News do Meio

‘Chega de frescura, de mimimi’

“Chega de frescura, de mimimi. Vão ficar chorando até quando?”, indagou o presidente Jair Bolsonaro (vídeo no Twitter) durante evento em São Simão (GO). “ Vocês não ficaram em casa. Não se acovardaram”, seguiu, elogiando o público que o assistia. Mais tarde, falou com eleitores. “Tem idiota que a gente vê nas redes sociais, na imprensa, [dizendo] ‘vai comprar vacina’. Só se for na casa da tua mãe. Não tem para vender no mundo.” (G1)

Governo perto de fechar acordo com a Pfizer por vacina

Após meses de negociação, o governo brasileiro anunciou ontem — enfim — um acordo para comprar 100 milhões de doses da vacina da Pfizer/BioNTech a ser assinado no início da próxima semana, disse o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello. A demora da negociação teve impacto nos prazos. A proposta da empresa prevê a entrega de 8,715 milhões de doses até junho, 32 milhões até setembro e 59,285 milhões até dezembro. O imunizante da Pfizer já tem registro definitivo da Anvisa. Outro acordo em negociação é com a Janssen, do grupo Johnson&Johnson, para fornecimento de 38 milhões de doses no segundo semestre e instalação de uma fábrica de vacinas no Brasil. (G1)

Brasil bate recordes seguidos de mortes por Covid

Foram 1.726 mortos em apenas um dia. O Brasil viveu nesta terça-feira o dia mais letal da pandemia, elevando o total de vítimas fatais da doença a 257.562. Para se ter uma ideia, os Estados Unidos, país com mais óbitos em todo o mundo, perdeu 1.567 pessoas ontem. A média móvel de mortes em sete dias no Brasil também foi a maior, 1.274 – aliás, o sexto recorde diário em uma semana. Na comparação com os 14 dias anteriores, a média móvel teve alta 23%, o que significa que a mortalidade pela doença está crescendo. A tendência de alta está presente no Distrito Federal e em 15 estados: PR, RS, SC, DF, SP, AC, PA, TO, AL, BA, CE, MA, PB, PI, RN e SE. (G1)

Estados enfrentam Bolsonaro e pedem toque de recolher

O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) pediu ontem, em carta aberta ao Ministério da Saúde, a decretação de um toque de recolher nacional e o fechamento de bares e praias, entre outras medidas. Os secretários afirmam, com base em dados, que o país vive o pior momento da pandemia e cobraram “condução nacional unificada e coerente”. Eles querem também a suspensão das aulas presenciais e de eventos, incluindo atividades religiosas. É um texto duro. “A ausência de uma condução nacional unificada e coerente dificultou a adoção e implementação de medidas qualificadas para reduzir as interações sociais”, acusam os secretários. “Entendemos que o conjunto de medidas propostas somente poderá ser executado pelos governadores e prefeitos se for estabelecido no Brasil um ‘Pacto Nacional pela Vida’ que reúna todos os poderes, a sociedade civil, representantes da indústria e do comércio, das grandes instituições religiosas e acadêmicas do País, mediante explícita autorização e determinação legislativa do Congresso Nacional.” (G1)

À beira do colapso, STF manda União reabrir UTIs

A ministra do Supremo Tribunal Federal Rosa Weber atendeu a um pedido de São Paulo, Maranhão e Bahia e determinou que o governo federal reative leitos de UTI fechados nos três estados em janeiro e fevereiro. Segundo ela, não é “cientificamente defensável” que o governo federal feche leitos num momento de alta nos casos da doença. Já o Ministério da Saúde considerou a ação dos estados “injusta e desnecessária”. (G1)

No dia com mais mortes, Bolsonaro insiste no negacionismo

Nem bem rompeu a marca de 250 mil mortes por Covid-19, o Brasil viveu nesta quinta-feira, exatamente um ano após o primeiro paciente ser diagnosticado no país, o dia mais letal de toda a pandemia. Segundo levantamento do consórcio de veículos de comunicação junto às secretarias de Saúde dos estados, foram registrados 1.582 óbitos – até então, o pior dia havia sido 29 de julho, com 1.554 mortos. O total de vítimas até agora é de 251.661, com média móvel em sete dias de 1.150, também a maior desde o início da pandemia. (UOL)

Brasileiros perdidos para a Covid chegam a um quarto de milhão

Já estava previsto, mas não é menos aterrorizante. O Brasil atingiu nesta quarta-feira a marca de 250 mil mortos pela Covid-19, mantendo-se atrás apenas dos EUA em número de vítimas fatais, embora seja o terceiro em casos — a Índia é o segundo. Ontem foram registradas 1.433 mortes, totalizando 250.079 vítimas. A doença está retrocedendo em vários países, informa Jamil Chade com dados da OMS, mas aqui ocorre o contrário. A taxa de transmissão no Brasil, apurada pelo Imperial College de Londres, voltou a subir e está em 1,05 – significa que 100 infectados transmitem o vírus para 105 novos portadores. Acima de 1, a taxa indica que a doença está fora de controle. Isso é o Brasil. (UOL)

STJ abre caminho para impunidade de Zero Um

A quinta turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) anulou, por quatro votos a um, a quebra de sigilos bancário e fiscal do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e de outros 94 investigados no caso das rachadinhas em gabinetes da Assembleia Legislativa no Rio quando ele era deputado estadual. Os quatro ministros que votaram pela anulação argumentam que o senador não foi ouvido e que o Coaf, de onde partiram as informações sobre movimentação financeira suspeita na Alerj, não tem poder de investigar. Apenas o relator, ministro Félix Fischer, defendeu a manutenção da decisão de primeira instância. (UOL)

Ações das estatais derretem sob efeito de Bolsonaro

Quem esperava “caos e barbárie” com a negociação das ações da Petrobras ontem não se decepcionou. No primeiro pregão após o presidente Jair Bolsonaro anunciar que deseja substituir Roberto Castello Branco pelo General Joaquim Silva e Luna no comando da estatal, os papéis da empresa caíram mais de 20%, acarretando uma perda estimada de R$ 74 bilhões no valor de mercado, que se soma à queda de R$ 28 bilhões sofrida na sexta-feira. Lembrando que “valor de mercado” é a soma do valor das ações da empresa, não tendo relação com seu patrimônio ou seu lucro. (G1)

Intervenção na Petrobras gera tensão para abertura da Bolsa

Às 10h, quando a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abrir seu pregão de hoje, todos os olhos — no mercado e fora dele — estarão voltados para os papeis de maior tradição a circular por ali, os da Petrobras. No Twitter, a jornalista Vera Magalhães disse que os operadores esperam “caos e barbárie” na abertura. Na sexta-feira, após o encerramento dos negócios, o presidente Jair Bolsonaro anunciou a demissão do presidente da estatal, Roberto Castello Branco, e sua substituição por mais um militar, o general da reserva Joaquim Silva e Luna.