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Manifesto pela democracia une presidenciáveis do centro

A instabilidade provocada pelas mudanças feitas pelo presidente Jair Bolsonaro no Ministério da Defesa e no comando das Forças Armadas conseguiu o que até então parecia impossível, unir seis presidenciáveis da centro-esquerda à centro-direita em torno de uma causa comum. Os ex-ministros Ciro Gomes (PDT) e Luiz Henrique Mandeta (DEM), os governadores do São Paulo, João Doria, e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, ambos do PSDB, o candidato do Novo em 2018, João Amoêdo, e o apresentador Luciano Huck, que ainda não se lançou oficialmente, assinaram um manifesto em defesa da democracia e da Constituição e contra o autoritarismo. (Estadão)

Crise desgasta Bolsonaro com comando militar

Nunca antes na história: os comandantes do Exército, Edson Pujol, da Marinha, Ilques Barbosa, e da Aeronáutica, Antonio Carlos Bermudez, foram sumariamente e simultaneamente demitidos por ordem do presidente Jair Bolsonaro. O trio decidira entregar os cargos em solidariedade ao general Fernando Azevedo e Silva, demitido na véspera do Ministério da Defesa por, supostamente, não dar o apoio militar que Bolsonaro desejava. Walter Braga Netto, o novo ministro, convocou-os para uma reunião na manhã de ontem. Parecia que era para tentar dissuadi-los. Mas já chegou com as ordens de demissão. (Folha)

Bolsonaro afaga Centrão e tenta enquadrar militares

A segunda-feira já havia amanhecido tensa, em Brasília, com deputadas bolsonaristas tentando insuflar um motim policial-militar na Bahia. Como se o Senado inteiro não tivesse declarado guerra ao ministro das relações exteriores apenas na véspera. Mas aí Ernesto Araújo caiu e num repente, uma após a outra, mudaram de ocupante ao todo seis cadeiras ministeriais. E o choque: demitido o ministro da Defesa. Ameaça de demissão do comandante do Exército. Ruídos de autogolpe. Como de hábito, acuado, Jair Bolsonaro tentou simultaneamente agradar ao Centrão — como revela Andréia Sadi — para afastar risco de impeachment enquanto, com a outra mão, fazia um aceno de radicalização. Esta não é uma história ainda com desfecho claro. Aqui vai o que sabemos até agora. (G1)

Senado e Araújo em guerra aberta

Com a cabeça a prêmio, o chanceler Ernesto Araújo pagou para ver e partiu para o ataque contra o Senado. No Twitter, o ministro afirmou que a senadora Kátia Abreu (PP-TO) o visitou do Itamaraty e disse que ele seria “o rei do Senado” se fizesse um “gesto em relação do 5G”. O gesto, segundo Araújo, seria adotar uma posição favorável à China, país com o qual o chanceler acumula atritos. (Poder360)

Araújo na mira do Centrão

Nem bem conseguiu tirar o general Eduardo Pazuello do Ministério da Saúde, embora sem emplacar o sucessor, o Centrão tem novo alvo: o chanceler Ernesto Araújo, um dos últimos representantes da ala olavista no primeiro escalão do governo. Na quarta-feira, ele foi alvo de uma dura sabatina no Senado, onde parlamentares o conclamaram a pedir demissão. Foram duros, os senadores, como raramente são — assista. Para o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), a atuação do Itamaraty, especialmente em relação à pandemia, está “muito aquém do desejado”. (G1)

300 mil

Um ano e 12 dias após a primeira morte por Covid-19, o Brasil atingiu a assustadora marca de 300 mil vítimas fatais da doença. Mais precisamente, 301.087, contando os 2.244 óbitos registrados ontem, com uma média móvel em sete dias de 2.279. Mas o número pode estar subestimado. Na terça-feira o Ministério da Saúde mudou os critérios de confirmação de óbitos, fazendo cair artificialmente o total de mortos em pelo menos três estados, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. Após protestos, o ministério desistiu da mudança. (G1)

Bolsonaro mente enquanto Brasil passa dos 3 mil mortos por dia

No dia em que o Brasil ultrapassou 3 mil mortes diárias por Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro foi à TV e, mesmo mudando de tom, voltou a mentir sobre as ações do governo contra a doença. Bolsonaro disse que 2021 será o “ano da vacinação dos brasileiros”, sem mencionar que hoje o Ministério da Saúde reduziu pela sexta vez a previsão de entrega de imunizantes, com 12 milhões de doses a menos. Negou que fosse contra vacinas, embora tivesse criticado e ironizado a CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan e a mais aplicada no país. Segundo o presidente, ele se “empenhou pessoalmente” na compra de vacinas da Pfizer, omitindo que o governo, no ano passado, ignorou uma oferta de 70 milhões de doses feita pelo laboratório. Veja 11 pontos discrepantes entre a fala de Bolsonaro e a realidade. (Folha)

Ministério da Saúde está acéfalo no pico da pandemia

O Palácio do Planalto não sabe o que fazer com o general Eduardo Pazuello. Ele já está informalmente destituído de poder mas ainda formalmente ministro da Saúde. O presidente Jair Bolsonaro não quer exonerar o militar sem lhe garantir foro privilegiado — o receio é de uma onda de processos por inépcia na gestão da pandemia. Ao menos um inquérito já existe no STF. Uma das ideias é criar um Ministério da Amazônia para deixá-lo a salvo da Justiça comum. Vai fazer uma semana que o país tem dois ministros da Saúde — e é o sem poder que tem a caneta. (O ECO)

Com popularidade em queda, Bolsonaro ameaça

“Só Deus me tira daqui.” A exclamação enfurecida foi feita por Jair Bolsonaro diante de mais uma aglomeração de apoiadores na porta do Palácio da Alvorada, desta vez para celebrar os 66 anos do presidente. De máscara, Bolsonaro voltou a criticar as medidas de restrição adotadas por governadores e prefeitos e disse, em tom de ameaça: “Estão esticando a corda. Faço qualquer coisa pelo meu povo. Esse ‘qualquer coisa’ é o que está na nossa Constituição, no nosso direito de ir e vir.” O presidente sacou, ainda, outra velha ameaça. “Contem com as Forças Armadas pela democracia e pela liberdade.” (Poder360)

Bolsonaro vai ao STF contra isolamento

Embora uma pesquisa do Datafolha indique que as medidas restritivas contra a propagação da Covid-19 têm o apoio de 71% da população, o presidente Jair Bolsonaro disse ter entrado com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para impedir que governadores e prefeitos as adotem. Em sua live semanal, ele comparou os toques de recolher ao estado de sítio, que só o presidente pode decretar. (Folha)