News do Meio

Bolsonaro mente e nega ter chamado Covid de ‘gripezinha’

Em pelo menos dois momentos registrados em vídeo (Youtube) ao longo do ano Jair Bolsonaro se referiu à Covid-19 como ‘uma gripezinha’. Está documentado, é fato. Entretanto, com o número de mortos acima de 170 mil e subindo, o presidente mentiu ontem, dizendo jamais ter se referido assim à doença. “O pessoal da mídia, grande mídia, falando que chamei de gripezinha a questão do covid. Não existe um vídeo ou áudio meu falando dessa forma”, disse Bolsonaro. O nome disso é pura e simplesmente mentira. (Estadão)

A Argentina, e o mundo, perdem Maradona

“Cala a boca e me abraça, idiota!” Na frente de Maradona, Checho Batista estava incrédulo. O colega acabara de marcar um evidente gol de mão contra a Inglaterra nas quartas de final da Copa de 1986. Precisava do abraço. Precisava simular que era tudo normal para enganar o juiz. E o gesto de certa forma resumia o argentino Diego Armando Maradona, um dos maiores jogadores de futebol de todos os tempos, que morreu ontem, aos 60 anos, de parada respiratória. Um gênio completo do futebol com malandragem equivalente ao talento e uma vida repleta de polêmicas. Numa época pré-VAR e com a festa dos argentinos em campo, o gol irregular de Maradona, mais tarde apelidado de “A Mão de Deus”, foi validado (YouTube). A Argentina venceu a partida por 2 a 1 e depois conquistou a Copa, puxada pela genialidade de seu maior craque.

Sem auxílio, Bolsonaro quer Bolsa Família para chamar de seu

Congresso Nacional e equipe econômica planejam alternativas pra criar o Renda Brasil, o Bolsa Família ampliado, dentro do Orçamento de 2021. Alguns dos consensos já formados incluem gatilhos de contenção de despesas obrigatórias, com foco em gastos com pessoal, e cortar isenções e subsídios, preservando apenas o Simples e benefícios tributários regionais. O objetivo é levar uma proposta ainda nesta semana para o presidente Jair Bolsonaro. Os parlamentares votariam em dezembro. (Estadão)

Trump cede e Biden inicia transição de governo

O presidente americano Donald Trump ainda não reconhece que seu adversário Joe Biden venceu a eleição. Mas, sob intensa pressão de membros do seu Partido Republicano, deu aval para que tenha início oficialmente a transição de governo. “Nossa luta continua com força”, escreveu o presidente no Twitter, “e acredito na vitória! Ainda assim, pelo melhor interesse de nosso país, recomendei o início dos protocolos.” Isto quer dizer que a equipe de Biden terá pleno acesso a escritórios, verba pública para funcionários, dados de governo e acesso a relatórios de inteligência para que inicie já assentado o governo em 20 de janeiro próximo. Um assessor de Trump, sob anonimato, comentou. “Isto é o mais próximo de vê-lo reconhecendo derrota que veremos.” (Washington Post)

O crime bárbaro que expôs o Brasil

O Brasil expôs suas entranhas, na última quinta-feira, quando dois seguranças espancaram e depois sufocaram à morte o soldador João Alberto Silveira Freitas, um cidadão negro de 40 anos, na garagem de um supermercado Carrefour, em Porto Alegre. Fizeram tudo enquanto filmados, não ligaram. Ao longo da sexta, o governo reagiu minimizando. “Não foi racismo”, afirmou mais de um, incluindo o vice-presidente Hamilton Mourão. No fim de semana, a revolta estourou.

Candidatos fogem do tema Covid-19

Embora os números de casos e mortes e as internações por Covid-19 sigam em alta no Rio e em São Paulo, os candidatos ao segundo turno nas duas maiores cidades do país parecem minimizar a situação. Buscando a reeleição, Marcelo Crivella (Republicanos) e Bruno Covas (PSDB) negam publicamente a segunda onda e a necessidade de novos lockdowns, mesmo que tomem discretamente medidas. Já seus adversários, Eduardo Paes (DEM) e Guilherme Boulos (PSOL) evitam falar em novos planos de distanciamento social. Todos querem se distanciar da impopularidade desse tipo de iniciativa.

Covid: A segunda onda bate à porta

Se ainda não se instalou, a segunda onda da Covid-19 está batendo às nossas portas. Em São Paulo, as internações pela doença na rede municipal saltaram 26% na última semana. Diante desse cenário, especialistas criticam a decisão do governo estadual de deixar para o fim do mês a revisão do plano de medidas de isolamento. No Rio a situação é semelhante. A ocupação dos leitos de UTI da rede municipal da capital e privada no estado passou de 90%, fazendo com que a prefeitura mandasse um alerta às unidades de saúde recomendando a reativação de espaços destinados aos infectados pelo coronavírus. (Folha)

Aliados querem distância de Bolsonaro no 2º turno

A família do presidente Jair Bolsonaro e seus principais aliados ainda estão fazendo as contas e tentando compreender o resultado das eleições municipais. Mas, ao menos no segundo turno, o presidente virou anticabo eleitoral. Candidatos que vão enfrentar a esquerda no dia 29 evitam seu apoio público. Em Fortaleza, o Capitão Wagner (PROS), que Bolsonaro citou numa live, afirma que não deseja ‘nacionalizar’ a campanha. Ele disputa com um aliado do pedetista Ciro Gomes. O mesmo se dá em Porto Alegre, onde Sebastião Melo (MDB) terá uma disputa dura com Manuela D’Ávila. A avaliação é de que Bolsonaro atrapalha mais que ajuda. O padrão se repete por todo o país com raras exceções. É o caso de Marcello Crivella (Republicanos), que coincidentemente não tem um adversário de esquerda e sim Eduardo Paes, do DEM. Isolado e com alta rejeição, Crivella quer um engajamento maior do presidente. O PT já acenou com apoio a Paes, o deputado federal Marcelo Freixo, do PSOL, idem. (Globo)

Obama: Governo Biden é oportunidade para Bolsonaro mudar

A esperança de Barack Obama é de que, num governo Joe Biden, o Brasil redefina sua relação com os EUA — e com a ciência. Esta é uma das declarações do ex-presidente americano em entrevista aos jornalistas Pedro Bial, da TV Globo, e Flávia Barbosa, do Globo, por conta do lançamento de seu novo livro — Uma Terra Prometida (Amazon). “Não quero dar opinião sobre alguém que não conheci”, afirmou sobre o presidente Jair Bolsonaro. “As políticas dele, assim como as de Donald Trump, parecem ter minimizado a ciência da mudança climática. E o Brasil é um ator central na ação de poder ou não frear os aumentos de temperatura que podem causar uma catástrofe global. O Brasil no passado foi líder em relação a isso. Seria uma pena se deixasse de ser.” Bial e Flávia também perguntaram ao ex-presidente sobre Lula, que no livro ele descreve como tendo o impressionado mas que, de acordo com o que haviam lhe relatado, tinha ‘os escrúpulos de um chefe de Tammany Hall’, referência à política fisiologica e mafiosa da Nova York do século 19. “O dom que Lula tinha de se conectar com o povo e o progresso econômico que aconteceu quando ele tirou pessoas da pobreza não podem ser negados”, ele respondeu. “O que você acaba percebendo é que a maioria dos líderes é um reflexo das contradições e das tensões dos seus países.” O livro, que chega hoje às livrarias, é o primeiro volume de suas memórias na Casa Branca e vai até a operação que terminou com a morte de Osama bin laden. (Globo)

Ataques coordenados tentaram desacreditar eleição

Os sistemas do Tribunal Superior Eleitoral sofreram dois ataques distintos numa operação coordenada para desacreditar a Justiça Eleitoral. Esta é a conclusão de uma investigação da SaferNet, que trabalha em conjunto com o Ministério Público Federal, e divulgada hoje em reportagem de Patrícia Campos Mello. O primeiro ataque é antigo, certamente anterior a 23 de outubro, e resultou na invasão de algum servidor da Corte. Os dados capturados, porém, só foram vazados no dia da eleição, de manhã, às 9h25, para fazer parecer que o voto poderia ser inseguro. Mas o sistema de votação é independente da internet aberta e não pode ser violado através dela. O segundo ataque, que os especialistas de segurança chamam de DDoS, não rouba dados. Serve para derrubar servidores e deixar sites ou serviços indisponíveis. Este veio de fora do país, às 10h41, e deixou parte do TSE fora do ar. Em paralelo com ambos os ataques, perfis bolsonaristas nas redes divulgavam mensagens nas redes insinuando fraudes eleitorais. Era, de acordo com Thiago Tavares, presidente da SaferNet, justamente este o objetivo: criar a impressão de insegurança. (Folha)