News do Meio

Governo Biden pode nomear Brasil ‘Fora da Lei Climático’

Já trabalhando a pleno vapor, a equipe de transição para o governo Joe Biden começa a dar forma a um ambicioso plano para combater as mudanças climáticas. Entre as tarefas está a de publicar um relatório que indique quais países estão alinhados com os compromissos determinados pelo Acordo de Paris e quais não estão. Haverá uma lista negra do clima — e, de acordo com o site Vox, o Brasil deverá ser o primeiro a integrar a categoria de ‘fora da lei climático’. O país passa por dois anos seguidos de incêndios florestais recordes e o presidente Jair Bolsonaro será, com a saída de Donald Trump, o principal chefe de Estado negacionista dos problemas ambientais. De acordo com um dos especialistas ouvidos, EUA, China e Europa podem se juntar para pressionar comercialmente o Brasil a entrar na linha. (Vox)

Zero Um cercado por provas

Denunciado formalmente por quatro crimes quando era deputado estadual, o hoje senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) vê surgirem a cada dia novas informações que reforçam a acusação. O MP fluminense diz que ele e a mulher, Fernanda (também denunciada), pagavam a maioria das despesas em dinheiro vivo sem que suas contas bancárias tivessem lastro para isso. Fernanda, por exemplo, passou mais de quatro anos sem realizar um saque sequer na conta. Segundo o MP, as despesas do casal quitadas em dinheiro chegavam a R$ 419,2 mil, recursos provenientes, de acordo com a denúncia, do esquema de rachadinhas na Alerj. (Globo)

Bolsonaro vê Brasil de maricas e ameaça pólvora contra EUA

Ontem, o presidente Jair Bolsonaro começou o dia celebrando, no Facebook, o que ele via ser o fracasso da vacina chinesa. “Esta é a vacina que o Doria queria obrigar todos os paulistanos a tomá-la”, escreveu em resposta a um torcedor. “Mais uma que Jair Bolsonaro ganha.” Já havia deixado as redes atônitas ao deixar explícita torcida contra vacina quando, perante um microfone no Planalto, escalou. “Todos vamos morrer um dia”, afirmou a respeito da pandemia a um grupo de empresários. “Tem que deixar de ser um país de maricas.” Dane-se a vacina se for do adversário, melhor enfrentar a morte. Aí, porque talvez tenha se sentido bem pouco maricas, achou por bem falar enfim do presidente eleito americano, Joe Biden. “Assistimos há pouco um candidato a chefia de Estado dizendo que, se eu não apagar o fogo da Amazônia, ele vai levantar barreiras comerciais”, comentou o presidente brasileiro. “Apenas a diplomacia não dá”, pôs-se a se explicar. “Quando acabar a saliva, tem que ter pólvora.” É. Bolsonaro falou em usar pólvora contra os EUA. De presto, no Twitter, o jornalista Thomas Traumann sutilmente publicou o trailer de O Rato que Ruge, filme de Peter Selles em que um país irrelevante declara guerra aos EUA. Correspondente na Argentina da GloboNews, Ariel Palácios se lembrou de Leopoldo Galtieri, o bizarro ditador argentino que declarou guerra contra o Reino Unido. E o embaixador trumpista em Brasília escolheu menos sutileza. Publicou um vídeo lembrando que os EUA têm seus marines prontos para qualquer parada. Ontem não foi um dia normal. (Poder 360)

Bolsonaristas e esquerda disputam vaga no 2º turno em SP e Rio

O primeiro turno das eleições municipais é domingo e, nas duas maiores cidades do país, a disputa para estar no segundo turno será voto a voto. A rodada de pesquisas divulgada pelo Ibope, ontem, mostra que o prefeito Bruno Covas (PSDB) ampliou a vantagem, chegando a 32%, enquanto Guilherme Boulos (PSOL), com 13%, ultrapassou numericamente Celso Russomano (Republicanos), com 12%, embora estejam tecnicamente empatados ainda com Márcio França (PSB), com 10%. (Ibope)

Biden já começa transição, Bolsonaro ainda não sabe como agir

O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, deve anunciar hoje os nomes do grupo de trabalho que darão estrutura a um plano de combate à pandemia a partir de 20 de janeiro, quando ele tomar posse. As duas metas iniciais são estabelecer um sistema nacional para testagem de casos e organizar, também nacionalmente, a cadeia de fornecedores de insumos e equipamentos. A Covid-19 não é sua única prioridade — recuperação econômica, combate ao racismo e mudanças climáticas completam a lista de temas que o novo governo deve encarar já no primeiro dia. Biden, esta semana, começará conversas com deputados e senadores para tentar influenciar na aprovação de novo auxílio emergencial, de forma a fazer dinheiro circular no país e evitar maior degradação da economia. O futuro presidente também enviará uma carta às Nações Unidas anunciando que seu governo voltará a ser signatário do Acordo de Paris, com compromissos para redução da emissão de carbono, logo que assumir. (New York Times)

Biden amplia vantagem e Trump ataca democracia

Esta edição do Meio estava para fechar quando o candidato democrata Joe Biden ultrapassou, no estado da Geórgia, seu adversário, o presidente Donald Trump. Dos cinco estados em aberto onde a eleição presidencial americana será decidida, o ex-vice-presidente lidera agora em três — além da Geórgia, Arizona e Nevada. Possivelmente, ainda hoje, deve assumir a frente também na Pensilvânia, que pode encerrar sua contagem. Só os vinte votos da Pensilvânia já são suficientes para que o candidato democrata ultrapasse a marca de 270 no Colégio Eleitoral, tornando-se presidente eleito dos Estados Unidos da América. (Decision Desk)

EUA indefinidos, mas tendência é pró-Biden

Ainda não há um vitorioso claro na eleição presidencial americana, mas a tendência foi estabelecida. O democrata Joe Biden está muito próximo de chegar aos 270 votos necessários para se eleger no Colégio Eleitoral e, dos seis estados com resultados em aberto, quatro oferecem caminhos que lhe são favoráveis. Ao presidente Donald Trump, por outro lado, não basta vencer nos outros dois. Com poucos votos por contar, precisa reverter tendências. Da Casa Branca, ontem, Trump escreveu dois tuítes em protesto. “Clamamos os votos eleitorais da comunidade da Pensilvânia (que não permite observadores legais), do estado da Geórgia e do estado da Carolina do Norte, todos com GRANDES margens para Trump”, ele próprio escreveu. “Adicionalmente, clamamos aqui o estado do Michigan onde, factualmente, um grande número de cédulas foi eliminado secretamente conforme amplamente divulgado.” Ambos os tuítes foram marcados pela plataforma como informação questionável e tiveram sua distribuição reduzida. A contagem na Pensilvânia está sendo acompanhada por observadores de ambos os partidos e os três primeiros estados ainda estão contando votos. No Michigan, Joe Biden venceu. “Após uma longa noite contando votos, está claro que estamos vencendo em estados o suficiente para alcançar os 270 votos”, disse Joe Biden ontem à tarde, em discurso. “Não estou declarando ter vencido, mas dizendo que quando a contagem final vier, acredito, seremos os vencedores.” (Assista.) Sua campanha já colocou no ar um site de transição de governo. O objetivo de ambos é ocupar território e gerar a percepção de vitória.

EUA sem vencedor claro; Eleição pode terminar na Justiça

Com número recorde de votos, as eleições americanas ainda estão em suspenso e não é possível definir quem venceu. Ambos, o presidente Donald Trump e o democrata Joe Biden, têm fortes chances e, exatamente como em 2016, a eleição será decidida em três estados do Cinturão da Ferrugem — Wisconsin, Michigan e, principalmente, Pensilvânia. No primeiro já foram contados 84% dos votos e, nos outros dois, 76% e 74% até a hora do fechamento desta edição. Mas o processo pode chegar até à sexta-feira. Durante a madrugada, Biden discursou elogiando a paciência de seus eleitores. “Nós sabíamos que seria longo”, ele afirmou. “E não acabou enquanto cada voto não tiver sido contado.” (Assista.) O discurso do presidente foi em outro tom — acusou fraude. “Milhões votaram em nós esta noite”, disse. “Um grupo triste de pessoas está tentando descredenciar este grupo. Não vamos tolerar. Vencemos esta eleição.” (Assista.) Trump declarou que vai à Suprema Corte pedir que os votos parem de ser contados. Nacionalmente 20% das cédulas ainda não foram tabuladas.

EUA vão às urnas de olho na contagem e nos tribunais

Este 3 de novembro não marca o dia das eleições presidenciais nos EUA — marca o último dia de eleições. Em alguns estados, americanos já vêm depositando seus votos em urnas ou os enviando pelo correio faz dois meses. A terça-feira abre com 97 milhões de votos já dados. Em 2016, o último pleito, 139 milhões de eleitores votaram no total. Devem ser bem mais este ano. A contagem começa essa noite mesmo e é possível que amanhã de manhã o vitorioso seja conhecido. Ou não — vai depender de quão apertado for o resultado em alguns estados chaves. Joe Biden é franco-favorito, mas uma reeleição de Donald Trump não é impossível. (Vox)

Brasileira está entre os mortos em atentado na França

Uma brasileira de 44 anos, Simone Barreto Silva, foi uma das vítimas fatais do atentado na Catedral de Nice, na França, na manhã de quinta-feira. Ela foi ferida a facadas pelo tunisiano Brahim Aouissaoui, de 21 anos, dentro da igreja e conseguiu buscar refúgio em um restaurante em frente, onde acabou morrendo. Segundo o Itamaraty, Simone era de Salvador, vivia na França havia 30 anos e deixou três filhos. Outras duas pessoas morreram. Segundo autoridades, o agressor, baleado pela polícia e internado em estado grave, gritou várias vezes “Allahu Akbar” (Deus é grande) durante o atentado. Investigadores dizem que Aouissaoui chegou à Europa no dia 20, num barco de imigrantes. O presidente Emmanuel Macron afirmou que a “França está sob ataque” devido a seu “apreço à liberdade” e garantiu que não vai ceder. No início do mês, ele foi criticado por “declarar guerra ao separatismo islâmico”. Duas semanas depois, o professor Samuel Paty foi decapitado em Paris à luz do dia por um muçulmano checheno após ter exibido charges de Maomé numa aula sobre liberdade de expressão.