News do Meio

TSE oferece saída honrosa aos militares

Um dia depois de negar em nota um acordo para dar aos militares acesso privilegiado a boletins de urna, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aceitou a principal sugestão do Ministério da Defesa em relação às eleições de outubro. Por unanimidade, os ministros decidiram adotar um projeto-piloto para o teste de integridade das urnas. Pela proposta, de 32 a 64 urnas entre as 640 que já são testadas serão acionadas pela biometria de eleitores reais, o que não está previsto nos protocolos atuais. Elaborada pelo presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, a minuta não constava da pauta e pegou de surpresa até os funcionários. No Ministério da Defesa, a decisão foi considerada “excelente”, e a expectativa é que o teste seja feito no maior número de urnas possível. A proposta havia sido rejeitada pelo presidente anterior da Corte, Edison Fachin, e enfrentava resistência da área técnica do tribunal, mas Moraes afirmou que a mudança não terá impacto no calendário eleitoral. (UOL)

TSE nega a Forças Armadas sua apuração paralela

O clima entre os militares e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que parecia distensionado, voltou a azedar ontem. A Corte negou em nota que tenha feito qualquer acordo com o Ministério da Defesa para um “acesso diferenciado em tempo real aos dados enviados para a totalização”. Os militares querem fotografar os boletins de 385 urnas nas seções eleitorais e comparar com os resultados delas que chegam ao TSE. A Defesa teme que, com esse recuo, sua principal proposta, a mudança do teste de integridade nas urnas, também seja rejeitada. (Folha)

Violência de bolsonaristas marca fim de semana

Amplificada em discursos e manifestações, a violência política, seja física ou moral, tornou-se realidade ao longo do fim de semana. Na sexta-feira, o bolsonarista Rafael Silva de Oliveira, de 24 anos, foi preso na cidade de Confresa (MT) por ter assassinado a facadas e machadadas o lulista Benedito Cardoso dos Santos, de 42 anos, durante uma discussão sobre política. Os dois trabalhavam numa chácara. Aparentando frieza, segundo a polícia, Oliveira disse que Santos tentou atacá-lo com a faca, mas que ele conseguiu tomar a arma e golpeá-lo. Após diversas facadas, o assassino tentou decapitar a vítima com um golpe de machado no pescoço. Rafael Oliveira tem passagem pela polícia por tentativa de latrocínio e estelionato. (UOL)

Morre Elizabeth II, a rainha do século 20

O mundo perdeu ontem uma das personalidades mais marcantes do último século. Morreu na Escócia, aos 96 anos, a rainha Elizabeth II, que reinou por 70 anos sobre o Reino Unido e países como Canadá, Austrália e Jamaica – o mais longo reinado na história desses países. Embora a coroação ainda não esteja marcada, seu primogênito já é o rei Charles III, que aos 73 anos, se torna a pessoa mais idosa a ascender ao trono britânico. Por volta do meio-dia, horário da Inglaterra, um comunicado inesperado informava que a saúde da rainha inspirava preocupação. Seus filhos e netos viajaram para o palácio de Balmoral, na Escócia, onde ela passava o verão, e no fim da tarde veio a confirmação de sua morte. “A rainha morreu em paz em Balmoral esta tarde”, dizia o lacônico comunicado oficial. (Guardian)

Bicentenário vira comício e Bolsonaro é denunciado no TSE

Pela primeira vez desde a redemocratização do país, o feriado de 7 de Setembro, e justamente o Bicentenário da Independência, foi usado como palanque político de um candidato à reeleição. Jair Bolsonaro (PL), que há meses conclamava apoiadores para encher as ruas no feriado, fez discursos, atacou adversários e pediu votos em Brasília e no Rio de Janeiro. Os demais poderes da República se recusaram a fazer parte do ato. Mesmo convidados, os presidentes do STF, Luiz Fux, da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), não compareceram nem mandaram representantes ao desfile na capital. Se em seus discursos Bolsonaro evitou atacar diretamente o STF e seus ministros, os cartazes entre o público não deixavam dúvidas quando ao tom golpista, com pedidos de intervenção militar e fechamento do Supremo e do Congresso. (UOL)

Edição Extra: Hoje é o tudo ou nada de Bolsonaro

Se o desfile do Bicentenário da Independência em Brasília terá hoje algum verniz de festa cívica, no Rio o evento da tarde é explicitamente político, apesar da participação de militares. A começar pelo local, a orla de Copacabana, palco de atos de apoio ao presidente. Como conta Malu Gaspar, o presidente Jair Bolsonaro (PL) não vai ocupar o palanque montado pelo Exército, e sim o trio elétrico do pastor Silas Malafaia, um dos mais ferrenhos apoiadores do governo. Ali se reunirão autoridades, líderes evangélicos e empresários, incluindo os investigados por pregarem um golpe de Estado. A escolha do trio busca evitar problemas com a Justiça Eleitoral, como aconteceria se Bolsonaro pedisse votos em instalações das Forças Armadas. Uma ausência notável, revela Lauro Jardim, será a da primeira-dama Michelle Bolsonaro, estrela em eventos com evangélicos. O comando da campanha teme que “o clima esteja confuso”. Certamente estará barulhento. O Exército avisou aos moradores de prédios vizinhos ao Forte de Copacabana que serão feitas salvas de canhão ao longo do dia. A orientação é manter as janelas abertas para “evitar danos”. (Globo)

Fachin suspende trechos do decreto das armas e enfrenta Bolsonaro

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin provocou fúria no Palácio do Planalto ao suspender monocraticamente trechos dos decretos do presidente Jair Bolsonaro (PL) flexibilizando compra, posse e porte de armas de fogo por cidadãos, atendendo a pedidos de uma ação do PT e duas do PSB. Em sua decisão, Fachin sustenta haver risco de violência política nas eleições deste ano e questiona se o uso indiscriminado de armas de fogo realmente aumenta a segurança. O ministro também restringiu os efeitos de uma portaria conjunta dos ministérios da Justiça e da Defesa aumentando o limite de munição que pode ser comprado. (UOL)

Bolsonaro usa militares e youtubers para inflar o 7 de setembro

As Forças Armadas participarão do ato de campanha eleitoral do presidente Jair Bolsonaro (PL), programado para ocorrer na próxima quarta-feira, 7 de setembro, na orla do Rio de Janeiro. A Marinha organizará uma parada naval, a Força Aérea exibirá a esquadrilha da fumaça e os canhões do Forte de Copacabana farão uma saudação. Aproveitando-se da confusão com o bicentenário da Independência, o ato eleitoral contará ainda com uma exibição de paraquedistas do Exército e da Aeronáutica, além de bandas militares. Tradicionalmente, os presidentes participam apenas da parada militar em Brasília. Bolsonaro é o primeiro a misturá-lo com uma ação eleitoral. Na última sexta, o Ministério Público Federal enviou pedidos aos comandos Militar do Leste, do Primeiro Distrito Naval e do Terceiro Aéreo Regional para que informem que providências tomarão para impedir que a festa se confunda com ação político-partidária. Ainda não houve resposta. (Estadão)

Brasileiro tenta assassinar Cristina Kirchner

Um brasileiro de 35 anos pôs, ontem à noite, uma pistola calibre 32 a centímetros do rosto da vice-presidente argentina Cristina Kirchner. Puxou o gatilho — que falhou. Havia cinco balas no pente. Quando o tiro falhou, Fernando Andrés Sabag Montiel jogou a arma no chão e tentou fugir, mas foi perseguido e preso por pessoas nas ruas. Assista ao vídeo. O atentado ocorreu no bairro da Recoleta, em Buenos Aires, quando Cristina conversava com apoiadores à porta de sua casa. Montiel, que trabalha como motorista de aplicativo, tem antecedentes criminais — foi detido com uma faca, em março. Em suas contas nas redes sociais, apagadas na noite de ontem, o suspeito se identificava como Salim e exibia tatuagens com símbolos associados ao nazismo. O presidente Alberto Fernández atribui o atentado aos discursos de ódio e decretou feriado nacional “para que o povo possa se expressar em paz”. A oposição criticou a medida, acusando o presidente de buscar mobilizar a militância peronista. (Clarín)

Moraes faz acordo com militares por urnas

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, aceitou a sugestão das Forças Armadas para elaboração de um projeto-piloto para assegurar a integridade das urnas eletrônicas, um dos principais pontos de atrito de seu antecessor, o ministro Edson Fachin, com os militares. O acordo foi firmado em reunião ontem com o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, e, segundo nota do TSE, uma das sugestões a serem incorporadas é o uso da biometria de eleitores reais em algumas urnas indicadas para o teste. (CNN Brasil)