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Planalto treina Pazuello para clima de guerra na CPI

Na próxima quarta-feira a CPI da Covid toma o depoimento do general Eduardo Pazuello, que, como ministro da Saúde entre maio de 2020 e março deste ano, foi o executor da política de Jair Bolsonaro no combate à pandemia. A preocupação do Executivo é grande, e o general passou o sábado sendo treinado por assessores do Planalto. Coordenada pela Casa Civil, a operação busca municiar Pazuello com dados para defender sua gestão e deixá-lo cascudo para resistir à pressão dos políticos experientes da comissão. (Globo)

Um vazio de 400 mil vidas

O Brasil se tornou ontem o segundo país no mundo a ultrapassar a marca de 400 mil mortos pela Covid-19. Estamos mais perto das 575 mil mortes nos EUA que das 215 mil no México, terceiro nesse ranking pavoroso. Foram registrados na quinta-feira 3.074 óbitos, totalizando 401.417 vidas perdidas. A média móvel de mortes em uma semana foi de 2.523, o 44º dia acima de dois mil. (UOL)

Em desespero, governo tenta tirar Renan da CPI via STF

Derrotada em praticamente todas as suas iniciativas desde a instalação da CPI no Senado para investigar a ação do Executivo na pandemia, a minoria governista na comissão recorreu ao STF. Os senadores Jorginho Mello (PL-SC), Marcos Rogério (DEM-RO) e Eduardo Girão (Podemos-CE) pediram ao Supremo que o relator Renan Calheiros (MDB-AL) e o suplente Jáder Barbalho (MDB-PA) sejam retirados da comissão, sob a alegação de que são pais dos governadores de seus estados. O ministro Ricardo Lewandowski foi sorteado relator da ação. (Folha)

CPI abre e Renan pede punição por mortes

A CPI do Senado que vai investigar a atuação do governo federal durante a pandemia de Covid-19 começou a trabalhar nesta terça-feira impondo derrotas ao Executivo. A primeira delas foi a nomeação de Renan Calheiros (MDB-AL) para a relatoria, após o TRF-1 derrubar a liminar em primeira instância contra a medida obtida pela deputada bolsonarista Carla Zambelli (PSL-SP). A outra foi a constatação de que há um traidor entre as fileiras na comissão. Embora quatro dos 11 integrantes da CPI sejam identificados como governistas e tenham discursado em defesa de Jair Bolsonaro, um deles votou no independente Omar Aziz (PSD-AM) para a presidência da comissão. (Estadão)

CPI da Covid começa hoje com Planalto na defensiva

A CPI no Senado que vai investigar a conduta do governo federal na pandemia começa a funcionar hoje em clima de guerra entre Legislativo e Executivo, via Judiciário. Um juiz de primeira instância do Distrito Federal, atendendo a pedido da deputada bolsonarista Carla Zambelli (PSL-SP), determinou em liminar que Renan Calheiros (MDB-AL) não pode ser escolhido relator da comissão. Mas, com base em seu regimento interno, o Senado deve ignorar a decisão judicial. O presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), soltou nota dizendo que a escolha do relator cabe ao presidente da CPI e não admite interferência de um juiz. (Globo)

Covid-19 matou mais em 4 meses que em 2020 inteiro

Abril ainda não terminou, mas o total de mortos por Covid-19 no Brasil este ano, 195.949, já supera os 194.976 óbitos de março a dezembro de 2020. No domingo foram confirmadas 1.316 vítimas fatais, levando o total a 390.925. A média móvel de mortes em sete dias, 2.498, caiu 20% em relação ao período anterior, o que indica tendência de queda e apresenta o maior recuo desde os -27% de 11 de novembro. Mesmo assim, abril já é o mês mais letal desde o início da pandemia em sete estados (ES, MG, MS, RJ, SP, AP e PI) e no Distrito Federal. (G1)

EUA ouvem com ceticismo promessas de Bolsonaro

“Alguns dos comentários que o presidente Bolsonaro fez hoje me surpreenderam, e isso é muito bom. A questão é: eles vão cumprir?” Essa foi a reação de John Kerry, representante do governo americano para questões de meio ambiente, à fala de Jair Bolsonaro na Cúpula do Clima convocada virtualmente por Joe Biden. O brasileiro prometeu reduzir emissões de carbono, acabar com o desmatamento ilegal até 2030 e buscar neutralidade na emissão de carbono até 2050. (G1)

Bolsonaro quer convencer mundo de que protege Amazônia

Embora o foco das críticas internacionais ao Brasil seja a política ambiental, o presidente Jair Bolsonaro deve levar hoje à Cúpula do Clima uma versão reciclada do discurso de quem executa essa mesma política, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Em seus três minutos de fala, Bolsonaro deve reafirmar, sem dar detalhes ou estratégias, a promessa de eliminar o desmatamento ilegal até 2030 que manifestou na carta enviada semana passada a Joe Biden, que convocou a cúpula. (Folha)

Bolsonaro vai à Cúpula do Clima com desmatamento recorde

Já se esperava que o Brasil não chegaria em sua melhor forma à Cúpula do Clima, convocada de forma virtual por Joe Biden para os dias 22 e 23. Mas os números do desmatamento na Amazônia divulgados nesta segunda-feira pioraram muito o cenário. Segundo levantamento do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), foram derrubados 810 km² de árvores na Amazônia Legal em março. O equivalente à cidade de Goiânia. É mais que o dobro que o mesmo mês do ano passado e o pior resultado para março em dez anos. Os números contradizem as promessas da carta que Jair Bolsonaro enviou a Biden na semana passada. Nela, o brasileiro defendeu sua criticada política ambiental, prometeu acabar com o desmatamento ilegal até 2030, mas pediu dinheiro adiantado para cumprir essa meta. (Globo)

CPI se articula para cerco ao governo

Pelo menos 15 integrantes do governo, no cargo ou exonerados, devem ser convocados a depor na CPI da Covid no Senado, que começa a funcionar esta semana. Além dos três ex-ministros da Saúde, estão na lista o ex-chanceler Ernesto Araújo e até o ministro da Economia, Paulo Guedes. Entre os temas que vão ser abordados primeiro estão a compra de vacinas e prescrição de tratamento ineficazes. Os senadores também requisitaram o relatório do Tribunal de Contas da União sobre o desempenho do Executivo diante da Covid. (Globo)