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Punição de Pazuello gera impasse entre Exército e Bolsonaro

Fracassaram as pressões para que o general Eduardo Pazuello passe imediatamente para a reserva. Segundo militares envolvidos na tentativa de persuasão, o ex-ministro da Saúde avisou que só deixa o Exército depois de concluída a CPI da Pandemia, da qual é um dos principais alvos, revela a repórter Carla Araújo. Pazuello teme que, sem a proteção da farda, os senadores se sintam tentados a prendê-lo em função das sucessivas mentiras em seu primeiro depoimento. O problema é que ele responde a um processo interno por ter participado de um ato político com o presidente Jair Bolsonaro, o que viola as regras das Forças Armadas. O Comando do Exército esperava que a ida para a reserva atenuasse uma eventual punição. (UOL)

Secretária desmente Pazuello na CPI, general teme voltar

A CPI da Pandemia vota hoje o requerimento para reconvocar a depor o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. Desta vez, os senadores terão mais munição. Ao longo de mais de seis horas de oitiva, a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, desmentiu o general sobre a crise do oxigênio em Manaus. Pazuello disse que ficou sabendo da situação no dia 10 de janeiro, mas a secretária informou que o ministério foi informado no dia 7. Ela também afirmou que houve orientação do Ministério da Saúde para adoção de tratamento precoce e sem eficácia contra a Covid-19. (Globo)

Bolsonaro defende Pazuello do Exército; CPI cogita prisão

O Comando do Exército abriu processo administrativo contra o general Eduardo Pazuello por ter participado de um ato político com o presidente Jair Bolsonaro no domingo. Como é militar da ativa, o ex-ministro da Saúde violou tanto o Regulamento Disciplinar do Exército quanto o Estatuto das Forças Armadas, que vedam manifestações políticas coletivas. Pazuello esteve ontem no comando para se explicar, mas, mesmo assim, vai enfrentar um processo. Ele tem 72 horas para apresentar sua defesa. Depois disso, o comandante da Arma, general Paulo Sergio Nogueira de Oliveira, vai tomar uma decisão. (G1)

Pazuello viola hierarquia militar em ato pró-Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro reuniu alguns milhares de apoiadores para uma ‘motocada’ do Parque Olímpico ao Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro, com direito a discursos em cima de carro de som, aglomeração e nenhum respeito às regras de distanciamento social. E o evento tem o potencial de abrir uma crise militar, devido à participação do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. Ele é general de divisão da ativa e violou o Estatuto dos Militares e o Regulamento Disciplinar do Exército ao participar de ato político público. O Comando do Exército deve analisar ainda hoje o caso. (Estadão)

Pazuello mentiu 15 vezes, afirma Renan

Em seu segundo dia de depoimentos na CPI da Pandemia, o general Eduardo Pazuello mostrou consistência com seu desempenho da véspera. Ou seja, mentiu. Desta vez, porém, os senadores estavam melhor preparados. O relator Renan Calheiros (MDB-AL) apontou nada menos que 15 “afirmações falsas” do ex-ministro da Saúde. (Globo)

Salles investigado por ajudar madeireiras ilegais

A Polícia Federal amanheceu, ontem, à porta da casa do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, em São Paulo, assim como em seus escritórios em Brasília e no Pará. Revirou tudo. A Operação Akuanduba investiga a eliminação da necessidade de documentos que comprovem a origem legal de madeira exportada a partir da Amazônia. Foram, ao todo, 35 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo ministro do STF Alexandre de Moraes. Ele também determinou o afastamento imediato do presidente do Ibama, Eduardo Bim, e de outros nove servidores. Segundo a PF, funcionários do ministério e do Ibama operavam um “grave esquema de facilitação ao contrabando de produtos florestais”. O Coaf ainda identificou movimentações suspeitas de dinheiro com trilha que chega ao escritório de advocacia de Salles, que teve os sigilos quebrados. (Globo)

Pazuello depõe hoje sob ataque do governo

A Advocacia-Geral da União anunciou, ontem, ter identificado duas obras sem licitação executadas pelo Ministério da Saúde durante a gestão de Eduardo Pazuello. Justamente o general que depõe, hoje, na CPI da Covid. A AGU é controlada por André Mendonça, um dos mais leais subordinados do presidente Jair Bolsonaro, que no momento disputa vaga no Supremo Tribunal Federal no papel de ministro ‘terrivelmente evangélico’. As obras, no valor de R$ 28,8 milhões, foram ordenadas por militares nomeados por Pazuello para a Superintendência Estadual do Ministério no Rio de Janeiro. A empresa escolhida, Lled Soluções, tem dois sócios envolvidos em escândalos por contratos com as Forças Armadas — um deles chegou a ser condenado em terceira instância. A justificativa para a ausência de licitação foi a pandemia, embora as obras, as reformas de galpões para arquivos e da sede do ministério no Rio, não tivesse relação com a Covid-19. (G1)

CPI ouve Araújo de olho em Eduardo Bolsonaro

A CPI da Pandemia tem hoje um depoimento que promete polêmica. O depoente é o ex-chanceler Ernesto Araújo, mas um dos focos da oitiva serão os eventuais danos causados por declarações do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) contra a China, principal fornecedora de vacinas e insumos. Entre outras coisas, o filho Zero Três do presidente já acusou o país asiático de ser culpado pela pandemia. Os senadores querem apurar também o papel assessor internacional da Presidência, Filipe Martins, tido como um dos integrantes do “ministério paralelo” que aconselharia o presidente à revelia do ministro da Saúde. (Folha)

Morte de Bruno Covas agrava cisão do PSDB de São Paulo

Morreu ontem, aos 41 anos, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas. Considerado a grande aposta para renovação do PSDB paulista, ele lutava havia três anos contra um câncer no aparelho digestivo que se espalhou para os ossos. Bruno era neto de Mário Covas, fundador e um dos mais expressivos quadros do partido – e que também morreu de câncer, há 20 anos. Ele estava afastado da prefeitura desde o dia 2, e na sexta-feira os médicos declaram que seu quadro era irreversível. Em seu lugar assume o vice Ricardo Nunes (MDB), um político de perfil mais conservador, mas que angariou fama de “sério” e “ponderado” em dois mandatos na Câmara de Vereadores. (El País)

Bolsonaro ignorou 6 ofertas de vacinas, diz Pfizer

Entre agosto do ano passado e fevereiro deste ano, a Pfizer fez seis ofertas de vacinas ao governo brasileiro e foi rejeitada ou ignorada, até conseguir fechar um acordo em março. A revelação foi feita pelo gerente-geral do laboratório na América Latina, Carlos Murillo, em depoimento à CPI da pandemia. Uma das propostas previa a entrega de 1,5 milhão de doses ainda em 2020. Ele também confirmou que uma carta enviada a diversas autoridade pedindo urgência nas negociações ficou pelo menos dois meses sem resposta. (G1)