Teixeira pedirá fim de ocupação no Incra de Alagoas
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O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, disse que pedirá a saída de integrantes de movimentos ligados à questão agrária da sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Maceió (AL). Cerca de 400 camponeses tomaram o prédio, na manhã desta segunda-feira, em protesto contra a nomeação, por indicação do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de Junior Rodrigues do Nascimento para o cargo de superintendente do órgão no estado. Ele substituiu Wilson César de Lira Santos, primo do deputado, exonerado por pressão dos movimentos rurais.
“Nós vamos manter o Júnior Nascimento, indicado do Lira. E vamos manter os compromissos com os movimentos, pactuados com eles. A nomeação do indicado do Lira não interrompe as políticas até então pactuadas”, ressaltou o ministro.
Os líderes da ocupação afirmam que havia um consenso firmado com governo para que fosse nomeado para a vaga um servidor de carreira do instituto, José Ubiratan, e se dizem surpresos com a nova indicação de Lira para a condução do órgão. Teixeira, por sua vez, nega o acordo, alegando que nunca houve uma orientação para que o indicado fosse escolhido pelos militantes.
A ocupação de hoje foi feita por camponeses ligados à Comissão Pastoral da Terra (CPT), ao Movimento Social de Luta (MSL), ao Movimento Popular de Luta (MPL), ao Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL), ao Movimento Terra Livre, Frente Nacional de Luta (FNL) e ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Ao entrarem na sede do Incra, eles anunciaram repúdio à “nomeação que representa a continuidade da gestão com traços do bolsonarismo, herdado pela condução de César Lira desde o governo Temer”. Segundo a assessoria do movimento, ainda não houve contato do ministro com nenhuma das lideranças e ocupação permanece na tarde de hoje.
Há duas semanas, Teixeira demitiu o primo de Lira a pedido dos sem-terra, o que contribuiu para gerar um clima de desavenças entre o presidente da Câmara com o Palácio do Planalto. Lira reclamou por saber da demissão pelo Diário Oficial, o presidente Lula entrou em campo para apaziguar uma nova crise. Teixeira, na época garantiu ao deputado que não havia um movimento do governo contra ele e deu-lhe o direito de indicar o novo nome.