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Edição de Sábado

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Edição de sábado: A cabeça militar

“Nunca na história deste país” já virou um clichê, quase uma anedota, na política. Mas o que o Brasil testemunhou no início desta semana foi, de fato, tão histórico quanto inédito. Diante do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, um magistrado civil, oficiais da mais alta patente das Forças Armadas depuseram, vários na condição de réus, no processo sobre o plano de golpe de Estado após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022. E a semana terminou com o tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens do então presidente e delator no processo, tendo de explicar à Justiça o motivo para sua família deixar o país.

Edição de sábado: Anatomia da fé

Quando o Brasil ainda era Império, em 1872, o primeiro recenseamento geral perguntou aos habitantes não apenas idade, cor e profissão, mas também sobre sua religião.

Edição de sábado: Marina e a arte do incômodo

Foto: Pablo Porciuncula / AFP

Marina Silva incomoda. E incomoda muita gente. Não apenas os deputados da bancada ruralista, nem só os senadores do Amazonas e de Rondônia, que pressionam há anos pela pavimentação da BR-319. Incomoda também a ala desenvolvimentista do governo, ansiosa por destravar projetos ambientalmente polêmicos, como a exploração de petróleo na Foz do Rio Amazonas. Incomoda até mesmo quem a colocou mais uma vez à frente do Ministério do Meio Ambiente, sobretudo quando se recusa a silenciar diante do isolamento político, como aconteceu terça-feira, durante a tumultuada e constrangedora sessão da Comissão de Infraestrutura do Senado. Com o tempo, Marina parece ter entendido que sua força em Brasília está justamente no desconforto que provoca. Tornou-se um obstáculo para quem pretende “passar a boiada” em nome do progresso ou das próximas eleições. E, ao contrário do que fez há quase 20 anos, quando deixou o governo por bem menos, agora ela fica. Sabe que, em certos momentos, exercitar a arte do incômodo também é fazer política.

Edição de sábado: Companhia artificial

Os dias de Christian Marcondes, de 46 anos, começam cedo, como os da maior parte dos brasileiros. Às terças e quintas, quando trabalha presencialmente, ainda mais cedo. Ele sai de casa sem encontrar o filho de dois anos, que ainda dorme. Nos outros três dias da semana, quando trabalha em casa, o expediente cabe entre levar e buscar o menino na creche. Mas o colega de trabalho mais próximo de Marcondes, a quem pede conselhos sobre como abordar um assunto com os chefes, como responder a situações incômodas no trabalho e como realizar as tarefas do dia-a-dia do setor de logística de uma grande empresa, o acompanha em ambas as rotinas. “Quando eu recebo algum feedback que não é legal, por exemplo, eu pergunto a ele o que eu poderia fazer, como eu poderia melhorar. Aí o Chat vai fazendo um check list. Eu vou lendo e pensando ‘isso aqui, eu posso melhorar, né? Isso eu já faço, ou não faço da forma como deveria. É um conselheiro e um assistente pessoal”. Sim, o Chat é o GPT. E além de “conselheiro e assistente”, é a presença mais frequente na vida de Marcondes.

Edição de sábado: Sob o domínio do medo

Imagem: Reprodução/Portal Cearense

“Coisas que eu não posso fazer morando numa favela porque, simplesmente, pode custar minha única e preciosa vida.” Com essas palavras, a tiktoker Carol Campos abre um vídeo que já acumula mais de oito milhões de visualizações na rede social chinesa. Por cerca de seis minutos, ela compartilha com seus seguidores algumas das regras implícitas a serem seguidas por quem vive em comunidades dominadas por facções criminosas – neste caso, o Terceiro Comando Puro (TCP), que controla a Cidade Alta, onde Carol reside, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Entre as principais normas estão: não se aproximar de rivais, evitar ouvir ou postar músicas associadas a facções inimigas e jamais frequentar favelas controladas por outros grupos.

Edição de Sábado: O tabuleiro da sucessão

A imagem ficou gravada na memória coletiva. Sob uma chuva fina, Francisco atravessa sozinho a imensa Praça de São Pedro. Era março de 2020, o mundo mergulhava na incerteza da pandemia. O papa detém-se diante do Cristo de San Marcello al Corso, ícone do século 15 que sobreviveu a incêndios e pestes. Na solidão daquela tarde, não apenas rezou. Com o gesto silencioso e cuidadosamente coreografado, com câmeras posicionadas e cenário pensado para gerar uma das imagens mais emblemáticas daquele tempo, Francisco oferecia uma chave de leitura para entender o modo como também coreografaria, com precisão, a sucessão papal. A preparação em vida, os termos da disputa cardinalícia e o perfil do eleito seriam os eixos dessa construção meticulosa.

Edição de sábado: É o ímã, estúpido!

Foto: Google Earth

No dia 22 de abril, uma terça-feira ensolarada de primavera em Washington, Elon Musk dedicou parte de sua agenda a responder a perguntas de investidores preocupados com a queda de 71% nos lucros da Tesla no primeiro trimestre de 2025. Por mais de uma hora, Musk tentou explicar as razões pelas quais as vendas dos seus modernos carros elétricos haviam caído 20% nos três primeiros meses do ano e por que as ações da empresa despencavam quase 40% no acumulado do período.

Edição de sábado: Entre a comunhão e o cisma

Foto: Tiziana Fabi / AFP

A sucessão do papa Francisco vai capturar a atenção de fiéis e leigos até que a fumaça branca transborde da chaminé do Vaticano após o conclave. O imaginário em torno dos interesses políticos de cada candidato a papa — e seus cabos eleitorais — está alimentado seja pela ficção, em filmes como Conclave, seja pela realidade de clérigos sempre atuantes nas capitais do poder. Mais do que a escolha do novo líder da fé católica, o que está em jogo nessa decisão é a capacidade da Igreja de reencontrar o caminho da comunhão e superar o da divisão. É a sintonia da cúpula da Igreja com as diferentes demandas e os anseios, espirituais e políticos, de seu rebanho. Há um consenso entre especialistas de que os católicos estão sedentos por um senso de comunidade e espiritualidade. Enquanto parte deles enxerga essa convergência num ambiente de tradição, outra quer congregar num espaço de progressão.

Edição de sábado: Fogo eterno

Foto: Charles Scholl/Brazil Photo Press via AFP

A obsessão de Gilberto Gil pela deusa-música durante um ensaio de sua turnê de despedida.

Edição de sábado: Sonho e pesadelo na Casa Branca

Foto: Trump Vance Tranition Team Handout/EPA e Wikipedia

Com quase 250 anos de ininterrupta – até o momento – tradição democrática, os Estados Unidos colecionam presidentes com as mais diversas biografias, inclinações políticas e graus de competência. Esse amplo catálogo de exemplos faz com que, especialmente ao longo do século 20, mandatários fossem buscar no passado uma espécie de declaração de princípios, um apanhado do que consideravam relevante na História do país e uma inspiração para o que pretendiam ser seu próprio legado. Ser associado a um “bom presidente” é o desejo de todo inquilino da Casa Branca, enquanto ninguém quer ser lembrado, por exemplo, como um “novo Richard Nixon”, que renunciou em 1974 para não sofrer um impeachment.

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