O Meio utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar sua experiência. Ao navegar você concorda com tais termos. Saiba mais.

As notícias mais importantes do dia, de graça

Edição de Sábado

Assine para ter acesso básico ao site e receber a News do Meio.

Edição de Sábado: Um Brasil que já não dói

Foto: José Cruz / Agência Brasil
Foto: José Cruz / Agência Brasil

Um aceno com a mão direita, estática, um pouco abaixo do ombro, e todos os dedos unidos. Acompanhado dos lábios apertados em um sorriso discreto, embora largo. Assim a ministra Cármen Lúcia permaneceu por algumas dezenas de segundos após proferir seu voto (vídeo) condenando o ex-presidente Jair Bolsonaro e os outros sete réus acusados de dar corpo à tentativa de golpe de Estado. Aliás, mais do que sentenciando. Após usar o verbo para cicatrizar as úlceras d’uma República afligida repetidas vezes por aqueles que a sequestraram. São oito os golpes militares bem sucedidos até aqui. Os que não vingaram é praticamente impossível contabilizar. Ninguém, nunca, foi sequer processado pelas intentonas concretizadas ou fracassadas. Até agora.

Edição de Sábado: O crime sem autor

Foto: Evaristo Sá, Mauro Pimentel, Pablo Porciuncula / AFP
Foto: Evaristo Sá, Mauro Pimentel, Pablo Porciuncula / AFP

Filho de um general quatro estrelas, é tenente-coronel com mais de trinta anos de Exército. Serviu na Brigada de Infantaria Paraquedista e nas Operações Especiais do Exército Brasileiro, foi instrutor na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), observador militar e oficial de ligação das Operações das Nações Unidas no Chile, e comandante do curso de artilharia da Aman. Ainda participou do planejamento e envio de militares brasileiros para a Força Interina das Nações Unidas do Líbano, pós-graduou-se em Relações Internacionais, tornou-se doutor em Ciências Políticas Militares, mestre em Operações Militares, e bacharel em Ciências Militares, especialista em Guerra Irregular e Ações de Comando, escreveu livros, recebeu mais de 15 medalhas de honra. “E, por último, foi ajudante de ordens do ex-presidente da República Jair Bolsonaro”.

Edição de Sábado: Três golpes em um

Foto: Evaristo Sá/Mateus Bonomi/Cristina Szucinski/Agif e Anadolu Agency via AFP/AFP
Foto: Evaristo Sá/Mateus Bonomi/Cristina Szucinski/Agif e Anadolu Agency via AFP/AFP

O dia 7 de setembro de 2021 acabou entrando para a crônica política brasileira como o dia em que o então presidente Jair Bolsonaro, diante de uma multidão verde-amarela na Avenida Paulista, desafiou Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral. “Qualquer decisão do senhor Alexandre de Moraes, esse presidente não mais cumprirá”, bafejou. “Dizer aos canalhas: nunca serei preso.”

Edição de Sábado: Um cérebro entre a Amazônia e as estrelas

Em uma sala de roteiro, alguém poderia apresentar a ideia de um “plot” em que, confrontado com o alzheimer do pai de sua mãe quando ainda criança, um inteligente jovem se torna geneticista e passa a se interessar pela manifestação da capacidade social no cérebro humano, na intenção de entender a doença que levou embora o avô ainda em vida. Então, cria minicérebros humanos em laboratório e descobre que a invenção pode ajudar o filho, autista. Mas, para isso, o cientista precisará ir ao espaço. E, para tornar o estudo mais completo, vai botar na bagagem espacial plantas amazônicas.

Edição de Sábado: A indignação de Jason Stanley

Jason Stanley está revoltado. Indignado. Furioso mesmo. Mas não está sozinho. Sua voz sintoniza o que uma parte da esquerda americana, aquela que está bem à esquerda dos liberais de lá, vem sentindo e manifestando desde as eleições de 2024, quando Donald Trump foi escolhido mais uma vez para ocupar a Casa Branca. A cada nova sandice que Trump empreende, mais esse pedaço dos progressistas, representados na política em boa medida por figuras como a deputada Alexandria Ocasio-Cortéz e pelo senador Bernie Sanders, se insurge, se radicaliza. É um efeito natural provocado por um extremista. E, convenhamos, sandices não faltam.

Edição de Sábado: Política movediça

Foto: Marcos Correa / PR / Mateus Bonomi / AGIF / AGIF via AFP
Foto: Marcos Correa / PR / Mateus Bonomi / AGIF / AGIF via AFP

Os ventos do Norte podem não mover muitos moinhos. Mas a intervenção operada por Donald Trump na política brasileira, via tarifaço, Magnitsky e ameaças, produziu pelo menos um vendaval: Jair Bolsonaro está preso. Na jovem democracia brasileira, com todas as suas conquistas e falhas, testemunhar a prisão de um ex-presidente pode ser um momento histórico, mas não é inédito. E a comparação com as anteriores — e com suas consequências políticas — torna-se exercício quase imediato.

Edição de sábado: Traição a Magnitsky

Foto: Tim Aro / TT News Agency via AFP

“O ministro Alexandre de Moraes não é um violador grave de direitos humanos, não é acusado de sê-lo, tampouco é um grande cleptocrata que ganhou bilhões em corrupção.” A frase é de Sir William Browder, 61 anos, americano naturalizado inglês, financista e, a um tempo entre finais de anos 1990 e princípios deste século, o maior investidor estrangeiro na Rússia. Browder é, também, o pai da Lei Magnitsky, aquela utilizada pelo governo de Donald Trump contra o relator do processo de tentativa de golpe de Estado no Supremo Tribunal Federal. “Essas são as únicas categorias pelas quais alguém deve ser sancionado pela lei.”

Edição de sábado: Negócios à parte

A partir da próxima sexta-feira, 1º de agosto, a menos que aconteça uma grande reviravolta, todos os produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos sofrerão uma sobretaxa de 50%, anunciada no último dia 9 pelo presidente Donald Trump. Na carta em que justificava a tarifa, ele atacou o processo no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe, chamando a ação de “caça às bruxas”, e a regulamentação também pela Corte da atuação das redes sociais, pertencentes a big techs americanas. A única justificativa econômica, a de que os EUA eram prejudicados no comércio com o Brasil, é falsa, já que a balança comercial entre os dois países é superavitária para o lado americano.

Edição de sábado: As ideologias do Vale do Silício

Você está caminhando próximo a um lago. Veste, nesse dia, sapatos bastante caros. Especiais. Aí percebe, no meio da água, um menino bem pequeno que se debate. Ele vai morrer afogado e você é o único que pode salvá-lo. Mas perderá seus sapatos e chegará em más condições à reunião de trabalho que lhe espera. Por outro lado, como você é alto, o laguinho bate nos seus joelhos. Para você, o risco é zero. O que faz? Em 1972, o filósofo americano Peter Singer propôs esta parábola, esse experimento mental, no artigo Famine, Affluence, and Morality. Fome, afluência e moralidade.

Edição de sábado: Promessas em pó

Ao menor sinal de uma mudança de hábitos, uma enxurrada de novos anúncios. Você se matriculou na academia ou em outra aula qualquer de atividade física. De repente, num passe de mágica, ou no registro do seu e-mail no aplicativo daquele estabelecimento, lá vêm as mensagens. Bem, é verdade que talvez isso já tivesse acontecido quando você começou a pesquisar a escola ou a academia. Mas ali, entre tudo o que o algoritmo jura que você vai precisar na sua nova vida fitness, as roupas, os calçados e equipamentos para a sua prática, estão os suplementos alimentares. As promessas são sedutoras e bem pouco modestas. Vão de aumento da cognição e da memória a um abdômen sequinho e um cabelo volumoso. Os produtos podem ser consumidos em pó, em gel, ou em formatos mais modernos, como gominhas e caramelos.
Tanta novidade significa duas coisas: uma é que o mercado está indo bem. E outra é que há uma expectativa que melhore ainda mais. Um relatório da consultoria Grand View Research mostra que, no ano passado, o mercado de suplementos alimentares movimentou cerca de US$ 192,7 bilhões. A previsão até 2030 é de um crescimento de 9,2% ao ano, chegando a uma movimentação de US$ 327,4 bilhões.

Já é assinante? Faça login.

Assine para ter acesso ao site e receba a News do Meio