidente Jair Bolsonaro voltou a ameaçar ontem Luiz Henrique Mandetta, responsável pela pasta da Saúde. “Algumas pessoas no meu governo, algo subiu à cabeça deles”, afirmou no fim da tarde, pouco antes de se encontrar com um grupo cristão nos jardins do Palácio da Alvorada. “Eram pessoas normais, mas de repente viraram estrelas. Falam pelos cotovelos. Tem provocações. Vai chegar a hora deles. A minha caneta funciona.” O pastor responsável pelo culto que Bolsonaro acompanhou pediu ao presidente que se ajoelhasse junto aos fiéis e garantiu, após a oração, que com a bênção de Deus ninguém mais morreria no Brasil por conta do novo coronavírus. “Não tenho medo de usar a caneta”, seguiu o presidente. “E ela vai ser usada para o bem do Brasil, não é para o meu bem.” (Estadão)

Mais de um milhão têm novo coronavírus

O mapa da Universidade Johns Hopkins, uma das mais respeitadas instituições de saúde do mundo, mostrou que 1.002.159 pessoas já foram infectadas pelo novo coronavírus. Passou de um milhão. As vítimas estão divididas em 181 países ou regiões, segundo atualização feita às 16h de ontem. Ainda segundo o levantamento, o número de mortes pela Covid-19 ultrapassou a marca de 50 mil. A nota positiva é que mais de 200 mil pessoas já estão curadas. O número da universidade é maior do que os aferidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que confirma até o momento 896 mil casos confirmados em 205 países. (CNN)