News do Meio

Bolsonaro põe comediante para responder sobre PIB

O dia foi de pibinho: em 2019, de acordo com anúncio feito pelo IBGE, o Brasil cresceu 1,1%. É menos do que nos dois anos anteriores, sob comando de Michel Temer. Perante a má notícia, como de praxe, o presidente Jair Bolsonaro tentou produzir uma distração. Em sua tradicional parada à porta do Palácio da Alvorada, quando deixa o carro e fala aos jornalistas perante uma claque de fãs, ontem não foi o presidente quem se apresentou. Foi o humorista Márvio Lúcio, contratado pela TV Record, conhecido como Carioca. Vestido de presidente e com faixa presidencial, tentou dar entrevistas a um grupo atônito de jornalistas. Como ninguém perguntou qualquer coisa, ele passou a distribuir bananas para repórteres, fotógrafos e cinegrafistas. Que tampouco foram aceitas. Bolsonaro assistiu a tudo rindo muito. E não respondeu a qualquer pergunta sobre o estado da economia. (Estadão)

Biden vence a Superterça e é o favorito democrata

O ex-vice-presidente americano, Joe Biden, teve ontem sua melhor noite desde o início da campanha eleitoral. Venceu em nove dos 14 estados em disputa, e assim virou o jogo. A partir de hoje, ele encabeça a lista do candidato com maior probabilidade de vencer as primárias do Partido Democrata e, assim, disputar a eleição presidencial contra Donald Trump. O senador Bernie Sanders não é carta fora do trabalho — vencerá na Califórnia, cuja contagem de votos vai demorar ainda alguns dias. Mas é uma virada e tanto. Descartado por muitos analistas nas primeiras semanas das prévias por conta de derrotas acachapantes, com muito menos dinheiro do que seus principais adversários, não venceu apenas no Sul onde o eleitorado negro mantem a simpatia pelo vice de Barack Obama. Ganhou em Massachussetts, Nova Inglaterra, estado da senadora Elizabeth Warren e vizinho ao Vermont de Sanders. Venceu, também, em Minnesotta, no Meio Oeste, região que custou a Hillary Clinton sua vitória contra Trump. E levou, por margem estreita, o Texas, que oferece um mix próximo do típico eleitorado americano — negros e latinos, brancos mais velhos e moderados, muita gente em idade de universidade em busca de uma revolução. (Five Thirty Eight)

Congresso vota hoje veto que levou a briga com Bolsonaro

Na Câmara dos Deputados, a maioria defende derrubar o veto do presidente Jair Bolsonaro ao Orçamento impositivo. Se derrubado, o Congresso poderá determinar ao Executivo como gastar até R$ 30 bilhões. No Senado, a maioria não é tão firme — e é com os senadores que o Planalto conversa sobre a possibiliade de manter o veto presidencial como está. A negociação já demostra resultados. Renan Calheiros e José Serra, ambos senadores de oposição, já se manifestaram favoráveis ao pleito de Bolsonaro. Em troca, o Senado quer aprovar uma nova política de salário mínimo, coisa que o ministro da Economia Paulo Guedes prefere evitar. O veto deverá ser votado hoje. (Estadão)

Acaba motim PM no CE mas tensão com Planalto continua

Os policiais militares do Ceará devem voltar às ruas a partir desta manhã. Na terça-feira, a Assembleia Legislativa vota um projeto que reestrutura o plano de carreira dos policiais e inclui um aumento do salário de soldado PM, que vai de R$ 3,4 mil para R$ 4,5 mil, escalonado até 2022. Um dos pedidos dos amotinados era anistia a todos — isto, o governador Camilo Santana não concedeu. Receberam, porém, algumas garantias. A de que ninguém será transferido para o interior por 60 dias e de que todos terão direito a um processo legal na avaliação de suas condutas. Foi uma negociação tensa, principalmente por conta do aparente apoio do governo federal ao levante. (G1)

Bolsonaro reforça ataque contra imprensa

Aproveitando o espaço de sua tradicional live de quintas-feiras, o presidente Jair Bolsonaro partiu para novo ataque contra imprensa e Congresso. E pegou a todos de surpresa com o tom. “Não vou renunciar ao meu mandato”, ele afirmou, “não vou dar dinheiro para imprensa.” O presidente apresentou nova versão para os vídeos que enviou por WhatsApp convocando para as manifestações do próprio dia 15. Desta vez, acusou a jornalista Vera Magalhães de falar de vídeos que, na verdade, seriam de 2015. Os filmetes, porém, tratam dele já como presidente e incluem imagens da facada que levou — em 2018. (Estadão)

Bolsonaro força crise institucional

O presidente Jair Bolsonaro distribuiu pessoalmente, via WhatsApp, um vídeo de edição dramática que relembra a facada que tomou em campanha para convocar uma manifestação contra o Congresso Nacional, no dia 15 de março. O filmete vem uma semana após o general Augusto Heleno, secretário do Gabinete de Segurança Institucional, ter sido flagrado por um microfone aberto do próprio Planalto defendendo uma convocação do tipo para pressionar os parlamentares. Também foi distribuída nas redes, embora apócrifa, uma terceira convocação — desta vez com as imagens, vestindo farda, de quatro generais palacianos incluindo Heleno e o vice-presidente, Hamilton Mourão. (BR Político)

Caos no Ceará e medo de que motim da PM se espalhe

O presidente Jair Bolsonaro atendeu ontem a um pedido do governador cearense Camilo Santana e autorizou, além do envio da Força Nacional, também as Forças Armadas para garantir a ordem durante o motim da PM local. O presidente assinou um decreto de Garantia da Lei e da Ordem no período que vai até 28 de fevereiro, garantindo a segurança durante o carnaval. Em Brasília, porém, nos outros poderes a avaliação é de que muito da atual crise com as polícias amotinadas é responsabilidade da família presidencial. Repórteres da Folha ouviram ministros do Supremo e congressistas. As polícias se sentem respaldadas pelo discurso dos Bolsonaros. Em São Paulo, o secretário de Segurança Youssef Abou Chahin é um dos que manifestam abertamente preocupação. “Se acabar em pizza”, afirmou ao Painel se referindo ao levante no Ceará, “a chance de virar moda é grande.” (Folha)

Cid Gomes baleado por PMs no Ceará

O senador Cid Gomes foi baleado, ontem, na cidade cearense de Sobral, por policiais militares em greve. O irmão de Ciro Gomes tentava romper o piquete nos portões de um quartel pilotando uma retroescavadeira. Um dos PMs — estavam todos mascarados — o atingiu no tórax com dois tiros de calibre .40. O senador deu sorte e nenhum órgão vital foi atingido. O momento foi todo registrado em vídeo e os investigadores acreditam que, apesar do gorro, as imagens poderão ajudar a identificar o autor dos disparos. Cid deve ser transferido, hoje, para um hospital em Fortaleza. Não há risco de morte. (O Povo)

Guedes ameaça entregar o cargo em dia de agressão

Foi um dia atípico o do Palácio do Planalto, ontem. Atípico, barulhento e confuso. De manhã, em sua tradicional parada à frente do Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro ofendeu a jornalista Patrícia Campos Mello, autora das reportagens sobre os disparos em massa realizados por sua campanha no WhatsApp. O assunto renderia o dia todo nas redes. Porém, já no Planalto, o presidente aproveitou o momento da posse dos ministros Braga Netto, na Casa Civil, e Onyx Lorenzoni, na Cidadania, para surpreender novamente. “O que nós devemos aos ministros, em especial ao Paulo Guedes, é muito”, disse. “O Paulo não pediu para sair, tenho certeza que vai continuar conosco até o último dia.” Até ali, ninguém falava em saída do ministro da Economia. Para muitos, foi um susto — ampliado à tarde, quando Bolsonaro cancelou do nada o lançamento do programa Brasil Mais, mandou todos os assessores saírem, e se trancou por horas com Guedes, Augusto Heleno, da Segurança Institucional, e Luiz Carlos Ramos, da secretaria de Governo. Algo estava acontecendo. (Poder 360)

Vinte governadores contra Bolsonaro

Ao todo vinte governadores, de 19 estados e do Distrito Federal, assinaram ontem uma carta de críticas ao presidente da República, Jair Bolsonaro. “Recentes declarações confrontando governadores, ora desafiando governadores a reduzir impostos vitais para a sobrevivência dos Estados, ora se antecipando a investigações policiais para atribuir fatos graves à conduta das polícias e de seus governadores, não contribuem para a evolução da democracia no Brasil”, afirmam no texto. São três as referências. No último dia 5, Bolsonaro afirmou que retiraria tributos federais sobre a gasolina se os governadores abrissem mão do ICMS. À época, o paulista João Doria já havia se queixado. “Isso não pode ser tratado de forma irresponsável.” No último fim de semana, o presidente também sugeriu que a morte do miliciano Adriano da Nóbrega pode ter sido queima de arquivo sob responsabilidade da PM baiana, destacando que o governador Rui Costa é do PT. Ele já havia feito insinuações também a respeito da conduta da PM fluminense, em investigações como a do caso Marielle Franco. É da postura de contínuo confronto por parte do Planalto que os governadores se queixam. “É preciso observar os limites institucionais com a responsabilidade que nossos mandatos exigem”, continua o texto. “Equilíbrio, sensatez e diálogo para entendimentos na pauta de interesse do povo é o que a sociedade espera de nós.” (G1)