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SP reabre comércio em momento de alta da pandemia

Enquanto São Paulo autoriza reabertura do comércio a partir desta quarta e o Rio de Janeiro flexibiliza regras, o número de mortes aumenta no Brasil. Ao todo, são 38.497 óbitos e 742.084 pessoas doentes desde 26 de fevereiro, quando a doença foi diagnosticada pela primeira vez no país. Cidades do interior que reabriram as atividades econômicas nos últimos dias ou semanas registraram um aumento súbito de novas infecções e mortes causadas pelo novo coronavírus. É a maior circulação de pessoas engrossando uma segunda leva de casos. (Folha)

STF ordena a Ministério que retome divulgação de números da Covid

O ministro Alexandre de Moraes ordenou, na noite de ontem, ao Ministério da Saúde que retome a divulgação dos dados relacionados à Covid-19 no mesmo formato que utilizava. Moraes respondeu a uma ação apresentada pela Rede, PSOL e PCdoB. “A Constituição consagrou expressamente o princípio da publicidade como um dos vetores imprescindíveis à administração pública”, afirmou em sua decisão. “É absoluta prioridade na gestão administrativa garantir pleno acesso às informações a toda a sociedade.” Ontem, no final da tarde, ainda no seu novo modelo de preferência, o ministério divulgou que haviam ocorrido 679 novas mortes confirmadas nas últimas 24h. Na segunda, as notificações costumam ser um pouco mais baixas do que a média da semana, mas a tentativa de ocultação promovida pelo governo alimenta a desconfiança e coloca em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.

Governo brasileiro provoca apagão de dados da Covid-19

Em meio à disparada de mortes, o Ministério da Saúde impôs um apagão de dados. O site oficial foi republicado neste sábado, entretanto, somente com as notificações registradas nas últimas 24 horas. Não constam mais o número total de pessoas infectadas pelo vírus Sars-Cov-2 no país desde o início da pandemia, nem o acumulado de óbitos provocados pela Covid-19 no território brasileiro.

Brasil chega a terceiro no mundo em mortes por Covid

Cem dias completados ontem para que a gripezinha descrita por Jair Bolsonaro passasse a matar um brasileiro por minuto. Desde o 1º diagnóstico da Covid-19, em 25 de fevereiro em São Paulo, até este 4 de junho, 34.021 pessoas morreram em decorrência do novo coronavírus. O saldo supera neste mesmo dia o da Itália. Com mais de 4.000 mortes ainda em investigação, é difícil dizer se o país atingiu um pico de óbitos diários e quando isso ocorreu. A métrica precária, mas possível, vem dos registros diários de novas mortes confirmadas, que bateram recordes nos dois últimos dias. Em homenagem às vítimas, o fundo do site da Folha está negro. De luto. O governo opera para segurar dano à imagem. Para evitar que o Jornal Nacional possa abrir com o número de mortes provocadas pela doença, o Ministério da Saúde pelo segundo dia seguinte atrasou para após o noticiário o anúncio do levantamento. O jornalismo da TV Globo passou a fazer a conta com a equipe do G1, que está se informando diretamente com as secretarias estaduais de Saúde.

Governo ameaça manifestantes e teme movimento pró-impeachment

O governo federal endureceu o discurso, ontem. Pela manhã, em artigo, o vice-presidente Hamilton Mourão chamou as pessoas que saíram em protesto pela democracia de baderneiros, classificou suas ações como abuso e afirmou que pretendem ensanguentar as ruas do país. O presidente Jair Bolsonaro apertou ainda mais na retórica. “São marginais”, ele disse, “terroristas.” O temor do Planalto é de que a onda de protestos contra o governo ganhe corpo e se torne um movimento pelo impeachment. Em São Paulo, a PM tenta organizar para que os protestos pró e contra governo ocorram em dias separados. Além das torcidas organizadas, neste domingo deverão ir para a rua também movimentos sociais, centrais sindicais e partidos de esquerda. (Estadão)

Protestos antirracistas chegam à Europa

As ruas de Paris foram tomadas por vinte mil pessoas que desafiaram a quarentena para trazer à França os protestos antirracismo que já inflamam as ruas americanas. Tomando emprestado slogans dos EUA como Vidas Negras Importam e Não consigo respirar, questionaram a morte em 2016 de Adama Traoré, um homem negro de 24 anos que estava sob custódia policial quando perdeu a vida. (Guardian)

Movimentos suprapartidários contra Bolsonaro crescem

Três campanhas suprapartidárias pela democracia começam a ganhar volume. Até esta manhã, o movimento Estamos Juntos se aproximava das 250 mil assinaturas. Enquanto isso, viralizava nas redes a hashtag #Somos70Porcento e o Basta!, um abaixo-assinado de advogados e juristas, ganhava igualmente corpo. Seu objetivo é reunir um amplo espectro, do centro à direita, em defesa da democracia. Uma live está sendo preparada para os próximos dias. (Folha)

Protestos e tensão marcam fim de semana

Foi um fim de semana de protestos pelo Brasil. Na noite de sábado, poucas dezenas de pessoas do grupo batizado de 300 se aglomerou à frente do Supremo para protestar contra as investigações que envolvem o presidente Jair Bolsonaro e seus seguidores. Portavam tochas seguindo a estética compartilhada por fascistas e Ku Klux Klan. No domingo, torcidas organizadas de Corinthians, Palmeiras e Santos se encontraram na Avenida Paulista em um ato pró-democracia. Quando já estavam lá fazia mais de uma hora, por volta das 13h, houve um conflito com grupos pró-bolsonaristas. A polícia investiga se o estopim foi o uso de uma bandeira utilizada pelo movimento neonazista ucraniano. Neste momento, a PM tratou de separar os dois grupos — mas os ânimos estavam acirrados e os torcedores puseram barricas pela rua, com objetos em chamas. Os policiais chegaram a disparar bombas de efeito moral contra este grupo, que reagia lançando pedras. Ainda é difícil afirmar quem iniciou as hostilidades. Também na manhã de domingo, Bolsonaro recebeu em frente ao Planalto simpatizantes. Uma das faixas dizia: ‘Forças Armadas, fechem o Congresso e o STF já’. Sobrevoou de helicóptero a pequena manifestação e passou em revista, montado em um cavalo da PM. (G1)

Com rejeição pública em alta, Bolsonaro ataca STF

Ao sair ontem de manhã do Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro estava irascível. “Acabou, porra! Não dá para admitir mais atitudes de certas pessoas individuais tomando quase que de forma pessoal certas ações. Somos um país livre e vamos continuar livres, mesmo com o sacrifício da própria vida.” Sua ira era voltada contra o Supremo Tribunal Federal. “Chega! Chegamos no limite. Estou com as armas da democracia na mão.” Ele se queixava do inquérito em curso para investigar a origem do financiamento e a autoria da máquina de fake news de seu grupo político. “Agora, o condenado maior que está existindo nessa questão é a honra dessas famílias. Não foi justo o que aconteceu no dia de ontem” — referia-se à operação da Polícia Federal na terça-feira. E, subindo o tom do ataque, pela primeira vez se referiu a um ministro específico, o decano Celso de Mello, por ter tornado público o vídeo da reunião ministerial de 22 de abril. “Ele é o responsável! Pelo amor de Deus, peço que reflitam, não prossigam esse tipo de inquérito, a não ser que seja pela lei do abuso de autoridade, que está bem claro que quem divulga vídeos, imagens, áudios, do que não interessa ao inquérito. Está lá: um a quatro anos de detenção. O criminoso não é o Weintraub, não é o Salles.” O ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmou que alguns membros do Supremo deveriam ser presos e o do Meio Ambiente, Ricardo Salles, quis aproveitar a atenção do país com a pandemia para cancelar regulamentações ambientais. Weintraub foi convocado a depor e o ministério da Justiça, de forma inusual, entrou com pedido de habeas corpus em seu nome para evitar o testemunho. (Poder 360)

Investigação do STF se aproxima do Planalto

A Polícia Federal cumpriu ontem 29 mandados de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Rio, Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina e no Distrito Federal — todos relacionados ao inquérito das fake news aberto no Supremo e relatado pelo ministro Alexandre de Moraes. Entre os alvos estiveram o ex-deputado mensaleiro Roberto Jefferson, o empresário Luciano Hang (lojas Havan) e os blogueiros bolsonaristas Allan dos Santos e Winston Lima. A investigação busca compreender como funciona a máquina de desinformação que, nascida para a campanha do presidente Jair Bolsonaro, ainda funciona no Palácio do Planalto. Entre os financiadores, além de Hang, está também Edgard Corona, das academias Smart Fit. Foram pedidos ainda os bloqueios nos perfis de Facebook, Twitter e Instagram de todos os 17 investigados. Embora não tenham sido alvo de mandados, Moraes também determinou que sejam interrogados seis deputados federais, entre eles Bia Kicis, Carla Zambelli e Luiz Phillipe de Orleáns e Bragança, do núcleo duro governista.